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Mostrando postagens de setembro, 2016

Os indígenas para as histórias nacionais na América Latina

Como os indígenas foram incorporados às histórias nacionais latino-americanas? A resposta a essa questão envolve uma larga pesquisa, mas aqui no blog podemos levantar algumas interpretações iniciais sobre o lugar dos indígenas na história, relacionadas às visões sobre seu lugar nas próprias sociedades. Tais interpretações marcaram a escrita da história do século XIX ao século XX. Para o historiador argentino Fabio Wasserman, a visão dos historiadores da região do Rio da Prata e do Chile no período pós-Independência sofreu mudanças ao longo do século XIX. De modo geral, os indígenas eram, para os historiadores de então, abstrações . Eram um passado parte do presente, pois considerava-se que não haviam sofrido transformações históricas significativas em seu modo de vida. Havia um consenso a respeito de sua futura desaparição, ou por absorção à sociedade criolla , por extinção ou eliminação pela mão dos brancos. Porém, no momento imediato das Independências, há uma reivindicação dos po

Os usos da história na atualidade

Seguindo sugestão de leitor de nosso blog, convidamos os leitores a pensarem nos usos da história na atualidade, nos discursos e análises da conjuntura brasileira e latino-americana. De que maneira o passado tem sido mobilizado nos discursos e debates atuais? Que apropriações e interpretações da história os leitores têm identificado na opinião pública e nas discussões atuais sobre o Brasil e a América Latina? Receberemos sugestões nos comentários, e poderemos expandir as sugestões para postagens, dentro das normas e moderação do nosso blog. Bom debate!

Una tradición latino-americana de Micro historia

La micro historia se convirtió en abordaje popular mundialmente entre los años 1980 y 1990, y se mantiene hoy una mezcla de método y dominio de la historia que ofrece nuevas perspectivas a los historiadores y estudiantes, sobre todo aquellos que desean recuperar la historia (y la relevancia) de individuos del pueblo. Por medio de sus exponentes italianos, Giovanni Levi y, principalmente, Carlo Ginzburg (autor del seminal O queijo e os vermes, de 1976), y con la colaboración de historiadores prominentes de otros países, como la norte-americana Natalie Zemon Davis (autora de O retorno de Martin Guerre ), la micro historia tuvo fuerte impacto en la historiografía. El enfoque microscópico al estudio de grandes problemas, el uso de documentación restricta y original, el papel importante conferido a la narrativa y al individuo están entre los motivos para la gran repercusión que ese abordaje obtuvo entre los historiadores. El uso del término ‘’micro historia’’, sin embargo, tiene orígenes

I Semana Interdisciplinar de História e Antropologia

O blog convida os leitores a comparecerem e participarem da I Semana Interdisciplinar de História e Antropologia da UNILA, de 03 a 07 de outubro, com o tema Colonialidade/Decolonialidade: Os atores sociais e as resistências. A programação final pode ser conferida na página da Semana no Facebook: https://www.facebook.com/semanahaunila/ Participem!

Uma tradição latino-americana de Micro história

A micro história tornou-se abordagem popular mundialmente entre os anos 1980 e 1990, e mantém-se hoje uma mistura de método e domínio da história que oferece novas perspectivas a historiadores e estudantes, sobretudo aqueles que desejam recuperar a história (e a relevância) de indivíduos do povo. Por meio de seus expoentes italianos, Giovanni Levi e, principalmente, Carlo Ginzburg (autor do seminal O queijo e os vermes , de 1976), e com a colaboração de historiadores proeminentes de outros países, como a norte-americana Natalie Zemon Davis (autora de O retorno de Martin Guerre , 1983), a micro história teve forte impacto na historiografia. O enfoque microscópico ao estudo de grandes problemas, o uso da documentação restrita e original, e o papel importante conferido à narrativa e ao indivíduo estão entre os motivos para a grande repercussão que essa abordagem obteve entre os historiadores. O uso do termo “micro história”, porém, tem origens que remontam à América Latina. Em 1968 o h

