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Mostrando postagens de agosto, 2011

A Experiência do Intercâmbio.

Quando soube que viria fazer um ano de intercâmbio em Portugal, imaginei que teria contato com outra cultura, outra paisagem, pessoas com outras crenças, outras experiências e que isso me enriqueceria. No entanto, não fazia idéia de quão rica seria a minha estadia aqui; a realidade é maior do que se imagina e o intercâmbio se tornou um “divisor de águas”. Vim morar na cidade de Braga, para estudar na Universidade do Minho. Braga fica no norte português – região mais conservadora do país – realidade bastante diferente dos dois estados brasileiros nos quais vivi, São Paulo e Tocantins. A Uminho, no ano letivo de 2010/2011, recebeu centenas de intercambistas, vindos de outros países europeus, da América Latina e de alguns países da África e Ásia. Muitos destes estudantes vivem nas residências universitárias, como eu. Assim sendo, a circulação de línguas estrangeiras no mesmo corredor foi diária. Esse convívio causou todos os choques – cultural, religioso, lingüístico, político e até mesmo

Sábado tem CineDebate nas Moradias!

            No próximo sábado, dia 27, às 15:00, nas duas moradias estudantis, retornam as sessões do CineDebate com Noite e Neblina (1955) de Alain Resnais . É a primeira sessão do ciclo  Holocausto: História, Memória e Trauma , que se desenvolverá por três sábados seguidos nas moradias, sempre às 15:00.             Mais informações em: < http://cinedebate-unila.blogspot.com/ >.             Divulguem entre os colegas e contamos com a presença de todos vocês!             Prof. Paulo Renato da Silva.

Museo Virtual MEVES (Memoria y Verdad sobre el Stronismo).

            O Paraguai tem avançado quanto à memória do período Stroessner. No mês passado entrou no ar o site do Museu Virtual MEVES ( http://www.meves.org.py/ ), no qual o internauta pode escutar testemunhos e entrevistas, “adentrar” no aparato repressivo, ver propagandas da ditadura, fotos e obras de arte daqueles anos e muito mais. Trata-se de um universo ainda pouco explorado pelos pesquisadores.             E que fique o exemplo para o Brasil.             Obrigado ao Julien do Curso de Ciência Política e Sociologia por ter me apresentado o site.             Prof. Paulo Renato da Silva.

Jorge Luis Borges e a Condição do Torturado.

            Ainda sobre Borges, a seguir o testemunho do escritor quando assistiu, em 22 de julho de 1985, ao julgamento de militares. Trata-se de uma reflexão sobre a condição do torturado: “He asistido, por primera y última vez, a un juicio oral. Un juicio oral a un hombre que había sufrido unos cuatro años de prisión, de azotes, de vejámenes y de cotidiana tortura. Yo esperaba oír quejas, denuestos y la indignación de la carne humana interminablemente sometida a ese milagro atroz que es el dolor físico. Ocurrió algo distinto. Ocurrió algo peor. El réprobo había entrado enteramente en la rutina de su infierno. Hablaba con simplicidad, casi con indiferencia, de la picana eléctrica, de la represión, de la logística, de los turnos, del calabozo, de las esposas y de los grillos. También de la capucha. No había odio en su voz. Bajo el suplicio, había delatado a sus camaradas; éstos lo acompañarían después y le dirían que no se hiciera mala sangre, porque al cabo de unas "sesiones&quo

Guerra das Malvinas: "Juan López e John Ward" de Jorge Luis Borges.

             Nas aulas de América Latina de hoje, comentamos sobre o papel da Guerra das Malvinas (1982) na última ditadura militar argentina (1976-1983). Dentre outros pontos, falamos sobre o grande apoio recebido inicialmente pelos militares ao ocuparem as Ilhas Malvinas.              O escritor argentino Jorge Luis Borges (1899-1986) era um antiperonista ferrenho e apoiou o golpe de 1976. Porém, se distanciou dos militares e foi uma das vozes – um tanto isoladas – que se manifestaram contra a Guerra das Malvinas desde o início. O conto Juan López e John Ward , a seguir, é quase um testemunho do escritor sobre o confronto:              “Coube-lhes por sorte uma época estranha.              O planeta tinha sido dividido em diversos países, cada um provido de lealdades, de queridas memórias, de um passado sem dúvida heróico, de direitos, de agravos, de uma mitologia peculiar, de próceres de bronze, de aniversários, de demagogos e de símbolos. Essa divisão, cara aos cartógrafos, auspici

Biblioteca da UNILA recebe edições UNIAMÉRICA.

            Na sexta-feira, em encontro realizado com a coordenação da UNIAMÉRICA, a biblioteca da UNILA recebeu os cinco números da revista Pleiade e o livro História na Fronteira: pesquisas temáticas locais e regionais , organizado por Blasius Silvano Debald e Solange Portz. Segue o sumário do livro: * Operários de Itaipu: experiências e lembranças da demissão de Odirlei Manarin; * Fragmentos de uma história paranaense: repressão policial na parte brasileira da tríplice fronteira (1942-1945) de Micael Alvino da Silva; * A informalidade dos laranjas na fronteira Brasil/Paraguai de Adriane dos Santos de Barros; * A nova catedral católica de Foz do Iguaçu e o simbolismo do poder de Willian Gooda; * A intencionalidade nas acusações dos Estados Unidos sobre um suposto terrorismo na fronteira de Juan Talavera; * A reconstrução e manutenção da identidade libanesa em Foz do Iguaçu de Aretusa Catiuscia Cardoso Barakat; * O bairro de Três Lagoas na representação popular de Carolina Luc

63 mil pinturas on-line!

