Nos dias 7 e 14 de outubro últimos, o Laboratório de Estudos Culturais (LEC) e o Programa de Pós-Graduação em História (PPGHIS) da UNILA organizaram duas palestras voltadas para discussões de metodologia de pesquisa em História, no evento A Pesquisa em História: Diferentes Abordagens teórico-metodológicas. Com temas distintos e abordagens ricas em análises de fontes, os professores Ricardo Figueiredo Pirola (Unicamp) e Rodolpho Gauthier Cardoso dos Santos (IFMG) apresentaram os aspectos metodológicos de suas pesquisas. As palestras, realizadas virtualmente pela plataforma RNP de conferências online, tiveram apresentação e coordenação da profa. Rosangela de Jesus Silva (LEC/PPGHIS-UNILA) e contaram, na organização, com o apoio dxs professorxs Mirian Santos Ribeiro de Oliveira e Pedro Afonso Cristovão dos Santos (ambxs do LEC/PPGHIS-UNILA). As atividades fizeram parte das disciplinas de Teoria e Metodologia da História e Seminário de Pesquisa do Mestrado em História da UNILA, reunindo, além dos ouvintes externos, as turmas 2019 e 2020 do Mestrado, que incluem estudantes das cinco regiões do Brasil e de diferentes países da América Latina e África. Ao todo, em torno de 100 participantes acompanharam os dois dias do evento. Dentre eles, ouvintes de diferentes instituições de ensino público do país, como UFBA, UFMG, UFF, Universidade Federal do Acre, Universidade Federal de Sergipe e Universidade Federal de Uberlândia.
O Blog de História da UNILA traz hoje um resumo do evento A Pesquisa em História: Diferentes Abordagens teórico-metodológicas. Ao final da postagem, incluímos uma breve biografia dos palestrantes.
História Vista de Baixo: Estudos da Rebeldia Escrava
no Brasil
Ricardo Figueiredo Pirola (UNICAMP)
07/10/2020
A ideia da
palestra do prof. Ricardo, intitulada "História vista de baixo: estudos da
rebeldia escrava no Brasil", surgiu da importância de se dar ênfase aos
métodos que são utilizados pelos professores em suas pesquisas. Tema que pode
servir de estímulo para os estudantes pensarem em seus futuros projetos de
pesquisa.
Para Ricardo
Pirola, a história vista de baixo é
um tópico necessário, para que possamos compreender como os africanos e
afro-brasileiros escravizados se organizavam, pensavam seus movimentos e
exerciam a política. Tema que Pirola aborda com maior profundidade em seu livro
Senzala insurgente (2011).
No início da
palestra, Ricardo Pirola citou o poema “Perguntas
de um Operário Letrado” do dramaturgo alemão Bertolt Brecht (1898-1956) para elucidar que o tipo
de questionamento defendido pela história vista de baixo já era provocado na
década de 1930, mas neste período o campo historiográfico não os punha em
prática.
As perguntas
que surgem do poema de Brecht são: quem são os agentes da história?; quem
preenche as páginas dos livros e suas narrativas?; sobretudo, quem são as
pessoas que definitivamente construíram a história que lemos nos livros?
Contudo, na década de 1960, com os historiadores marxistas ingleses, o conceito da história vista de baixo foi levado adiante. Inicialmente o campo foi dominado pela historiografia britânica que abordou os movimentos dos trabalhadores ingleses após a Revolução Industrial entre os séculos XVIII, XIX e XX. O historiador inglês E.P. Thompson (1924-1993) foi um dos primeiros pesquisadores que se preocupou com a necessidade de uma história vista de baixo na academia (O Blog de História da UNILA abordou a “história vista de baixo” nesta postagem).
Um dos
maiores desafios em pesquisar a rebeldia
escrava no Brasil consiste em saber quais
fontes utilizar, pois a maior parte dos registros escritos da época (século
XIX) são de autoria dos patrões e senhores de escravos. Tendo em vista esse
ponto fundamental surge a questão, como é possível refletir sobre a forma pela
qual os escravizados africanos e afro-brasileiros se organizavam politicamente,
se não há registros produzidos por eles mesmos?