A 150 anos daquele dia

No dia 12 de setembro de 1866 ocorreu algo que poderia ter mudado a história. Em um lugar conhecido como Yataity Corá, com esse espírito conciliador, o Marechal Francisco Solano López propôs ao comandante aliado Mitre realizar uma entrevista com os representantes dos três exércitos inimigos. Para tal, no entardecer do dia 10 de setembro enviou como emissário, sob a bandeira do parlamento, a seu ajudante de campo Coronel Martínez, que não pôde cumprir sua missão, pois acometido de balas por tropas argentinas. Uma nova tentativa de conversa se realizou no dia seguinte, 11 de setembro, desta vez com êxito. Dessa maneira, a nota enviada por López foi entregue a Mitre. A mesma dizia:  “Quartel General em Paso Pucú, 11 de setembro de 1866 – ao Exmo. Sr. Brigadeiro Geral D. Bartolomé Mitre, Presidente da República Argentina, e General em Chefe do Exército Aliado – Tenho a Honra de convidar a V. E. a uma entrevista pessoal entre nossas linhas, no dia e hora que V. E. assinale. – Deus gu

A 150 años de aquel día, Yataity Korá

Esta semana, no dia 12 de setembro, completou-se 150 anos de um encontro que poderia ter selado a paz na Guerra da Tríplice Aliança: uma reunião entre o comandante das tropas de Brasil, Argentina e Uruguai, o argentino Bartolomé Mitre, e o presidente paraguaio, marechal Francisco Solano López. Sobre este evento histórico, publicamos hoje post da estudante da UNILA Mariela Raquel Melgarejo López, bolsista e parte da equipe de nosso blog. Boa leitura! Un día como hoy, 12 de septiembre pero del año 1866 sucedió algo que pudo haber cambiado la historia. En un lugar conocido como Yataity Corá con ese espíritu conciliador, el Mariscal Francisco Solano López propuso al comandante aliado Mitre celebrar una entrevista con los representantes de los tres ejércitos enemigos. Para el efecto, al atardecer del 10 de septiembre envió como emisario, bajo bandera de parlamento, a su ayudante de campo Coronel Martínez, quien no pudo cumplir su cometido, pues fue rechazado a balazos por las avanzadas

Manoel Bomfim, pensador de América Latina

El brasileño Manoel Bomfim (1868-1932), oriundo de Acaraju, Sergipe, fue un medico de formación, pedagogo y autor de obras de análisis histórico-sociológico sobre el Brasil y América Latina. Su nombre es destacado por su oposición a las tesis racistas que, en su tiempo, buscaban inferiorizar a la América Latina face a la Europa. En 1905 Manoel Bomfim publicó La América Latina: males de origen, obra escrita en Paris. El libro contenía ya en el titulo y en su organización una postura de excepción en aquel momento, al incluir al Brasil como parte de América Latina. Pero su principal objetivo era el combate a las tesis racistas que atribuían al mestizaje de razas la razón de una supuesta incapacidad de progreso de las naciones Latinoamericanas (o sur-americanas, categoría con la cual de hecho trabaja Bomfim, a pesar del título del libro). Para Manoel Bomfim, los problemas vividos por los países del continente no se debían a causas biológicas, o esencialistas de cualquier naturaleza, pe

Historia para leer en ‘’las redes’’

Imagina leer documentos históricos del siglo XVI y XVII, no en papeles desgastados y viejos, dentro de archivos y bibliotecas (muchas veces de difícil acceso), pero en libros de formatos manejables, posteado en una red   en su propia casa. Esa escena recuerda al trabajo de un historiador? Para uno de los más importantes historiadores brasileño, sí. Un historiador que creía que las fuentes de la historia, y así también la propia historia, deberían estar al alcance del público. Vivimos en una época en la cual, paulatinamente, en casi todo el mundo, sucede la digitalización de documentos, libros, cartas, partituras de músicas, grabaciones y otras fuentes guardadas en los archivos de las bibliotecas e institutos. Por varios procesos, como la fotografía digital, esos registros son transformados en archivos de computador y colocados a disposición del público, vía internet. De ese modo, se amplía el acceso a los documentos, y se crean alternativas para la preservación del contenido de esos

