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Mostrando postagens de julho, 2013

Amazônia, uma reserva internacional? Sobre um mapa polêmico.

Há alguns anos, um falso mapa supostamente publicado em livros didáticos norte-americanos provocou muita polêmica. No mapa, a Amazônia aparece como uma reserva internacional sob a responsabilidade dos Estados Unidos e das Nações Unidas. Os conhecidos equívocos norte-americanos quanto à geografia da América Latina e, principalmente, as pretensões dos Estados Unidos sobre a região ajudaram a popularizar a montagem que ainda circula pela internet como verdadeira. A montagem teria sido feita, inclusive, no Brasil. O mapa é falso, mas certamente representa a posição de setores mais conservadores da sociedade norte-americana. O G1, portal de notícias do Grupo Globo, publicou uma reportagem especial sobre o assunto, disponível no link < http://g1.globo.com/mundo/noticia/2010/08/mapa-da-amazonia-dividida-e-mentira-deliberada-diz-diplomata-brasileiro.html >. Prof. Paulo Renato da Silva.

Um inusitado brinde ao povo da Bolívia...no Brasil.

Seguindo com os equívocos dos norte-americanos quanto à geografia da América Latina, vejamos outro exemplo, desta vez dado pelo presidente dos Estados Unidos Ronald Reagan (1981-1989): “Em 1982, em um banquete durante uma visita do presidente americano a Brasília, Ronald Reagan se levantou e propôs um brinde ao "povo da Bolívia". Percebendo rapidamente o equívoco, Reagan tentou se corrigir, dizendo que a Bolívia seria o próximo país que iria visitar na sua viagem pela América Latina. Mais uma gafe: depois do Brasil, o presidente americano seguiria para Colômbia, Costa Rica e Honduras. A ida à Bolívia não estava prevista no roteiro. "Que bom que os brasileiros têm senso de humor", disse o ex-embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Diego Asencio. Segundo ele, a gafe não afetou o processo de reaproximação entre os dois países, que estava em andamento na época.” (Disponível em: < http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2001/010521_reagan4.shtml >.

"CNN borra a Paraguay del mapa." E também a Bolívia, o Uruguai...

Dizem que, nos Estados Unidos, muitos pensam que a capital do Brasil é Buenos Aires ou continua sendo o Rio de Janeiro. Um exemplo recente indica que a geografia da América Latina não parece ser mesmo o forte dos norte-americanos. Leia reportagem do jornal paraguaio  ABC Color em < http://www.abc.com.py/cronicas-ciudadanas/cnn-borra-a-paraguay-del-mapa-598442.html >. Prof. Paulo Renato da Silva.

Atahualpa Yupanqui.

Outro compositor e cantor que exerceu forte influência sobre o movimento do Novo Cancioneiro foi o argentino Atahualpa Yupanqui (1908-1992), nome artístico de Héctor Roberto Chavero. O nome é uma homenagem a Atahualpa e Tupac Yupanqui, dois dos últimos governantes incas. O nome simboliza essa busca pelo “nativo” que marcou vários músicos latino-americanos do período. Vale acrescentar que o pai de Atahualpa Yupanqui era quéchua. Mercedes Sosa cita Atahualpa Yupanqui no vídeo que postamos no dia 20, no qual canta Duerme Negrito , música gravada, antes, por Atahualpa. No vídeo a seguir, Atahualpa Yupanqui canta Luna Tucumana , de sua autoria: Yo no le canto a la luna Porque alumbra nada mas Le canto porque ella sabe De mi largo caminar. (bis) Ay lunita tucumana Tamborcito calchaquí Compañera de los gauchos En la senda del tafí. (bis) Perdido en las cerrasones Quien sabe vidita por donde andaré Más cuando salga la luna Cantaré, cantaré A mi tucumán q

Violeta Parra.

Prosseguindo com os 50 anos do Novo Cancioneiro , a compositora e cantora chilena Violeta Parra (1917-1967) não esteve entre os fundadores do movimento surgido em Mendoza, mas exerceu grande influência sobre o grupo. No Chile, Violeta Parra participou de um movimento similar, conhecido como Nova Canção Chilena .   A seguir, Violeta Parra canta Volver a los Diecisiete , de sua autoria: Prof. Paulo Renato da Silva.

50 Anos do "Novo Cancioneiro".

Em 1963, portanto, há 50 anos, surgiu na cidade de Mendoza, Argentina, o movimento Novo Cancioneiro , que ainda repercute amplamente na música latino-americana. Trata-se de um movimento heterogêneo desde seu surgimento, mas, em termos gerais, pretendia valorizar a música interiorana, a qual seria representativa do nacional-popular argentino. Ainda que o tango tivesse uma origem popular, o movimento considerava que o “gênero” passou a ser marcado por interesses comerciais. Caberia reaproximar o tango da música interiorana, rural, comumente chamada de folclórica na Argentina. O movimento é fruto do expressivo êxodo rural que marcou o país, sobretudo a partir da década de 1930. Com a migração, essas músicas ganharam visibilidade nos centros urbanos e passaram a expressar os sentimentos e as dificuldades enfrentadas pelos migrantes nas cidades argentinas, o que deu ao movimento um cunho político-social importante. O manifesto fundador do movimento pode ser acessado no site da cantora arg

"La Vigencia de Simón Bolívar."

