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Mostrando postagens de julho, 2017

A preservação de arquivos digitais

Comentamos, no post “A formação e preservação de arquivos e a escrita da história”, projeto de lei no Brasil que prevê a destruição de documentos após sua digitalização. A proposta sugere noção de segurança a respeito dos arquivos digitais que, no entanto, ainda está longe de ser realidade. O registro em forma digital não possui, por ora, a garantia de longevidade que poderíamos esperar. Incêndios, roubos, deterioração, podem destruir papéis e documentos físicos; mas outros tipos de perigo cercam os documentos digitais, e sua preservação para o futuro permanece questão complexa para arquivistas e historiadores. Os arquivos digitalizados e os arquivos já “nascidos” digitais, como e-mails, vêm colocando problemas a esses especialistas quanto à sua preservação desde os anos 1980 e 1990. A fragilidade desses registros se destaca: um livro antigo pode ter uma parte danificada (algumas páginas, por exemplo), enquanto arquivos digitais, em muitos casos, quando são danificados, se perdem po

Dos arquivos do blog: “A Universidade Latino-Americana: suas possibilidades e responsabilidades”

No contexto dos debates atuais a respeito da UNILA, retomamos uma das postagens mais lidas de nosso blog, publicada em dezembro do ano passado: "A Universidade Latino-Americana: suas possibilidades e responsabilidades", em português e espanhol. A atualidade de uma discussão com (pelo menos) mais de cinquenta anos nos surpreende e inspira. Confiram o texto em português: http://unilahistoria.blogspot.com.br/2016/12/a-universidade-latino-americana-suas.html E em espanhol: http://unilahistoria.blogspot.com.br/2016/12/la-universidad-latino-americana-sus.html A América invertida, do artista uruguaio Joaquín Torres Garcia (1874-1949), de 1943 (imagem extraída de http://semiedu2013.blogspot.com.br/2013/04/nuestro-norte-es-el-sur.html, acesso em 21 de julho de 2017) Prof. Pedro Afonso Cristovão dos Santos

A formação e preservação de arquivos e a escrita da história

Segundo Michel de Certeau, “Em história, tudo começa com o gesto de selecionar , de reunir, de, dessa forma, transformar em ‘documentos’ determinados objetos distribuídos de outra forma”. Essa tarefa consiste em “ produzir tais documentos”, “em ‘isolar’ um corpo”, formando uma “coleção” (CERTEAU, 1976, p. 30, grifos no original). Para Certeau, o primeiro ato do que chama de operação histórica , a produção do conhecimento em história, é a formação de um conjunto de fontes por parte do historiador. Certeau compreende que o historiador “produz” suas fontes porque estas não existem em si; isto é, um registro do passado, um artefato, não é por si só uma fonte para o historiador. Depende do gesto deste último, que retira os artefatos de seu circuito original, separa-os e denomina-os arquivos . Seus questionamentos farão o arquivo falar , constituindo-os com fontes para o problema que move a pesquisa do historiador. Indo além da prática de historiadores, em particular, como podemos pensa