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Mostrando postagens de 2015

Nazismo, cinema e propaganda: “Triunfo da Vontade” de Leni Riefenstahl.

O cinema foi, para o nazismo, um dos principais instrumentos de propaganda, de “doutrinação” e de mobilização das “massas”. Um dos melhores exemplos disso é o documentário O Triunfo da Vontade (1935), da cineasta alemã Leni Riefenstahl (1902-2003). O documentário retrata o VI Congresso do Partido Nazista, realizado em 1934 em Nuremberg, na Alemanha. Prof. Paulo Renato da Silva.

Nazismo: uma “Arquitetura da Destruição”.

Retomando a programação de férias, após uma semana intensa de defesas de monografias, indicamos o documentário Arquitetura da Destruição (1989), do diretor sueco Peter Cohen. É um dos documentários mais conhecidos sobre o nazismo. Resumidamente, dentre os diversos pontos abordados pelo documentário, Cohen mostra como a busca do nazismo pela “pureza” estava relacionada a uma concepção “estética” do mundo. Prof. Paulo Renato da Silva.

"Un casamiento en Villarica" (1980), de Ignacio Nuñez Soler.

Fonte: Portal Guaraní. Prof. Paulo Renato da Silva.

"El Árbol del Jardín Botánico" (1971), de Ignacio Nuñez Soler.

Fonte: Portal Guaraní. Prof. Paulo Renato da Silva.

"Mujeres Trabajadoras al Amanecer" (1970), de Ignacio Nuñez Soler.

Fonte: Portal Guaraní. As mulheres têm uma particular importância na história do Paraguai. Devido ao elevado número de soldados mortos durante a Guerra da Tríplice Aliança, o Paraguai chegou a ser conhecido como "o país das mulheres". Na III Jornada de Reflexión: Paraguay / Territorios, fronteras y guerras. Sobre todo, Curuguaty , realizada em Los Polvorines, Argentina, entre os dias 19 e 21 de novembro deste ano, Rocco Carbone defendeu que o Paraguai, após a guerra, se tornou um país "de mulheres". Com essa diferença, Carbone lembra que o empoderamento das mulheres não ocorreu logo após a guerra e que se trata de um processo ainda inicial no país. Prof. Paulo Renato da Silva.

"Rafael Barret dando una conferencia en el Teatro Municipal" (1970).

Fonte: Portal Guaraní. Nesta pintura, Ignacio Nuñez Soler representa o anarquista espanhol Rafael Barret, que viveu no Paraguai no início do século XX. Barret escreveu El Dolor Paraguayo , um dos livros mais importantes sobre o país. Prof. Paulo Renato da Silva.

Ignacio Nuñez Soler.

Hoje começamos a programação especial de férias do blog. Artes plásticas, cinema, literatura e música marcarão os próximos 3 meses. Não deixem de acompanhar e de divulgar o blog. E aproveitem o período para lerem as postagens que vocês não leram durante o semestre. Iniciamos a programação especial de férias com uma série sobre o pintor paraguaio Ignacio Nuñez Soler (1891-1983), ainda pouco conhecido fora do país.  O objetivo é divulgar algumas de suas obras mais representativas e estimular o interesse pela obra do pintor.  Começamos com Manifestación Obrera (1960): Fonte: Portal Guaraní. Prof. Paulo Renato da Silva.

Migrantes em Foz do Iguaçu.

No último post da nossa série especial sobre migrações trazemos os resultados da Jornada Fotográfica “Migrações em Foz do Iguaçu”, atividade relacionada à disciplina de Estudos Culturais, do curso de Antropologia da UNILA, realizada no dia 11 de novembro de 2015. O objetivo da Jornada foi retratar a presença de migrantes (nacionais ou internacionais) na região central da cidade de Foz do Iguaçu.  As fotos feitas pelos estudantes Bruno Lujan, Gianluca Puls, Lorena Castellanos e Lucila Hornos, e pelos professores Júlio Moreira e Mirian Oliveira mostraram a presença de imigrantes no comércio e aspectos da circulação transfronteiriça em Foz do Iguaçu. Selecionamos alguns exemplos dos registros feitos durante a caminhada, começando pelo comércio. A presença de imigrantes originários do Oriente Médio, e do Sul e Leste da Ásia pode ser vista em vários estabelecimentos no centro: Foto: Lucila Hornos e Gianluca Puls. Foto: Mirian Oliveira. Arguiles à venda no Mercado Elite.