Para
responder a essa questão, o professor Ricardo elucidou que a partir da Escola dos Annales e da Micro História, pôde-se resolver esse
déficit, pois eles ampliaram as possibilidades do uso de múltiplas fontes. Assim
um objeto de pesquisa pode surgir indiretamente e diretamente em diversos tipos
de fontes que antes eram negadas.
A expansão
do conceito da história vista de baixo para outras épocas e regiões está
presente nas obras de Le Roy Ladurie (1929-) em Montaillou (1975),
que aborda a França do século XIV; e Carlo Ginzburg (1939-) em O queijo e os vermes (1976) que aborda a história de um
moleiro italiano no século XVI. O professor ressaltou que tanto Ladurie como
Ginzburg utilizaram fontes da inquisição. É assim que a história vista de baixo
vai dos marxistas ingleses para outros países e outras correntes teóricas, sem
deixar que o seu olhar abandonasse os indivíduos comuns e o cotidiano.
Citando
alguns dos seus principais referenciais teóricos e historiográficos, o
professor Pirola argumentou que a tese de Robert Slenes sobre história demográfica e econômica, tem um impacto significativo
sobre como podemos lidar com as fontes, pois Slenes parte de muitas fontes
primárias (cartoriais e eclesiásticas), com o objetivo de entender a história
do ponto de vista dos escravizados, incluindo os seus conceitos de família e comunidade.
Outros autores que fizeram sérias provocações neste sentido são: Sidney
Chalhoub; Silvia Lara e Hebe Mattos.
A História da escravidão nos revela os estudos de
novos tipos de fontes: cartoriais, eclesiásticas, jurídicas, policiais, demográficas.
Alguns autores que se debruçaram sobre os estudos da
rebeldia dos escravizados: João José Reis, Robert Slenes, Flávio Gomes e Maria
Helena Machado.
Ricardo
Pirola apontou ainda como base metodológica e teórica as obras dos autores João
José Reis, Rebelião escrava no Brasil (1986) e Robert Slenes, A Árvore de Nsanda transplantada (2006). O motivo para tal consiste em
que os dois autores partem de casos extraordinários e eventos de grande
repercussão, tendo como método objetivo retirar as fontes judiciais ou policiais
geradas por esses fenômenos, como insurreições, greves, paralisações. A partir
disso, os pesquisadores precisaram realizar densos estudos de épocas e lugares,
para que seja possível fazer o cruzamento de fontes diversas que passaram pelo
mundo atlântico, pois somente desta forma é possível responder às seguintes
questões: como era o mundo que deu origem
à revolta, quais eram as condições que construíram o senso de comunidade dos
escravizados?
Por esta razão, realizar uma história vista de baixo no mundo atlântico é uma ação que exige atenção não só às fontes de uma localidade geográfica, mas também de todas as outras que com ela tiveram contato. Em vista disso fica claro que para se compreender a história dos escravizados no Brasil é necessário compreender a história da África e perceber as trocas do mundo Atlântico.
Durante a
palestra, uma das principais questões levantadas pelo professor convidado foi: quais são as contribuições da história vista
de baixo?
Para
responder, o prof. Ricado Pirola citou novamente Rebelião Escrava no Brasil, de João José Reis, para explicar a
forma como o autor percebe o peso central da influência da religião islâmica
para embalar os movimentos das classes subalternas no Atlântico Sul. Reis
percebe que não há uma influência iluminista
na Revolta dos Malês e sim muçulmana, o que faz toda a diferença na narrativa
histórica do evento.
Ricardo
citou também a importância, a partir de suas próprias pesquisas e das de Robert
Slenes, de considerar as ideias do mundo centro-africano, pois o autor consegue
perceber que no caso do Congo e da Angola não houve uma influência direta do Islã,
mas sim de outras tradições ideológicas locais. Os escravizados traziam da África
os seus próprios conceitos de justiça e dignidade, junto à herança dos
movimentos de aflição, que se convertiam em movimentos de luta política. Pirola
lembra que esses movimentos eram muito fortes no Sudeste brasileiro do século
XIX.
