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Mostrando postagens de outubro, 2020

Arquivos comestíveis: história e biodiversidade no Sul da Ásia

Em nossa nova postagem da série de temas em História da Ásia, publicadas sempre na última semana do mês pelo Blog de História da UNILA , destacamos dois olhares diferentes sobre alimentação, história e arquivística. Estudos em história da alimentação, em toda sua riqueza, permitem-nos pensar sobre a história de alimentos específicos, técnicas de preparação e hábitos de consumo ao longo do tempo, entre outras possibilidades. Entre as fontes a que recorrem historiadoras e historiadores para elaborar seus estudos sobre alimentação, encontramos documentos variados, como cadernos e livros de receitas, registros comerciais e textos literários, por exemplo. Nesta postagem, gostaríamos de apresentar uma discussão centrada nos alimentos vivos – como sementes ou preparados para consumo – e em sua capacidade de construir arquivos, a partir de uma experiência recente no Sul da Ásia. Boa leitura!   Arquivos comestíveis: história e biodiversidade no Sul da Ásia   Processos de modernização ag

Rebeliões Escravas e Discos Voadores: conversas sobre metodologia da História

Nos dias 7 e 14 de outubro últimos, o Laboratório de Estudos Culturais (LEC) e o Programa de Pós-Graduação em História (PPGHIS) da UNILA organizaram duas palestras voltadas para discussões de metodologia de pesquisa em História, no evento A Pesquisa em História: Diferentes Abordagens teórico-metodológicas . Com temas distintos e abordagens ricas em análises de fontes, os professores Ricardo Figueiredo Pirola (Unicamp) e Rodolpho Gauthier Cardoso dos Santos (IFMG) apresentaram os aspectos metodológicos de suas pesquisas. As palestras, realizadas virtualmente pela plataforma RNP de conferências online, tiveram apresentação e coordenação da profa. Rosangela de Jesus Silva (LEC/PPGHIS-UNILA) e contaram, na organização, com o apoio dxs professorxs Mirian Santos Ribeiro de Oliveira e Pedro Afonso Cristovão dos Santos (ambxs do LEC/PPGHIS-UNILA). As atividades fizeram parte das disciplinas de Teoria e Metodologia da História e Seminário de Pesquisa do Mestrado em História da UNILA, reunindo,

Monumentos históricos e heranças de opressão nos protestos de 2020: Entrevista com Ana Rita Uhle, professora de História da UNILA

Ao longo deste ano de 2020, mesmo em meio à pandemia de Covid-19, milhares de pessoas ao redor do mundo têm saído às ruas para protestar contra o racismo e outras formas históricas de opressão, tendo as estátuas e monumentos públicos como alvo e palco das manifestações. Nesta última segunda-feira, 12 de outubro, data que marca a chegada da expedição de Cristovão Colombo às Américas, novos protestos foram registrados; em Portland, nos EUA, estátuas de ex-presidentes norte-americanos foram alvo, também em razão de políticas contra populações indígenas . Nos EUA, por exemplo, nas manifestações registradas até aqui, personalidades racistas que foram e ainda são homenageados publicamente, passaram a ser questionadas, como o general Robert E. Lee, líder militar dos confederados na Guerra Civil norte-americana (em defesa da manutenção da escravidão no país) e figuras que foram donos de escravos, como  George Washington e Thomas Jefferson. O presidente norte-americano Woodrow Wilson, que assin

A guerra contra o Paraguai: uma guerra que não termina

Diz-se muitas vezes que a história é escrita pelos vencedores. Eles podem dar-se o luxo de esquecer, enquanto os perdedores não conseguem aceitar o que aconteceu e são condenados a remoê-lo, revivê-lo, refletir sobre como poderia ter sido diferente. Peter Burke (2000, p. 83).  Entre 1864 e 1870 ocorreu uma das maiores guerras da história latino-americana, a Guerra da Tríplice Aliança contra o Paraguai. Portanto, neste ano de 2020, faz 150 anos que a guerra terminou. As armas foram depostas, mas a guerra não terminou completamente. Em 1864, o Paraguai apreendeu o vapor brasileiro Marquês de Olinda e invadiu a Província de Mato Grosso. Foi uma resposta à invasão do Uruguai pelo Brasil. O Brasil tinha invadido o território uruguaio com o objetivo de depor o presidente Atanasio Aguirre, avesso à crescente influência brasileira no país. Aguirre era aliado de Francisco Solano López, o governante paraguaio. Em 1865, o Paraguai invadiu a Argentina com o objetivo de chegar à província brasile