Interconexões.

No penúltimo post da nossa série, abordaremos alguns aspectos das transformações culturais motivadas pelo contato entre populações de origens distintas. Nossa primeira indicação é o programa da TV Brasil chamado Nova África. No episódio “Gastronomia africana”, a culinária do continente é retratada a partir do Benin, revelando os contatos interculturais entre Brasil e África. Um ponto interessante do documentário é a influência dos hábitos alimentares brasileiros no Benin, propiciada pela migração de escravos libertos ao país, pois estamos acostumados a pensar somente na contribuição africana à cozinha brasileira. As mudanças que as migrações provocam nas culturas nacionais foram representadas simbolicamente na instalação “World Flag Ant Farm” (1990), do artista japonês Yukinori Yanagi. A obra retrata diversas bandeiras nacionais desenhadas em caixas de areia interligadas, formando uma fazenda de formigas. À medida em que as formigas vão se deslocando, acabam por alterar o dese

Exílio.

Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá; As aves, que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá. (...) Não permita Deus que eu morra, Sem que eu volte para lá; Sem que disfrute os primores Que não encontro por cá; Sem qu'inda aviste as palmeiras, Onde canta o Sabiá.  Canção do Exílio , Gonçalves Dias (1847) Entre as motivações para a migração se encontra a instabilidade política nas sociedades de origem. Esta instabilidade leva pessoas a saírem forçadamente ou por escolha própria de seus países. Embora não trate especificamente de exílio político, a Canção do Exílio de Gonçalves Dias (1847), da qual transcrevemos acima a primeira e a última estrofe, expressa o sentimento das pessoas vivendo fora de seus países, e que por diversas razões não podem a ele retornar. Na história contemporânea da América Latina, as ditaduras civil-militares motivaram o exílio de militantes políticos, artistas e escritores, por exemplo, e essa experiência foi retratada em l

Diáspora.

O processo de dispersão de um povo ao longo do tempo é conhecido como diáspora. Exemplos clássicos de deslocamentos traumáticos de populações humanas são a diáspora judaica e a africana. Atualmente, a utilização do conceito se flexibilizou. Pode ser aplicado a migrações voluntárias (isto é, não traumáticas), e a casos de autodenominação, geralmente com a intenção de reforçar a manutenção de vínculos com a terra de origem e/ou com os demais membros da comunidade diaspórica (por exemplo, a diáspora hindu). À semelhança das travessias e migrações irregulares de que falamos no último post, as diásporas também serviram de tema para diversas manifestações artísticas. Na música, Bob Marley sintetiza a experiência da diáspora africana na canção “Redemption Song”: Também no espaço do Caribe anglófono, o romance A pequena ilha , de Andrea Levy, trata da experiência de migração dos jamaicanos ao Reino Unido no período imediatamente posterior à Segunda Guerra Mundial. Este processo pode

Migrações irregulares.

Na terminologia das ciências sociais, os termos “ilegal” ou “clandestino” são considerados inapropriados. Todos os seres humanos têm o direito de migrar, de ir e vir, e, portanto, não deveriam ser classificados como ilegais ou clandestinos. Sua situação pode ser irregular do ponto de vista de um determinado sistema jurídico nacional, mas ninguém é ilegal. Além da dimensão político-jurídica, as migrações possuem uma dimensão afetiva. Muitas vezes, as artes conseguem captar esta dimensão e revelar aspectos dos deslocamentos humanos igualmente importantes, como as dificuldades do deslocamento até a fronteira e sua posterior travessia fora dos trâmites legais, e a vivência da discriminação nos países de destino. Neste sentido, dentro de nossa série especial sobre migrações, apresentaremos indicações de filmes e músicas relacionados a esta temática. Na América Latina, a travessia da fronteira entre México e Estados Unidos, além de ser bastante estudada academicamente, é tema de muitas

Crise dos "refugiados": discussão da cobertura midiática.