Manoel Bomfim, pensador da América Latina

O brasileiro Manoel Bomfim (1868-1932), natural de Aracaju, Sergipe, foi um médico de formação, pedagogo e autor de obras de análise histórico-sociológica sobre o Brasil e a América Latina. Seu nome se destaca por sua oposição às teses racistas que, em seu tempo, buscavam inferiorizar a América Latina perante a Europa. Em 1905 Manoel Bomfim publicou A América Latina: males de origem , obra escrita em Paris. O livro continha já no título e na sua organização uma postura de exceção naquele momento, ao incluir o Brasil como parte da América Latina. Mas seu principal objetivo era o combate às teses racistas que atribuíam à mestiçagem de raças a razão de uma suposta incapacidade de progresso das nações latino-americanas (ou sul-americanas, categoria com a qual de fato trabalha Bomfim, apesar do título do livro). Para Manoel Bomfim, os problemas vividos pelos países do continente não se deviam a causas biológicas, ou essencialistas de qualquer natureza, mas a causas históricas (os “males

História para se ler “na rede”

Imagine ler documentos históricos dos séculos XVI e XVII, não em papéis gastos e envelhecidos, dentro de arquivos e bibliotecas (muitas vezes de difícil acesso), mas em livros de formato manuseável, deitado em uma rede, em sua própria casa. Essa cena lembra o trabalho de um historiador? Para um dos mais importantes historiadores brasileiros, sim. Um historiador que acreditava que as fontes da história, e assim a própria escrita da história, deveriam estar ao alcance do público. Vivemos em uma época na qual, gradativamente, em quase todo o mundo, acontece a digitalização de documentos, livros, cartas, partituras de música, gravações e outras fontes guardadas nos acervos de bibliotecas e institutos. Por vários processos, como a fotografia digital, esses registros são transformados em arquivos de computador e colocados à disposição do público, via internet. Desse modo, amplia-se o acesso aos documentos, e criam-se alternativas para a preservação do conteúdo desses registros. Sem fala

Estudiando ideas en la Historia

Como estudiar una idea en Historia? Como pensar sobre un autor o un libro que nos interesa, que consideramos relevante? Una posibilidad es el abordaje conocida como contextualismo, que estudia las ideas en sus contextos de enunciación y debate, de la cual hablaremos hoy en nuestro blog. El contextualismo se desenvolvió con más vigor en Inglaterra, por medio de autores como Quentin Skinner y J. G. A. Pocock, a partir de la década de 1960. Estos autores se dedicaron al estudio de pensadores políticos clásicos (como Thomas Hobbes, 1588-1679), y observaron la predominancia de una visión que destacaba las ideas de sus contextos inmediatos de producción. Esto es, el estudio de la historia de las ideas hasta entonces escogía un tema amplio, considerado atemporal, (como la idea de ‘’Libertad’’, por ejemplo), y estudiaba su desenvolvimiento a lo largo de varios siglos y contextos deferentes. En esa línea se justificaba el estudio de los autores considerados clásicos a partir del argumento de

Estudando ideias na História

Como estudar uma ideia em História? Como pensar sobre um autor ou um livro que nos interessa, que consideramos relevante? Uma possibilidade é a abordagem conhecida como contextualismo , que visa estudar as ideias em seus contextos de enunciação e debate, sobre a qual falaremos hoje no nosso blog. O contextualismo se desenvolveu com mais vigor na Inglaterra, por meio de autores como Quentin Skinner e J. G. A. Pocock, a partir da década de 1960. Estes autores se dedicaram ao estudo de pensadores políticos clássicos (como Thomas Hobbes, 1588-1679), e observaram a predominância de uma visão que destacava as ideias de seus contextos imediatos de produção. Isto é, o estudo da história das ideias até então escolhia um tema amplo, considerado atemporal, (como a ideia de “Liberdade”, por exemplo), e estudava seu desenvolvimento ao longo de vários séculos e contextos diferentes. Nessa linha, justificava-se o estudo dos autores considerados clássicos a partir do argumento de que estes autores