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Mostrando postagens de julho, 2021

Quadrinhos e história: olhares sobre a Ásia e da Ásia

  As histórias em quadrinhos, amplamente lidas ao redor do mundo, podem ser consideradas também como tema de estudo por pesquisadores de diferentes áreas. Na área da História, entre as possibilidades de abordagem dos quadrinhos como objeto de estudo, podemos indicar, por exemplo, a investigação de processos históricos relacionados à elaboração de histórias em quadrinhos – em âmbito regional, nacional ou transnacional (LENT; 2015; MAZUR e DANNER, 2014). Percebidos como fontes, os quadrinhos nos permitem conhecer e analisar, entre outras coisas, testemunhos e percepções sobre períodos e processos históricos específicos, em várias regiões do planeta. Tomemos como exemplo alguns quadrinhos relacionados à Ásia, publicados em língua portuguesa. Comecemos pela categoria de memórias e testemunhos. Em Uma vida chinesa (2015), Li Kunwu, artista chinês, constrói, em diálogo com Philippe Ôtié, roteirista francês, um testemunho sobre a história da República Popular da China. Por meio de O Menino

Historiadorxs formadxs na UNILA: entrevista com André Sabino

Publicamos hoje no Blog de História da UNILA entrevista com André Sabino, formado em História - América Latina pela nossa universidade. Complementando nossas entrevistas anteriores com egressos do curso, André nos conta sobre sua experiência na UNILA e os impactos que a proposta pedagógica da universidade trouxe sobre sua visão de mundo. André nos fala ainda de sua monografia de conclusão de curso, um estudo sobre a historicidade budista a partir do Templo Chen Tien de Foz do Iguaçu. André, muito obrigado por nos conceder essa entrevista. Inicialmente, gostaríamos que você se apresentasse aos nossos leitores e leitoras. André Felipe Delfino dos Reis Sabino: Meu núcleo familiar nasceu na cidade de São Paulo com pais paulistanos, porém meus avós paternos são cearense e baiano e meus avós maternos são paulistana e mineiro, frutos do êxodo rural do século passado. Fui a Foz movido fortemente pelo projeto de integração latino-americana pluricultural da UNILA, especialmente no nível de prof

Historiadorxs formadxs na UNILA: entrevista com Jéssica Lima Bonfim

Publicamos hoje no Blog de História da UNILA entrevista com Jéssica Lima Bonfim, historiadora formada em 2019 no curso de História - América Latina da UNILA. Jéssica nos conta suas experiências no curso e fala sobre sua pesquisa de monografia, que envolveu história oral e buscas nos arquivos de imigração da Argentina. Boa leitura a todxs! Jéssica, muito obrigada por nos conceder esta entrevista. Inicialmente, gostaríamos de pedir que você se apresentasse aos nossos leitores e leitoras. Jéssica Lima Bonfim: Olá! Eu me chamo Jéssica Lima e sou formada em História - América Latina na UNILA. Em dois momentos fiz entrada no curso. A primeira, em 2011, e a segunda, em 2016. Na última, concluí a graduação aproveitando estudos, em agosto de 2019. Nasci em Brasília, mas toda minha família veio do Nordeste na época da construção da cidade. Quando estava por finalizar o ensino médio, busquei as opções existentes para ingressar numa universidade pública ou conseguir uma bolsa de estudos em univer

O papel da oralidade no reino Zulu (África do Sul)

Ao longo do século XIX, um dos principais centros de poder político no sul da África foi o reino Zulu. Os pesquisadores explicaram a formação do reino Zulu como resultado de transformações sociais, políticas e econômicas iniciadas nas últimas décadas do século XVIII, em uma região localizada na atual província de Kwazulu-Natal, na África do Sul. Nesse período, algumas linhagens da região se envolveram na caça e na comercialização de marfim ou de gado com o litoral, e desenvolveram um novo tipo de organização de guerreiros: os amabutho, que eram regimentos de guerreiros separados por faixas etárias, e que atuavam tanto nas atividades de guerra quanto na organização das caçadas. Esses e outros fatores levaram ao fortalecimento de alguns reinos, chefias e linhagens. Foi nesse contexto que surgiu o reino Zulu. Até então, os Zulus, um povo de língua e cultura Nguni, formavam um pequeno conjunto de famílias localizadas nas proximidades do rio White Mfolozi. Eles se consideravam descendentes