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Mostrando postagens de novembro, 2013

Marxismo, vanguarda e as particularidades latino-americanas: um caso do Paraguai.

Há algumas postagens destacamos que há um debate no marxismo quanto à universalidade ou não dos seus pressupostos. As duas posições apresentam problemas. Hoje, porém, apontaremos, ainda que resumidamente, como uma concepção universal de marxismo pode desconsiderar as particularidades de determinados processos histórico-culturais. Julio José Chiavenato não é historiador, é jornalista, mas os seus trabalhos sobre História do Paraguai tiveram – e ainda têm – grande repercussão. O autor segue os pressupostos do marxismo, mais precisamente do marxismo-leninismo e o papel atribuído à “vanguarda revolucionária”. Vejamos como o autor se refere à relação entre o “povo” paraguaio e a esquerda durante a ditadura do general Alfredo Stroessner (1954-1989): “O povo paraguaio, vivendo a opressão dos governos liberais, sem nenhum partido político de massas a organizá-lo, aprendeu a identificar-se com sua única opção: o Partido Colorado. (...). (...). Os partidos de esquerda no Paraguai (...)

“En el Camino”: história e cultura da Argentina.

Muitos programas de televisão apresentam imagens estereotipadas de regiões e populações interioranas. Muitas vezes, as regiões e populações interioranas são representadas de forma exótica e pitoresca. Uma exceção é o programa En el Camino , do canal argentino Todo Noticias , mais conhecido como TN . Um dos principais atrativos do programa é justamente a ênfase na história dos locais visitados. O TN tem um link para vários episódios do programa em: < http://tn.com.ar/programas/en-el-camino?page=1 >. Prof. Paulo Renato da Silva.

As classes n’O Manifesto Comunista: condição social, gênero e geração.

O marxismo não se resume a O Manifesto Comunista , mas, provavelmente, é o livro mais conhecido e difundido do marxismo. Foi escrito por Marx e Engels (não nos esquecemos de Engels!) para ser divulgado, daí sua linguagem mais “simples” quando comparada à de outros livros do marxismo “clássico”. Assim, o conceito de classe presente no livro marcou fortemente – e de certa forma ainda marca – o discurso acadêmico e principalmente o político. Resumidamente, a condição de classe é definida pela posição que o sujeito ocupa no processo produtivo, como detentor dos meios de produção (burguesia) ou como não detentor (proletariado). A posição que o sujeito ocupa no processo produtivo seria mais importante do que outras condições: “Quanto menos habilidade e força física venha requerer o trabalho manual, isto é, quanto mais se desenvolve a indústria, tanto mais o trabalho dos homens é substituído pelo das mulheres. Diferenças de idade e de sexo não têm mais validade distintiva social para a cla

O marxismo é universal?

Um dos principais debates do marxismo pode ser resumido do seguinte modo: o marxismo é universal ou deve ser adaptado às particularidades de cada caso? O início d’ O Manifesto Comunista é uma das tantas passagens que alimentam esse debate. Vejamos: “A história de todas as sociedades que já existiram é a história de luta de classes. Homem livre e escravo, patrício e plebeu, senhor e servo, chefe de corporação e assalariado; resumindo, opressor e oprimido estiveram em constante oposição um ao outro, mantiveram sem interrupção uma luta por vezes, por vezes aberta – uma luta que todas as vezes terminou com uma transformação revolucionária ou com a ruína das classes em disputa. Nos primeiros tempos da História, por quase toda parte, encontramos uma disposição complexa da sociedade, em várias classes, uma variada gradação de níveis sociais. Na Roma antiga, temos patrícios, cavaleiros, plebeus, escravos. Na Idade Média, senhores feudais, vassalos, chefes de corporação, assalariados, ap

"Operários", de Tarsila do Amaral: diversidade e unidade dos trabalhadores.

Há um amplo debate sobre a formação do movimento operário e os elementos que interferem em sua constituição. Um quadro da brasileira Tarsila do Amaral (1886-1973), Operários , de 1933, de certa forma sintetiza esse debate. No quadro, a pintora representa a diversidade - sobretudo étnica e de gênero, para usarmos conceitos atuais - que caracterizava os trabalhadores da indústria brasileira do período. Se por um lado notamos a diversidade dos trabalhadores, por outro a pintora também indica elementos em comum. Os rostos sobrepostos representariam a “massificação” dos trabalhadores. A expressão de "cansaço" da maioria dos rostos indicaria esse processo. Prof. Paulo Renato da Silva.