O
portal H2Foz publicou ontem uma reportagem interessante sobre monumentos e estátuas
de Foz do Iguaçu (http://www.h2foz.com.br/noticia/monumentos-fazem-parte-da-paisagem-de-foz).
Um dos monumentos mais interessantes e representativos é o Memorial em Homenagem
aos Mortos pelas Ditaduras na América Latina, justamente ao lado da Avenida
Costa e Silva, que leva o nome de um dos presidentes militares do Brasil. Esse
é um exemplo de memórias diferentes disputando o reconhecimento da opinião
pública.
Às
vésperas do Centenário, a ser comemorado no ano que vem, a leitura da
reportagem nos leva a pensar, também, nos monumentos que nos faltam. Para você,
que monumentos faltam em nossa cidade?
Luís
Carlos Prestes continua à espera de um monumento na cidade por onde passou com suas
tropas em meados da década de 1920. Mas claro que já temos um busto de Getúlio
Vargas em um lugar central da cidade.
Como
mostra a reportagem do H2Foz, a cidade – felizmente – homenageia os mitos
indígenas sobre o surgimento das Cataratas. Mas ainda nos falta evidenciar o indígena
“histórico”, o indígena que, por exemplo, perdeu suas terras com a formação
da represa de Itaipu.
Itaipu
faz um esforço interessante para preservar a memória dos barrageiros que
construíram a usina, mas ainda há aspectos que circulam pela cidade sem o
devido reconhecimento, como as controversas condições de trabalho no canteiro
de obras. Os “benefícios” são lembrados a todo momento, mas quais foram os
custos do “progresso”? Sugiro inclusive um local para esse monumento: Avenida
Tancredo Neves, entrada da Vila C, a poucos metros da barreira para entrar na
usina.
E
o que dizer dos “sacoleiros”? Entre altas e baixas do dólar, os “sacoleiros”
são centrais na economia e no cotidiano da cidade, mas ainda são secundários na
imagem que a cidade projeta de si, marcada pelas Cataratas. Por que essa
diferença? Por ser um turismo e ou atividade econômica relacionada ao Paraguai?
Por ser um turismo e ou atividade econômica marcadamente “popular”?
E
por falar em Paraguai, o nome de uma de nossas principais avenidas é República
Argentina. Por que não uma com o nome de República do Paraguai?
Prof. Paulo Renato da
Silva.