Para Pirola,
A Hidra de Muitas Cabeças (2000), dos historiadores Peter Linebaugh (1943-) e Marcus
Rediker (1951-) é também uma importante referência, pois os autores
conseguem perceber como as correntes atlânticas marítimas serviam para a
circulação de ideias revolucionárias, ideias que eram passadas e conduzidas de
forma silenciosa para que em um outro momento pudessem explodir em um evento
extraordinário.
Para
encerrar a palestra Ricardo Pirola citou a Apologia
à história, de Marc Bloch
(1886 - 1944), onde o historiador afirma ser como o ogro da lenda, “onde fareja carne humana, sabe que ali está
a sua caça”. Portanto, seja qual for a ação do homem no tempo, é ela que
interessa ao ofício dos historiadores. Além disso, o movimento revolucionário
derrotado uma vez em sua época, pode vir a ser derrotado novamente se
esquecido. Tratar desses temas é reconectar pontas dispersas no tempo e no
espaço (independente de fronteiras regionais e nacionais).
O livro A invenção dos discos voadores: Guerra Fria, imprensa e ciência no
Brasil (1947-1958) (2016)
foi fruto da dissertação de mestrado de Rodolpho Gauthier, que contou durante a
palestra a história de sua pesquisa. Na adolescência Rodolpho participou de
grupos ufológicos, que é o conjunto de assuntos e atividades associadas com o
interesse em objetos voadores não identificados, o que o levou a seguir com
esse interesse na universidade. Rodolpho destacou as políticas
públicas (Capes e Fapesp) e o apoio institucional para o prosseguimento de sua
pesquisa. Nesse processo também se dedicou ao estudo de línguas estrangeiras, o
que foi fundamental para busca de outras fontes. Entretanto Rodolpho tinha um
profundo dilema metodológico: como estudar algo que não é identificável e
que não possui comprovações científicas?
Para
responder a esse questionamento, Rodolpho começou esclarecendo que, por
exemplo, a revista O Cruzeiro (1928 - 1975), uma das mais influentes do
período, possuindo grandes ilustrações e fotografias em uma época em que a TV
ainda não havia chegado à casa de todos os brasileiros, apostava em matérias
sobre discos voadores, (há cerca de 60 a 70 matérias durante os anos 50).
A partir
destas fontes, Rodolpho passou o mudar o questionamento para a razão do
crescente interesse pelo tema desde os anos 1950, o que poderia ter acontecido
ou estar acontecendo para que tal fenômeno acontecesse. Desse modo, alterou seu
objeto de pesquisa para algo identificável e concreto: a imprensa.
No mestrado,
Rodolpho passou a se preocupar com o que os jornais e revistas de menor público
e influência publicaram sobre a temática dos discos voadores, assim pôde
compreender as nuances do tema e ampliar suas fontes.
Rodolpho
afirma que para o historiador trabalhar com imprensa é fundamental cruzar as
fontes primárias e bibliográficas. O professor lembrou a importante criação da Hemeroteca Digital da
Biblioteca Nacional, que pode facilitar o ofício do historiador na hora da
realização das pesquisas. Entretanto, apontou para os riscos da perda de
contexto, por isso é necessário observar os temas correlacionados com o da
pesquisa. Para além disso, aponta para o cuidado com as visões reducionistas da
história a respeito do público leitor. Não se pode ter um olhar maniqueísta a
respeito do jornalismo, já que o leitor não é somente um agente passivo naquele
contexto. Rodolpho também mencionou a importância da realização de entrevistas
com jornalistas que atuaram na imprensa no seu período de estudo, relatando que
graças a esses métodos ele pode descobrir que a redação possuía maneiras de
saber quais matérias mais interessavam o público, decifrando um pouco a grande
demanda de matérias sobre discos voadores foi grande durante nos anos 50.
