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Mostrando postagens de novembro, 2011

Heródoto e Tucídides.

Tucídides e Heródoto foram contemporâneos. O primeiro era mais jovem do que o segundo e apresentou algumas diferenças em relação ao “pai da História”, como indica Antonio Mitre no trecho a seguir: “Inicialmente, a memória articula-se positivamente à tradição oral, e o critério de veracidade não se distancia de seus domínios, como pode verificar-se em Heródoto. Com a invenção e difusão da escrita, a Terra inteira transforma-se em uma superfície onde se inscreve a lembrança, provocando, entre outras coisas, mudanças na hierarquia dos sentidos: a vista ganha status, associando-se à idéia de verdade, e o ouvido passa a filiar-se ao enganoso canto das sereias. Logo surgirá o interrogante sobre a eficácia da palavra alada para preservar a lembranças dos acontecimentos. Para Tucídides, a memória oral, transmitida de boca em boca, afasta-se do logos e, propensa ao relato deslumbrante mas caótico, distorce o passado, enquanto a “imutabilidade do escrito é uma garantia de fidelidade”. (MITRE, An

Heródoto e a História.

Vejamos o que Pedro Paulo Abreu Funari e Glaydson José da Silva nos dizem sobre aquele que, na Idade Moderna, passou a ser considerado “pai da História”. O parágrafo a seguir é de Heródoto e os demais são comentários dos dois autores: ““Aqui está a exposição das pesquisas de Heródoto de Halicarnasso, para que as obras dos homens não sejam esquecidas, com o tempo, nem as grandes e maravilhosas façanhas realizadas tanto por gregos como por bárbaros fiquem sem glória e para mostrar as causas dos conflitos.” Nessas primeiras palavras, temos todo um programa do que seja a tarefa do historiador. Em primeiro lugar, trata-se de um relato, uma estória, uma exposição, primeiro oral e só depois escrita. Heródoto atravessou o mundo, a recolher e ver, com os próprios olhos e a ouvir com as próprias orelhas, relatando essas experiências em praça pública. Havia, desde o início, uma função pública e literária dessas leituras, que deviam tanto entreter o público como falar aos sentimentos das pessoas.

Após cátedra, Semana da Consciência Negra, trabalhos para fazer e corrigir...blog voltando e vai postar até durante as férias!

Nos próximos três meses, as postagens terão uma prioridade: retomar alguns dos principais assuntos vistos por vocês neste primeiro ano. Os alunos voltarão a postar assim que todos os trabalhos do final do semestre estiverem concluídos. Acompanhem e opinem! Prof. Paulo Renato da Silva.

A Proclamação da República Através da Imprensa Brasileira

Tomando por base os periódicos mineiros: 'O Estado de Minas Geraes' e 'A Pátria Mineira' dos dias 20 e 21 de novembro de 1889 respectivamente e a 'Revista Ilustrada' dos dias 16 de novembro e 07 de dezembro de 1889, destacaremos a abordagem feita pela imprensa acerca da proclamação da República.               Da divulgação pelos jornais A Pátria Mineira - 21/11/1889 Tendo chegado a Minas Gerais a notícia do golpe militar ocorrido no Rio de Janeiro, o Jornal 'A Pátria Mineira' publica no dia 21 de novembro de 1889: Às oito horas da manhã do dia 16, subiu à redação d' A Pátria Mineira, o jovem J. Fabrino e, tremulo de júbilo, informou de haver sido proclamada a república no Rio de Janeiro. Saímos a colher notícias, embora vagos, de alguns telegramas, chegamos a concluir que o fato era verdadeiro. Tratamos sem demora de imprimir e espalhar por toda a cidade o seguinte boletim: VIVA O EXÉRCITO E A NAÇÃO BRASILEIRA TENDO SIDO DESCOBERTO O PLANO

A 60 Anos da Reeleição de Perón.

No dia 11 de novembro de 1951, Juan Domingo Perón era reeleito presidente da Argentina para mais um mandato de seis anos. Com mais de três milhões de votos, Perón obteve vitória em todas as províncias. Na Província de Buenos Aires, venceu com mais de 800 mil votos. Seu principal adversário foi Ricardo Balbín, da União Cívica Radical, que esteve preso duas vezes por desacatar Perón. O peronismo, por ter implantado medidas sociais e trabalhistas, conseguiu um sucesso esmagador. No Congresso Nacional, a maioria era do Partido Peronista.         Jornal do Brasil. Edição de 11 de novembro de 1951. Fonte: (http://www.jblog.com.br/media/149/20101110-111151blg.jpg) Um fator de destaque nessa eleição foi a figura da mulher na sociedade argentina. Durante o primeiro governo Perón (1946-1952), inicia-se uma campanha pelo voto feminino, liderado por Eva Perón e seu recém Partido Peronista Feminino. Com essa atitude, Evita esperava receber apoio primordial para concorrer como vice-presidente,

CineDebate, Ciclo Luz, Câmera, Animação: "Persépolis".

Desde pequena a doce Marjane tinha muitos questionamentos sobre a vida. Sonhara ser profetiza porque não se conformava com muitas injustiças que percebia na sociedade e queria de alguma forma contribuir para melhorá-la. Em suas noites, enquanto criança, gostava de meditar na cama antes de dormir. Faltava entender muitas coisas e, quando seus pais ou o tio, que também lhe contava histórias junto à cama, não lhes tirava todas as dúvidas, esperava ansiosa a visita Daquele que com sabedoria viria lhe esclarecer muito dos seus questionamentos: talvez só a resposta proveniente de um ser sobrenatural pudesse nessas horas confortar o incômodo causado pela dúvida, vivia em um país onde não se podia falar muitas coisas. Mas o tempo passou e os dias, juntamente com todos os acontecimentos no seu país, se encarregaram de mudar muitas coisas na sua forma de pensar e agir. Apesar da queda da monarquia dos Xás e a implantação da república, o novo governo e sua forma de governar não trouxeram importan

15 de novembro no plural

Para consolidar definitivamente o regime republicano no Brasil era necessário registrar a versão oficial de sua proclamação que iria entrar para a história. Devido à inesperada proclamação e   à  ausência da participação popular, era de suma importância definir os papeis dos atores. Retratos O Nicromante, pelos modos, Satisfazer procura a todos: Traz Benjamin, que é o fundador, Deodoro, que é o proclamador, Floriano, o consolidador, Prudentes, o pacificador! Isto que é ser engrossador! O Paiz (19/11/1895) De muitas versões – sustentadas por grupos políticos e ideologias específicas – uma delas conseguiu impor-se perante as demais e converter-se na Versão Oficial. 15 de novembro de 1889 é o nascimento da História Oficial da República brasileira, mas qual a certeza quanto a sua veracidade? Jamais poderemos saber o que se passou no dia 15 de novembro e nem mesmo confiar absolutamente no que foi escrito para ser deixado para a posteridade – afinal, cada grupo político procurou repassar aq