Em 22 de julho, Ivia Minelli (Mestranda em História/UNICAMP) apresentou a comunicação A Representação do Indígena na Argentina: um diálogo entre historiografia, etno-história e literatura.
Segundo a autora, a partir da década de 1970, a historiografia argentina apresenta três vertentes principais em relação ao indígena.
A primeira delas trataria o indígena como vítima, como ingênuo diante do avanço da modernidade. A autora citou o clássico América Latina: as cidades e as ideias de José Luis Romero, no qual o autor demonstra como as cidades se sobrepõem ao campo na América Latina. Visão semelhante estaria presente na obra de Tulio Halperín Donghi.
A segunda vertente teria se consolidado a partir da década de 1980. Essa vertente procuraria pensar o indígena não fora, mas dentro do Estado e da sociedade argentina. Um nome dessa historiografia seria Mónica Quijada. De acordo com Mineli, apesar da mudança, nessa vertente o indígena teria passado de vítima a derrotado, pois não teria se imposto diante da cultura criolla.
A terceira vertente tentaria apreender o indígena em si através da interdisciplinaridade com a Antropologia e a Etnohistória, analisando processos de alteridade entre os povos. Contudo, a autora considera que, nessa comparação, são empregados referenciais não-indígenas para tentar apreendê-los, o que comprometeria as análises.
Em suma, apesar das rupturas, a historiografia demonstraria que permanece indefinido o lugar do indígena na Argentina.
Prof. Paulo Renato da Silva.