Enfatizando
a importância do contexto histórico da pesquisa, Rodolpho conta que a partir de
sua pesquisa notou que a Guerra Fria e o Desenvolvimento da Ciência,
especialmente da Astronáutica, em meados do século XX, influenciaram a
curiosidade por discos voadores. Mesmo
que a ciência despertasse um certo tipo de medo e estranheza, estava cada dia
mais presente no cotidiano das pessoas por meio do desenvolvimento tecnológico
que resultou em TVs, rádios e avanços na medicina. Além do mais, após o início
da corrida espacial, surgiram muitas expectativas em torno da possibilidade da
vida fora da terra. O professor também lembrou o caso gerado pela rádio novela A Guerra dos Mundos (1938), de Orson Welles, que às
vésperas da Segunda Guerra Mundial simulou uma invasão extraterrestre e deixou
a população em pânico.
O surgimento
da expressão flying saucer (disco
voador), está diretamente ligado à imprensa, na edição de 25 de junho de 1947 do jornal East Oregonian. Como explicou o
prof. Rodolpho Gauthier, um piloto civil chamado Kenneth Arnold relatou para dois jornalistas ter
avistado no céu objetos que se assemelhavam a bumerangues que flutuavam de
maneira oscilante. A primeira especulação era que poderiam ser naves russas,
porém o jornalista que escreveu o relato entendeu algo errado e publicou que o
piloto havia avistado discos voadores e não bumerangues que flutuavam. Após tal
confusão, muitos sujeitos que haviam lido o jornal passaram a ver no céu os
“discos voadores” que o jornalista pensou ter ouvido da boca de Kenneth Arnold. O fenômeno
fundamental que Rodolpho observa é que a imprensa foi capaz de mudar um
avistamento, uma visão, e a expressão flying
saucer passou a ser difundida dos Estados Unidos para o mundo. A confusão
permaneceu e ajudou a moldar a história dos avistamentos nos anos seguintes.
Após essas
apurações, Rodolpho partiu para a análise da discussão pública, fazendo um
levantamento para saber sobre o que a imprensa falava em relação aos
misteriosos discos voadores. O prof. Gauthier observou que, inicialmente, no
ano de 1947, a imprensa se debruçava sobre a seguinte questão, “será que existem
discos voadores?”. Em 1950, três anos após o ocorrido, a questão passou a ser
outra, “seriam esses discos voadores armas secretas de alta capacidade
destrutiva?”. Já em 1954, seis anos após o ocorrido, surgiu uma nova onda
dentro da discussão, “seriam eles interplanetários?”. Rodolpho defende que aqui
a imprensa passa a perceber que Alienígenas despertavam mais curiosidade do que
armas secretas; armas secretas já eram parte do imaginário cotidiano da Guerra
Fria, mas vida fora da terra era uma coisa nova. Portanto, no ano de 1957 já
não havia dúvidas por parte da imprensa: tratava-se de seres “interplanetários”.
A partir destas apurações, Rodolpho lembrou durante a palestra um curioso caso que aconteceu nesse contexto de difusão da ideia de “discos voadores”. O espião nazista Josef Jacob Johannes Starziczny, que foi preso no Brasil após o fim da Segunda Guerra, disse enquanto estava preso que era capaz de produzir discos voadores para o Brasil, caso fosse feito um bom acordo, pois essa habilidade teria sido uma das coisas que ele aprendera na Alemanha nazista. Evidentemente, isso não passava de uma mentira.
Outro
curioso caso é o da já citada revista O Cruzeiro, que publicara em uma
edição a foto de um disco voador na capa. Essa foto teria sido tirada na Barra
da Tijuca, no Rio de Janeiro (então uma região pouco habitada da cidade), pelos
jornalistas da revista, que foram os únicos a que avistarem o objeto (coincidência,
não?). Rodolpho conta que na época o próprio exército brasileiro havia
confirmado que a foto era real, porém hoje já se sabe que aquelas fotografias
haviam sido tiradas de uma maquete feita dentro do estúdio da revista. A
justificativa para isso era a disputa pela venda das edições.
