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Mostrando postagens de agosto, 2012

“El repase” (1888), de Ramón Muñiz

Ramón Muñiz - El repase (1888). Disponível em: http://cavb.lamula.pe/wp-content/blogs.dir/10057/files/2010/10/El-Repase-Muniz.jpg El repase (1888) é um quadro feito pelo pintor espanhol, radicado no Peru, Ramón Muñiz, que denuncia a violência e destaca a participação feminina na Guerra do Pacífico (conflito bélico onde Chile enfrentou Bolívia e Peru, ocorrido entre 1879 e 1883, motivado, principalmente, pela posse de uma área inabitada no norte do deserto do Atacama rica em minérios). O conflito teve uma grande participação de mulheres, conhecidas como “rabonas”, que acompanhavam seus maridos ou filhos, e se encarregavam de cozinhar, lavar os uniformes, cuidar dos ferimentos e, em algumas ocasiões, lutaram ao lado dos homens. Na pintura acima observamos a figura de uma mulher (rabona) de ascendência indígena (provavelmente peruana, devido às características do uniforme de seu marido) que clama por piedade para um soldado chileno. A atitude tomada pela “rabona” é classif

Arquivo Nacional e a História Luso-Brasileira

Geoff Hunt - Chegada da Família Real de Portugal, Rio de Janeiro 7 de Março de 1808 (1998). Disponível em: http://revistadasaguas.pgr.mpf.gov.br/edicoes-da-revista/edicao-06/artigos/edicoes-da-revista/edicao-06/imagens/corte1.JPG O Arquivo Nacional e a História Luso-Brasileira é um portal que possui inúmeras fontes dos séculos XVI ao XIX. Seu acervo contém vários temas como a Companhia de Jesus, a Corte Portuguesa no Brasil, a Revolução de 1817 e a Independência do Brasil. O portal também oferece acesso a bibliotecas, roteiros de fontes, notícias e resenhas de livros e revistas.   Para visualizar o portal acesse:   http://www.historiacolonial.arquivonacional.gov.br/ Paulo Alves Pereira Júnior - Acadêmico de História pela UNILA.

"Progresso Americano" (1872), de John Gast.

Progresso Americano (1872), de John Gast, é uma alegoria do “Destino Manifesto”. A obra representa bem o papel que parte da sociedade norte-americana acredita ter no mundo, o de levar a “democracia” e o “progresso” para outros povos, o que foi e ainda é usado para justificar interferências e invasões dos Estados Unidos em outros países. Na pintura, existe um contraste entre “luz” e “sombra”. A “luz” é representada por elementos como o telégrafo, a navegação, o trem, o comércio, a agricultura e a propriedade privada (como indica a pequena cerca em torno da plantação, no canto inferior direito). A “sombra”, por sua vez, é relacionada aos indígenas e animais selvagens. O quadro “se movimenta” da direita para a esquerda do observador, uma clara referência à “Marcha para o Oeste” que marcou os Estados Unidos no século XIX. Prof. Paulo Renato da Silva. Professores em greve!

Como nos olham II: os Simpsons no Brasil.

Outro exemplo de animação que representa a visão negativa que parte da sociedade norte-americana tem da América Latina é um polêmico episódio de “Os Simpsons” que se passa no Brasil. (Disponível em: < http://www.youtube.com/watch?v=HAaTMgJhqdg >. Acesso em: 24 ago. 2012). O episódio faz referências a elementos que realmente existem no país. Entretanto, chama a nossa atenção a forma como alguns desses elementos são tratados. O espanto de Marge com a apresentadora infantil “sexualizada” sugere que a televisão norte-americana não teria o mesmo “apelo”, o que é questionável. Por falar nisso, ainda no avião, o país é associado a desejos sexuais e paixões, em outras palavras, a impulsos, emoções e sentimentos, como se fosse desprovido de razão/racionalidade. Outra abordagem complicada se refere à violência urbana, que domina o episódio. A criminalidade aparece como uma opção dos brasileiros, como no caso da vendedora de sucos que se aproveita do seu “trabalho” para roubar

Como nos olham: Ligeirinho, os Estados Unidos e o México/a América Latina.

Aparentemente é um desenho engraçado e inocente, mas apenas aparentemente. Ligeirinho (Speedy González) é conhecido como “o rato mais rápido do México”, mas, por trás de sua rapidez e simpatia, o personagem representa a visão negativa que parte da sociedade norte-americana tem dos mexicanos – e dos latino-americanos de um modo geral. Apesar de Ligeirinho ser veloz e hábil, cabe destacar que os mexicanos, no desenho, são associados com ratos. Além disso, os amigos de Ligeirinho são preguiçosos, torpes, bebem bastante e passam boa parte do tempo apenas dançando e se divertindo, como indica o episódio a seguir: No século XIX, o “Destino Manifesto” se popularizou na sociedade norte-americana. Resumidamente, segundo o “Destino Manifesto”, Deus teria escolhido os norte-americanos para guiarem o mundo e, portanto, deveriam levar “progresso” e “democracia” para outros povos. Assim, o “Destino Manifesto” difundiu que os Estados Unidos seriam superiores a outros países, o que ser

Novo número de "Antíteses".