The Battle of Sole Bay, 7 June 1672 - artista desconhecido. (fonte: < http://www.bbc.co.uk/arts/yourpaintings/paintings/the-battle-of-sole-bay-7-june-1672-10735 >.)                        A BBC disponibiliza o acesso a 63 mil pinturas que compõem os acervos ingleses com boa qualidade de definição, uma ferramenta importante para os que se interessam por História da Arte. As pinturas podem ser consultadas no link:             < http://www.bbc.co.uk/arts/yourpaintings/paintings/search >.             Prof. Paulo Renato da Silva.

Peronismo e Tradição Liberal-Democrática Argentina em Cartilha.

            As imagens acima foram extraídas do livro Evita de Graciela Albornoz de Videla, destinado ao "primer grado inferior". O livro na íntegra pode ser consultado em: < http://pt.scribd.com/doc/17045896/Libro-de-Primer-Grado-Peron-1950 >.             Chamam a atenção nas imagens selecionadas os personagens e as datas referentes à tradição liberal-democrática do país como Manuel Belgrano, o 25 de Maio, o 9 de Julho, San Martín e Sarmiento. Perón emergiu politicamente ligado a grupos antiliberais, mas chegou à presidência em 1946 através de eleições e em um contexto internacional marcado pela valorização da democracia em virtude do término da Segunda Guerra Mundial. O seu governo foi marcado, assim, pela necessidade de se apropriar dessa tradição liberal-democrática.             Prof. Paulo Renato da Silva.

Fragmentos da ANPUH V: O Peronismo na Imprensa Brasileira durante o Segundo Governo Vargas.

Em 19 de julho, Rodolpho Gauthier Cardoso dos Santos (Doutorando em História/USP) apresentou a comunicação Um Fantasma Chamado Perón: Imprensa e Imaginário Político no Brasil (1951-1955) . O autor destacou a grande repercussão do governo Perón na imprensa brasileira, tanto nos meios varguistas ( Mundo Ilustrado e Última Hora ) como nos opositores ( Cruzeiro e Tribuna da Imprensa de Carlos Lacerda, pivô da crise do governo Vargas em 1954). Rodolpho se concentrou na repercussão nos meios antivarguistas. Inicialmente associavam Perón ao nazi-fascismo. Além disso, ligavam o presidente argentino a Juan Manuel de Rosas, governador da Província de Buenos Aires (1829-1832/1835-1852) considerado autoritário pela tradição liberal-democrática argentina. Eva Perón, por sua vez, era vista como assistencialista e a imprensa brasileira confirmou antes do que a argentina que a primeira-dama sofria de câncer. Em 1954, denunciaram uma suposta articulação de Vargas com Perón. Enfim, a repercussão de Per

Fragmentos da ANPUH IV: O Legado Indígena na Historiografia Argentina.

            Em 22 de julho, Ivia Minelli (Mestranda em História/UNICAMP) apresentou a comunicação A Representação do Indígena na Argentina: um diálogo entre historiografia, etno-história e literatura .             Segundo a autora, a partir da década de 1970, a historiografia argentina apresenta três vertentes principais em relação ao indígena.             A primeira delas trataria o indígena como vítima, como ingênuo diante do avanço da modernidade. A autora citou o clássico América Latina: as cidades e as ideias de José Luis Romero, no qual o autor demonstra como as cidades se sobrepõem ao campo na América Latina. Visão semelhante estaria presente na obra de Tulio Halperín Donghi.             A segunda vertente teria se consolidado a partir da década de 1980. Essa vertente procuraria pensar o indígena não fora, mas dentro do Estado e da sociedade argentina. Um nome dessa historiografia seria Mónica Quijada. De acordo com Mineli, apesar da mudança, nessa vertente o indígena teria pass

Mais de 4 mil acessos!

           Nosso blog chegou ao quarto mês no final de semana com 4 mil acessos, uma média de mil por mês! Os textos que tiveram mais visualizações de página foram: * Integração Latino Americana...Integração Humana! de Samuel José Cassiano, publicado em 27/6 – 78 visualizações. * Ditadura, Cinema e Debate de Paulo Renato da Silva, publicado em 4/4 – 68 visualizações. * Gays Ricos y Bichas Pobres de Gerson Galo Ledezma Meneses, publicado em 30/5 – 58 visualizações. * A “Casa da América Latina” na Internacional Foz do Iguaçu de Alexandre Palmar, publicado em 17/5 – 52 visualizações.            Obrigado aos que prestigiam nosso blog e acreditam nesta ferramenta de divulgação do conhecimento e de informações.            Prof. Paulo Renato da Silva.