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Historiografia Luso-Brasileira no Século XVIII: Poder e Disputas

       O artigo do doutor em história e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul Fernando Nicolazzi “Entre “letras & armas”, a História Como Disputa: Considerações Sobre a Historiografia Luso-brasileira no Século XVIII faz algumas considerações sobre a prática da historiografia no universo luso-brasieiro do século XVIII, que era usada para conhecimento histórico(escrita sobre a história do país e aspectos geográficos) e para a política(escrita para demonstração do poder). A prática da produção historiográfica estava dando seus primeiros passos e, por isso, era necessário delimitar e definir conceitos, métodos e regras. Fonte: Capa do livro ‘As Injustiças de Clio, O Negro na Historiografia Brasileira’ de Clovis Moura, 1990.      Segundo (Nicolazzi, 2010, p.42) por trás disso estava outro ponto muito importante para o campo da História quanto para o político: o papel do discurso histórico. O discurso histórico se apresentava como uma...
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“A PALAVRA DE MUSSOLINI SERÁ OUVIDA NO BRASIL”: PROPAGANDA E COLABORAÇÃO FASCISTA-INTEGRALISTA NAS PÁGINAS DO JORNAL “A OFFENSIVA”

    Os discursos, símbolos e figuras da extrema-direita vêm se tornando cada vez mais populares. Isso não acontece apenas com personalidades nacionais, como, por exemplo, o ex-presidente Jair Bolsonaro no Brasil ou Javier Milei na Argentina, mas também com figuras nacionalistas internacionais que passam a ser assimiladas por setores da direita de outros países, inclusive na América Latina. Foi o que ocorreu com a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos em 2024, fato que gerou grande reação em grupos bolsonaristas brasileiros, que comemoraram a eleição do empresário estadunidense (O GLOBO, 06/11/2024).                 Nos anos 1930,ocorria a ascensão de movimentos fascistas e inspirados no fascismo em todo o planeta, e no Brasil não foi diferente. Fundada em 1932 pelo escritor e jornalista Plínio Salgado (1895-1975), a Ação Integralista Brasileira foi o primeiro partido político de mobilização nacional n...

O NEGRO COMO AGENTE HISTÓRICO: A MÚSICA NEGRA COMO FONTE HISTÓRICA

  Capa do álbum Outras Esferas, que contém a música Da Lama/Afrontamento de Tássia Reis e Stefanie (2016). Disponível em: https://i.scdn.co/image/ab67616d0000b27354fca47820e9f3e0adc617bd Acesso em: 01/04/25. O processo de marginalização é algo que a população negra já vivencia no Brasil desde o momento em que o primeiro navio negreiro desembarcou na costa brasileira. Sendo que o Brasil foi o último país das Américas a abolir a escravidão (1888), e, ao contrário do que os livros de história ainda contam, isso não foi graças a uma princesa branca, mas sim fruto de uma luta violenta e persistente ao longo de séculos, protagonizada por negros que lutaram para que sua liberdade fosse respeitada. Como já coloca Elza Soares (2002) em sua música “A Carne”, o local do negro na sociedade brasileira é bem definido, sendo ele, A carne mais barata do mercado é a carne negra Que vai de graça pro presídio E para debaixo do plástico Que vai de graça pro subemprego E pros hospitais psiqui...

A REVOLUÇÃO HAITIANA: O PASSADO QUE NOS ENSINA A CONSTRUIR O FUTURO

  Autoria: Bailey Torres Link de acesso: https://unsplash.com/pt-br/fotografias/homem-tocando-instrumento-de-sopro-9-Mt_kNlj9Y A vida é feita de ciclos, momentos de encerramento e novos começos. Em meio a rotinas e desafios diários, sempre buscamos motivos para celebrar nossas conquistas e renovar nossa disposição para enfrentar o que está por vir. É uma oportunidade de reafirmar valores como a confiança, o respeito às relações humanas, o desejo de paz e a busca por um futuro mais digno. O compromisso de evoluir como indivíduos justos, íntegros e empáticos faz parte dessa trajetória. Independentemente do lugar onde estamos, a passagem do tempo sempre nos convida à reflexão. Não basta esperar que as mudanças aconteçam sozinhas; é necessário agir, reavaliar escolhas e traçar novas estratégias para alcançar nossos objetivos. O cotidiano nos ensina que o progresso vem do esforço contínuo, da resiliência e da coragem para superar adversidades. Como seres humanos, sonhar e planejar...

Entre fronteiras e ideias: as contribuições de Emilia Ferreiro para a alfabetização no Brasil

 “ Alfabetizar não é um luxo, é um direito.” Emilia Ferreiro, 1989 Emilia Ferreiro (1937–2023) deixou um legado profundo para a educação na América Latina. Criadora da teoria da psicogênese da língua escrita, desenvolvida em parceria com Ana Teberosky, transformou de maneira significativa a compreensão sobre o processo de alfabetização (Mello, 2011). Reconhecida como uma das principais pensadoras do século XX no campo da psicolinguística, sua obra influenciou políticas públicas, práticas pedagógicas e a formação de professores(as) em diversos países, com destaque para o Brasil.  Mas sua obra não chegou ao Brasil pronta e acabada. O que foi feito com suas ideias? Como foram adaptadas? Quem foram os responsáveis por essa mediação? Essas foram algumas das perguntas que motivaram a pesquisa de mestrado que realizei no Programa de Pós-Graduação em História da UNILA, questões que compartilho aqui com o(a) leitor(a).  Emilia Ferreiro nasceu na Argentina, em 1937, e formou-se em ...