Saiu o novo número da revista Antíteses (v. 5, n o 9, 2012), uma publicação da Universidade Estadual de Londrina (UEL). O número apresenta vários textos na área de História da América. Segue o sumário: Editorial - Gilmar Arruda Dossiê *Sobre la definición imposible del humor o la fluidez de la palabra - Laura Vazquez * Un modelo a imitar: Disney en Ezeiza y el proyecto empresarial de Dante Quinterno - Laura Vazquez * Dos presidentes bajo la mirada del dibujante satírico: el caso de la caricatura política y sus recursos en dos producciones de Francia y Argentina - Ana Pedrazzini * A burguesia enquadrada: Mafalda e sua turma criticam elementos da sociedade burguesa (a naturalização das diferenças, a desumanização e a competição) na aula de História - Carlos Eduardo Rebuá Oliveira * Entre a comicidade, o senso comum e a disidência. A revista Humor como espaço controversial (1978-1980) - Eduardo Raices * El humor y la guerra. Tiras cómicas y cartoons en el di

Canal de filmes mexicanos.

No "Youtube"   existe um canal de filmes mexicanos, dentre os quais há muitos clássicos. O link do canal é < http://www.youtube.com/user/butaca?feature=watch >. Prof. Paulo Renato da Silva. Professores em greve!

"O seriado Chaves: da alienação à manipulação do povo mexicano durante as décadas de 1970 e 1980."

“Em meio à turbulência política, à explosão demográfica e ao processo de urbanização mexicana, fatores cuja soma resulta no processo de pauperização, foi criado o programa de televisão Chaves , que mostra bem esse processo de urbanização e pobreza da população mexicana, mas não se refere de modo algum à política ou ao sistema de governo estabelecido. (...). (...) [Chaves] pode ser direcionado no imaginário da sociedade como um herói escondido. Diferentemente de Chapolin, que sempre vence por ser um herói, Chaves acaba ganhando esse título por ser de origem humilde e, mesmo assim, vencer as adversidades da vida. (...). (...). No programa Chaves vemos, através de cada personagem, um retrato caricato do México e da sociedade latino-americana. (...). Percebemos, durante todo o programa, a presença do assistencialismo do Estado com a Dona Florinda, que vive de pensão. O Seu Madruga passa a ideia de que é possível viver feliz na pobreza e sem trabalhar, afinal, durante toda a

A Copa de 1970, a ditadura e a esquerda brasileira.

O Brasil ganhou a Copa do Mundo de 1970, no México, no período considerado mais autoritário da ditadura militar. Acima, o general e ditador Emílio Garrastazu Médici (1969-1974) segura a taça Jules Rimet. A Copa “uniu” o país e a vitória brasileira foi utilizada pela ditadura como símbolo de um país vitorioso, que progredia. A Copa ofuscou a censura e a repressão existentes naqueles anos. Alguns militantes de esquerda lembram que a Copa despertou neles sentimentos contraditórios. Por um lado, eram contra a importância dada à Copa enquanto o país estava mergulhado em uma ditadura. Por outro, relatam que não conseguiram ficar indiferentes ao bom desempenho da seleção brasileira. Em 1979, o dramaturgo de esquerda Dias Gomes (1922-1999) recriou o Brasil de 1970 na peça Campeões do Mundo . A peça representa bem os dilemas vividos por parte da esquerda brasileira durante a Copa de 1970. Na peça, um grupo de militantes de esquerda sequestra o embaixador norte-americano em plena Copa

Esporte, nacionalismo e política: a Copa do Mundo de 1978 na Argentina e a ditadura militar.

O craque argentino Diego Armando Maradona. Em tempos de Olimpíadas e de preparação do Brasil para sediar a Copa do Mundo de 2014, segue uma interessante análise sobre a Copa do Mundo de 1978 realizada na Argentina em plena ditadura militar. Já que o mundo todo estava com os olhos no país, por que os argentinos não aproveitaram a oportunidade para protestar em massa contra os militares? “A relação entre política e esporte é essencialmente cultural: quanto e como se poderá manipular politicamente o esporte depende de como e quanto de esporte existe nas raízes da cultura de massas. Para os argentinos, o futebol tem uma enorme importância social e simbólica; para muitas representações culturais e identidades populares, uma dimensão significativa do que os argentinos são, e são no mundo, é futebolística. Dado que a disputa, nessa oportunidade, seria em casa, para muitos não havia desculpas: ganhar equivalia a confirmar a auto-imagem futebolística nacional, ao passo que perder seri