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Mostrando postagens de julho, 2020

Da década de 1970 a 2020: Jacques Le Goff, a Nova História e as previsões sobre o futuro da historiografia

O historiador francês Jacques Le Goff (1924-2014) foi um dos maiores especialistas em Idade Média. O autor era membro da terceira geração da Escola dos Annales (1968-1989) e se dedicou à antropologia histórica do Ocidente medieval. Na obra A Nova História (1979) , Le Goff discute as gerações dos Annales, defende o valor das memórias coletivas para a construção de narrativas históricas, aponta a necessidade do diálogo da história enquanto ciência com os outros saberes científicos e avalia como a história de pessoas comuns é tão relevante para os processos históricos quanto a história dos “Grandes Homens”. Jacques Le Goff Le Goff explica que há três fenômenos que indicam a emergência de um novo campo do saber como a Nova História . Um desses fenômenos é a afirmação das ciências, (sejam elas novas, ou surgidas a décadas), que atravessam a fronteira da divulgação universitária; a Sociologia é um bom exemplo disto. Outro ponto são as renovações em níveis de problemática, ou de e

O jogo da história: Durval Muniz de Albuquerque e Michel Foucault

No texto A história em jogo: a atuação de Michel Foucault no campo da Historiografia ,  Durval Muniz de Albuquerque , questiona o motivo de alguns eventos célebres como jogos e carnavais, que fazem parte da cultura brasileira, serem vistos pela historiografia do País como eventos secundários ou simples quebras de rotina. O autor analisa como o jogo é pensado pela filosofia, ao longo dos séculos e afirma que no campo da filosofia não há muitas reflexões em torno desses temas, pois ao que parece para os filósofos e pensadores esses não eram temas dignos o suficiente de serem versados. Albuquerque esclarece que no pensamento da tradição cristã o ato de jogar poderia ser considerado um momento de descanso para o retorno renovado ao trabalho, mas com muita moderação, pois o mesmo poderia ser classificado como um ato pecaminoso por levar ao desregramento e ao vício. O jogo também já foi classificado como uma prova da engenhosidade humana e nos ensinaria a pensar, além de endossa

A imagem da morte em contextos de epidemia: três exemplos na imprensa brasileira entre o século XIX e o XXI - Parte II

Publicamos hoje no Blog de História da UNILA a segunda parte da postagem " A imagem da morte em contextos de epidemia: três exemplos na imprensa brasileira entre o século XIX e o XXI", escrita pela profa. Rosangela de Jesus Silva, do curso de História da UNILA e dos programas de pós-graduação em História (PPGHIS) e Literatura Comparada da UNILA. A primeira parte da postagem pode ser vista  aqui . Boa leitura a todxs! A imagem da morte em contextos de epidemia: três exemplos na imprensa brasileira entre o século XIX e o XXI - Parte II As epidemias seguiram assolando a humanidade e, no início do século XX, um episódio traumático, violento e marcante para o ocidente seria intensificado, justamente nos meses finais de seu desfecho, por uma epidemia de gripe. Há estimativas que apontam para a contaminação de cerca de um quarto da população do planeta, com mortalidade que pode ter atingido por volta de cinquenta milhões de pessoas. Em 1918 o mundo vivia o final da Primei

A imagem da morte em contextos de epidemia: três exemplos na imprensa brasileira entre o século XIX e o XXI

Publicamos hoje no Blog de História da UNILA a primeira parte da postagem " A imagem da morte em contextos de epidemia: três exemplos na imprensa brasileira entre o século XIX e o XXI", da profa. Rosangela de Jesus Silva, do curso de História da UNILA e dos programas de Pós-Graduação em Literatura Comparada e História da UNILA. Semana que vem publicaremos a segunda parte da postagem. Boa leitura a todxs! A imagem da morte em contextos de epidemia: três exemplos na imprensa brasileira entre o século XIX e o XXI Os registros de epidemias no Brasil são conhecidos desde o período colonial. Há inúmeras pesquisas ressaltam que, após o contato com o colonizador, um dos elementos determinantes do extermínio das populações originárias na América teria sido justamente as epidemias. Maria Berbara (2020) chama a atenção para estudos que estimam que essa mortalidade extrema da população nativa, depois de 1492, teria alterado inclusive o clima do planeta, já que o abandono de ime