Nossa série sobre migrações aborda hoje a cobertura dos meios de comunicação de massa da “crise dos refugiados”. Indicamos, em primeiro lugar, a leitura de duas reportagens do jornal Folha de S. Paulo que retratam as populações muçulmanas no Estado do Paraná e, em particular, em Foz do Iguaçu. http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2015/09/1684070-chegada-de-refugiados-muculmanos-mudam-cidades-do-interior-do-brasil.shtml http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2015/05/1627905-no-dia-do-muculmano-mulheres-explicam-como-e-seguir-o-isla-no-brasil.shtml Após a leitura, sugerimos que assistam ao programa Ver TV, da TV Brasil, exibido em setembro de 2015. Ali, especialistas das áreas de História, Comunicação Social, Relações Internacionais e Antropologia discutiram a forma como a mídia, e principalmente, a televisão aberta, trataram o tema dos deslocamentos humanos em questão. Profa. Mirian Santos Ribeiro de Oliveira. Prof. Pedro Afonso Cristovão dos Santos.

"Crise" dos refugiados: interpretações e narrativas.

Continuando nossa série sobre migrações, trazemos dois vídeos, com narrativas de atores interessados nos processos migratórios do Oriente Médio a outras regiões do mundo, a “crise dos refugiados”. Não se trata de análises acadêmicas, portanto. É relevante lembrar que os deslocamentos humanos envolvem os próprios migrantes e vários indivíduos e organizações nas terras de origem e de destino. As narrativas construídas pelos diferentes atores sociais são consideradas por historiadores, antropólogos e sociólogos, entre outros, em suas tentativas de compreensão da complexidade das dinâmicas migratórias contemporâneas. O primeiro vídeo, produzido pela agência alemã Kurzgesagt, explica a atual crise de refugiados entre o Oriente Médio e a Europa, apresentando uma visão crítica dos processos de deslocamento e de acolhimento envolvidos. Informação importante: o vídeo possui opção de legendas em português e espanhol na ferramenta “Settings” (Configurações). O segundo vídeo mostra um dos des

Migrações na História do Brasil.

Os estudos migratórios são, por natureza, interdisciplinares. Estabelecem diálogos entre diferentes áreas, como História, Antropologia, Sociologia, Demografia e Economia. Além disso, devido à dinâmica dos movimentos populacionais, os estudos acadêmicos estão em constante diálogo com os próprios sujeitos migrantes, com os formuladores de políticas públicas, com os meios de comunicação e com os artistas que tratam dos temas relacionados às migrações. Nossa série especial refletirá, em certa medida, este caráter interdisciplinar e plural dos estudos migratórios. Para começar, apresentamos um ponto de vista da História: o programa "Diálogo sem fronteira", da RTV Unicamp, sobre a história da imigração no Brasil. Trata-se de uma entrevista conduzida pelo professor Pedro Paulo Funari com a Profa. Maria Silvia Bassanezi, pesquisadora/historiadora do Núcleo de Estudos de População (NEPO) da Unicamp. Na entrevista, a profa. Bassanezi fala sobre as várias ondas migratórias ao longo

Pensar História na América Latina: Migrações.

Hoje começaremos uma série especial sobre história das migrações. Retomaremos uma atividade muito interessante realizada durante a Semana Acadêmica de História da Unila anunciada aqui no blog. Entre os dias 24 e 26 de agosto, nas escolas estaduais Presidente Castelo Branco e Barão do Rio Branco, uma equipe de professores e estudantes da Unila desenvolveu uma dinâmica com estudantes de ensino médio e magistério. A oficina “Pensar História na América Latina” trabalhou a temática da história das migrações através da história familiar dos estudantes. Utilizamos mapas que mostravam diferentes processos migratórios para a América Latina e o Brasil em distintos momentos históricos (como o mapa abaixo, extraído de ADAS, Melhem. Panorama geográfico brasileiro . São Paulo: Moderna, 2004, p. 285).  Em um primeiro momento, com a classe disposta em um círculo, questionamos os alunos se eles mesmos se imaginavam migrantes, isto é, se pensavam em sair de Foz do Iguaçu em algum momento de

Ginzburg, internet e leitura - parte II.

Hoje apresentamos a segunda parte da conferência de Carlo Ginzburg sobre as mudanças que a internet trouxe para a leitura: E assim terminamos esta série especial sobre História Cultural. Voltaremos ao tema em outras oportunidades. Na próxima segunda-feira, dia 19, o blog começa uma série especial sobre migrações, escrita pela Profa. Mirian Santos Ribeiro de Oliveira e pelo Prof. Pedro Afonso Cristovão dos Santos. Prof. Paulo Renato da Silva.

