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Mostrando postagens de agosto, 2017

"Foi uma experiência única": entrevista com Ariana Mara da Silva, bacharel em História – América Latina pela UNILA

Nessa semana de mobilizações em torno do projeto da UNILA, trazemos ao blog um pouco da experiência de nosso curso de História pelo olhar de Ariana Mara da Silva, formada no curso em 2016. Atualmente na pós-graduação da Universidade Federal da Bahia, Ariana conta sua visão do que a UNILA proporcionou de único em sua formação, descrevendo ainda a pesquisa que realiza atualmente no mestrado, sobre mulheres lésbicas negras artistas de rap na América Latina, também marcada por estudos iniciados na UNILA. A entrevista foi realizada por Alexandre Araújo de Sousa, bolsista de extensão do blog. Quando você entrou no curso de História – América Latina da UNILA? E porque escolheu a UNILA? Ariana Mara da Silva: Eu entrei na UNILA em 2011. O nome do curso ainda era “História e Direitos Humanos na América Latina” e eu recém tinha saído do curso de Relações Internacionais em uma universidade privada da minha cidade. Nessa universidade anterior eu tive uma professora formada pelo PROL

O passado e a história

Marc Bloch já advertira, em Apologia da História, ou, O Ofício do Historiador , que os historiadores não estudam o passado. Estudam, sim, os homens “no tempo”. No entanto, o passado, enquanto objeto e constante presença, compõe parte importante das preocupações dos historiadores. Pensar sobre o que é passado tem feito historiadores e teóricos da história observarem que convivemos com diferentes “passados”, ou diferentes visões sobre os mesmos. No romance inglês The Go-between , de L. P. Hartley, publicado em 1953, há uma frase que se tornou emblemática de uma forma específica de enxergar o passado: “O passado é um país estrangeiro; eles fazem as coisas de forma diferente lá” (“The past is a foreign country; they do things differently there”). Nessa visão, o passado é estranho , é diferente do nosso presente, e esse gesto de marcar uma diferença entre nós (hoje) e eles (ontem) seria inaugural do pensamento histórico. Separamos uma parte da realidade, a denominamos passado , e nos ded