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Mostrando postagens de dezembro, 2011

Hino da França: o “outro” como elemento da formação dos Estados e das identidades nacionais.

O processo de formação dos Estados e das identidades nacionais não se dá apenas internamente. A construção de elos entre os membros de uma “comunidade imaginada” também acontece a partir de processos externos, os quais criam oposições em relação a “outros”, tornados estrangeiros. Um exemplo interessante é o Hino da França, que tem a guerra - civil e externa - como um elemento central. O hino surgiu em meio aos confrontos da Revolução Francesa: Prof. Paulo Renato da Silva.

Hino da Argentina e a formação da "comunidade imaginada".

Os hinos são representativos dos processos de formação dos Estados e das identidades nacionais. Neles é interessante analisar como são representados os membros da “comunidade imaginada”, como Benedict Anderson se refere aos Estados nacionais. A seguir, vejamos sublinhados os adjetivos e valores atribuídos aos argentinos em seu hino: Oid ¡mortales! Oid ¡mortales! e grito sagrado : ¡ Libertad , Libertad, Libertad! Oid el ruido de rotas cadenas: Ved en trono a la noble Igualdad . ¡Ya su trono dignísimo abrieron Las provincias unidas del Sud! Y los libres del mundo responden: ¡Al Gran Pueblo Argentino Salud ! ¡Al Gran Pueblo Argentino Salud! ¡Al Gran Pueblo Argentino Salud! Sean Eternos Los Laureles Que Supimos Conseguir Que Supimos Conseguir Coronados de Gloria Vivamos O Juremos con Gloria Morir O Juremos con Gloria Morir O Juremos con Gloria Morir Prof. Paulo Renato da Silva.

O Tempo na Tradição Judaico-Cristã.

Na passagem a seguir, Le Goff destaca que uma das principais novidades introduzidas pela tradição judaico-cristã foi uma concepção linear de tempo, a qual, resumidamente, começaria em Adão e terminaria com o fim do mundo. No entanto, o autor ressalta como as antigas concepções cíclicas permanecem, o que poderia ser observado, por exemplo, nas inúmeras tentativas, durante a Idade Média, de se resgatar as origens supostamente puras da Igreja Católica: “A tradição judaico-cristã apresenta também características originais. Podemos defini-las sumariamente pelos seguintes aspectos: a Idade do Ouro primitiva tem os traços peculiares do Paraíso. Se no cristianismo medieval há uma certa crença na sobrevivência de um paraíso terrestre, a escatologia cristã divide-se entre a espera – para os eleitos – de um paraíso celeste e, na terra, antes do fim do mundo, a espera de uma idade feliz ou Milênio (...). De um modo geral, sendo o tempo judaico-cristão linear, não há crenças num retorno à Idade de

Carr e o Sentido da História na Antiguidade.

No trecho a seguir, E. H. Carr explora o sentido da História na Antiguidade, ou a inexistência dele: “Tal como as antigas civilizações da Ásia, a civilização clássica greco-romana era basicamente desprovida do sentido da história. (...) Heródoto como pai da história teve poucos continuadores; e os escritores da Antiguidade Clássica, de um modo geral, não se preocuparam muito nem com o futuro nem com o passado. Tucídides acreditava que nada de significativo tinha ocorrido anteriormente aos acontecimentos por ele narrados, e que não era provável que acontecesse algo de importante posteriormente. Lucrécio inferiu a indiferença do homem em relação ao futuro da sua insensibilidade relativamente ao passado: “Considerem o modo como épocas passadas de tempo eterno, anteriores ao nosso nascimento, não constituíram assunto de nosso interesse. Isto é um espelho que a natureza nos coloca à frente, relativo ao tempo futuro posterior à nossa morte.” As visões poéticas de um futuro melhor tomavam a f

Heródoto e Homero.

No texto a seguir, Víctor de Lama de la Cruz estabelece diferenças entre Heródoto e Homero: “La Ilíada presentaba la guerra entre el pueblo griego y un pueblo asiático, el troyano, que tras una acción muy compleja se polariza entre Aquiles y Héctor. También Herodoto nos va a relatar el enfrentamiento entre griegos y asiáticos, un enfrentamiento secular que culmina en las Guerras Médicas. El historiador conoce la Ilíada y menciona el rapto de Helena por Paris – Alejandro en la obra de Herodoto – y las rivalidades seculares entre griegos y persas como factor desencadenante de las Guerras Médicas. Algunos comentaristas griegos, Aristóteles entre ellos, asimilaban Herodoto a Homero al calificarlo de “mithólogo” debido a la incorporación de leyendas en sus relatos. Sin embargo, hay unas diferencias muy claras entre el autor de la Ilíada y Herodoto que han sido muy bien perfiladas por Rodríguez Adrados: - Los poemas homéricos están en verso, mientras las Historias de Herodoto están en prosa;