Ginzburg, internet e leitura.

Seguimos com Carlo Ginzburg. Hoje e na próxima postagem, o historiador italiano explora um tema recorrente da História Cultural: a leitura. No vídeo a seguir, Ginzburg analisa as transformações sofridas pela leitura na era da internet: Prof. Paulo Renato da Silva.

Carlo Ginzburg e o "paradigma indiciário".

Nesta série especial sobre a História Cultural não poderia faltar o historiador italiano Carlo Ginzburg, autor do clássico O Queijo e os Vermes (1976), um dos principais trabalhos de Micro-História. Carlo Ginzburg ficou conhecido, dentre outras razões, pela defesa do “paradigma indiciário”. Trata-se de uma metodologia de pesquisa praticada em várias áreas do conhecimento e de difícil definição. Entretanto, podemos dizer, resumidamente, que se trata de um método que presta atenção nos “detalhes” de uma fonte, nos seus elementos “marginais” ou em fontes incomuns, que “não se encaixam” no que esperamos encontrar em uma pesquisa. Assim, evitaríamos generalizações sobre a cultura e a identidade de sujeitos e grupos sociais, como faz Ginzburg em O Queijo e os Vermes . No livro, Ginzburg mostra a particular concepção de mundo de Domenico Scandella, um moleiro do século XVI que foi perseguido e condenado pela Inquisição. No vídeo a seguir, a professora Ana Gicelle García Alaniz nos fala u

Michel de Certeau: vida e obra.

Outro nome constantemente relacionado à História Cultural é o historiador francês Michel de Certeau (1925-1986), autor de livros referenciais como A Escrita da História , A Invenção do Cotidiano e A Cultura no Plural . No documentário a seguir, disponível no Youtube, podemos conhecer um pouco mais sobre a vida e a obra de de Certeau. O documentário nos mostra de Certeau como um historiador engajado, seja na resistência ao nazismo ou na discussão de políticas públicas na esfera cultural. Além disso, o documentário aborda alguns dos pontos mais importantes de sua obra, como o conhecimento sobre o "outro", a escrita da História, os conceitos de "popular" e "erudito" e as relações que os sujeitos estabelecem com os meios de comunicação e as instituições estatais. O documentário nos mostra, ainda, o interesse de de Certeau pela América Latina, onde esteve inúmeras vezes, inclusive no conturbado período das ditaduras militares. Prof. Paulo Renato da S

"Sexualidade e Erotismo na História do Brasil", por Mary del Priore.

Hoje seguimos com alguns dos novos objetos que caracterizam a História Cultural. No vídeo a seguir, a historiadora Mary del Priore analisa a sexualidade e o erotismo na história brasileira. Prof. Paulo Renato da Silva.

Peter Burke: uma história do "cuidado".

O historiador inglês Peter Burke é outro nome importante relacionado à História Cultural. É autor de clássicos como A Fabricação do Rei: a construção da imagem pública de Luís XIV . No vídeo a seguir, do programa Café Filosófico , Burke faz uma breve história do "cuidado". É um claro exemplo dos objetos que marcam a História Cultural. Curiosidade: Burke é casado com a historiadora brasileira Maria Lúcia Pallares-Burke. Prof. Paulo Renato da Silva.

"O Grande Massacre de Gatos", de Robert Darnton.

Um dos textos mais conhecidos de Robert Darnton é O Grande Massacre de Gatos . No texto, Darnton nos conta que, no século XVIII, um grupo de trabalhadores franceses resolveu prender, julgar e condenar os gatos da vizinhança, inclusive os que pertenciam aos patrões. Nesta curiosa história, Darnton nos demonstra as articulações entre o “cultural” e o “social” que estamos comentando nas últimas postagens. A morte dos gatos dos patrões indica a crescente tensão social na França do período. Mas a importância da História Cultural surge quando fazemos as seguintes perguntas: por que os gatos? Por que não outro animal? Por que não outro tipo de ataque contra os patrões? O vídeo a seguir apresenta algumas respostas a essas perguntas. Prof. Paulo Renato da Silva.