Por fim,
Rodolpho defende a importância da temática escolhida por ele. Gauthier destacou
que o estudo da História Cultural é fundamental, pois a cultura ajuda a
constituir a realidade que vivemos, a forma como pensamos e agimos. O prof.
Gauthier mencionou as pesquisas de Roger Chartier (1945-), em particular o
conceito de representação, como importantes referências nessa área (Chartier
foi tema de duas postagens do nosso blog, que podem ser relidas aqui
e aqui).
Rodolpho Gauthier também destacou que a abordagem a partir da cultura não
implica, necessariamente, um descuido com as temáticas sociais e econômicas. Na
análise da imprensa, o aspecto financeiro (vendas de jornais, tiragens) e
social (quem eram os jornalistas e o público leitor) são fundamentais para uma
visão de contexto. A temática de estudo do seu mestrado foi capaz de revelar
vários traços importantes do imaginário e da cultura em meados do século XX.
Mais do que curiosidades, os alienígenas, enquanto metáfora do outro, podem
revelar muito sobre como uma sociedade se vê, quando confrontada com a
possibilidade de um visitante externo.
Os
palestrantes do evento A Pesquisa em História: Diferentes Abordagens
teórico-metodológicas (07-14/10/2020):
Ricardo
Figueiredo Pirola é professor doutor da Universidade Estadual de
Campinas (Unicamp). Possui graduação em História pela Universidade Estadual de
Campinas (2001). Obteve os títulos de mestrado (2005) e doutorado (2012) em
História também pela mesma instituição. Tem experiência na área de História,
com ênfase em História do Brasil Império, História da África e História
Contemporânea, atuando principalmente nos seguintes temas: escravidão, cultura
afro-brasileira, história do direito.
Rodolpho
Gauthier Cardoso dos Santos é bacharel e licenciado em História pela Unicamp (2005), mestre pela mesma
universidade (Unicamp, 2009) e doutor em História (USP, 2015). É professor do
IFMG (Instituto Federal de Minas Gerais), campus Ouro Branco. Atualmente,
coordena a Licenciatura em Pedagogia. Faz parte do corpo docente do Mestrado
Profissional em Educação Profissional e Tecnológica (PROFEPT). Tem interesse
pelos seguintes temas: Mídia e Educação/Educomídia, Ensino de História,
História da América (Cone Sul), História do Brasil República e Educação
patrimonial.
Referências
bibliográficas das pesquisas apresentadas:
PIROLA,
Ricardo Figueiredo. Senzala insurgente. Malungos, parentes e rebeldes
nas fazendas de Campinas (1832). Campinas: Editora UNICAMP, 2011.
SANTOS,
Rodolpho Gauthier Cardoso dos. A Invenção dos Discos Voadores: Guerra
Fria, Imprensa e Ciência no Brasil (1947-1958). São Paulo: Alameda, 2016.
Indicações
de leitura:
GINZBURG, Carlo. O queijo e os vermes. São Paulo: Companhia das
Letras, 2006.
LADURIE, Emmanuel Le Roy. Montaillou, povoado occitânico de 1294
a 1324. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.
LINEBAUGH, Peter, e REDIKER, Marcus. A hidra de muitas cabeças. São
Paulo: Companhia das Letras, 2008.
REIS, João José. Rebelião escrava no Brasil: a história do
levante dos Malês em 1835. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.
SLENES, Robert W. “A árvore de Nsanda transplantada: cultos kongo de
aflição e identidade escrava no Sudeste brasileiro (século XIX)” in: LIBBY,
Douglas C. & FURTADO, Júnia Ferreira (org). Trabalho livre, trabalho
escravo: Brasil e Europa, séculos XVIII e XIX. São Paulo: Annablume, 2006,
pp. 273-316.