A seguir reproduzimos artigo do mexicano Enrique Krauze sobre Bolívar, divulgado pelo professor Horacio Gutierrez (USP) na lista de e-mails da ANPHLAC (Associação Nacional de Pesquisadores e Professores de História das Américas). No artigo, publicado em 14 de julho no jornal chileno  La Tercera ,   Krauze faz um breve resumo das principais interpretações sobre Bolívar: "La aparición de una nueva biografía de Simón Bolívar escrita en inglés por la autora peruana Marie Arana (Bolívar: American Liberator) me llevó a realizar una tarea largamente pospuesta: leer diversas biografías del libertador y sumergirme en los dos gruesos volúmenes que atesoro y que reúnen sus casi tres mil cartas. Al cabo de unos meses, me he formado una idea del personaje, con sus naturales claroscuros. Como ha explicado el eminente historiador venezolano Elías Pino Iturrieta, cada época y cada corriente política ha inventado a su propio Simón Bolívar. Los dictadores venezolanos lo reivindicaron como su

A Marselhesa (La Marseillaise) e a Memória da Revolução Francesa.

No domingo se completou mais um aniversário da queda da Bastilha em 1789, o que tradicionalmente é considerado como o marco inicial da Revolução Francesa. 14 de julho é a data mais importante na França e o país construiu uma memória da Revolução na qual se apresenta como o berço da democracia, como o berço da liberdade, da igualdade e da fraternidade. A Marselhesa é o hino nacional francês. Composta em 1792, em meio à instabilidade dos primeiros anos da Revolução, foi proibida várias vezes e apenas em 1879 se consolidou como o hino do país. A história d’ A Marselhesa se entrelaça com a memória que a França construiu da Revolução. Particularmente durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), A Marselhesa foi uma espécie de hino dos Aliados contra o Eixo, naquela guerra das “democracias” contra o nazi-fascismo. Inclusive na América Latina houve passeatas e manifestações pró-Aliados ao som d’ A Marselhesa .  Uma das cenas mais conhecidas do cinema representa A Marselhesa como esse

A Marcha Peronista.

A “Marcha Peronista” é um hino do Partido Justicialista, mais conhecido como Peronista. Há controvérsias sobre a autoria da letra e da música. Vários gravaram a marcha, mas uma das gravações mais conhecidas é a de Hugo del Carril (1912-1989), que disponibilizamos a seguir: A marcha nos apresenta elementos importantes do peronismo e de seu discurso. Um deles é a própria importância dada à propaganda política. A publicidade dada à marcha e suas gravações indica como o governo de Perón (1946-1955) usou diversos mecanismos de propaganda política, como a música. O peronismo não era e não é homogêneo. Assim, não é casual que a “unidade” seja destacada e defendida na marcha em versos como “todos unidos triunfaremos” e “el pueblo entero esta unido”. Como aponta o primeiro verso, a “unidade” é apresentada como uma condição para o triunfo do peronismo e do povo. É interessante como é construída no hino a relação entre Perón e os setores populares. Por um lado há uma tentativa de se

Procurando uma Fonte para Pesquisar? "La Revista de Buenos Aires: Historia Americana, Literatura y Derecho" (1863-1871).

La Revista de Buenos Aires: Historia Americana, Literatura y Derecho foi publicada na Argentina entre 1863 e 1871. Apresentava-se como um “Periódico destinado a la Republica Argentina, la Oriental del Uruguay y la del Paraguay”. Foi dirigida por Miguel Navarro Viola e Vicente G. Quesada. Trata-se de uma fonte ainda pouco conhecida, mas importante para o estudo de temas como a formação das identidades nacionais, a estruturação do conhecimento histórico e a produção literária nos países citados. A fonte está disponível no Google Books ( http://books.google.com.br/ ) e no Internet Archive ( http://archive.org/ ). Prof. Paulo Renato da Silva.

Religiosidade Popular na América Latina: o cantor Rodrigo.

Foto do cantor com objetos deixados por fãs e devotos. Nesta postagem encerramos a série sobre Religiosidade Popular na América Latina. O exemplo de hoje demonstra como continuam surgindo novas manifestações de religiosidade popular. O cantor argentino Rodrigo Bueno morreu no auge do sucesso em 2000 e seu nome começou a reunir devotos na Argentina e no Uruguai. A seguir o informe do Museu Histórico e Arqueológico de Posadas, Província de Misiones: “La explosión se produjo en Buenos Aires en 1999: la imagen de Rodrigo, como un torbellino, apareció con las tapas de revistas y los programas de televisión. El joven cuartetero batía récords de ventas, sus shows desbordaban de fans (entre ellos 13 presentaciones en el Estadio Luna Park) y sus temas eran cantados por miles de jóvenes. En la madrugada del 24 de junio de 2000 cuando regresaba de dar un recital en City Bell, su camioneta chocó contra el guardarrail y volcó en la Autopista La Plata-Buenos Aires. Rodrigo y Fernando Olme

Religiosidade Popular na América Latina: Pancho Villa.

Vela dedicada a Pancho Villa. Continuando no México e nos Estados Unidos, pouca gente sabe, mas também existe uma crença popular em torno de Pancho Villa, um dos principais líderes da Revolução Mexicana. Sobre isso, vejamos o informe do Museu Histórico e Arqueológico de Posadas, Província de Misiones: “Zapata, Texas. Aunque este pueblo de Estados Unidos lleva como nombre el apellido del Caudillo del Sur, el revolucionario mexicano más conocido aquí es Pancho Villa, a cuyo espíritu la gente cuando se encuentra en apuros, le reza tres Padres Nuestros y tres Aves Marías, después de una oración especial dedicada a él. La figura de Pancho Villa está rodeada de una “leyenda negra”. Es un lugar común decir que Villa era cruel y bárbaro. Es cierto que tenía un carácter colérico y que no dudaba en ejecutar a sus enemigos, en particular a los “traidores” (ex villistas que le eran desleales). Durante el enfrentamiento contra los carrancistas, Villa cometió muchos actos de barbarie (eje

Religiosidade Popular na América Latina: Juan Soldado, protetor dos imigrantes mexicanos.

Altar em homenagem a Juan Soldado. Hoje saímos um pouco do Cone Sul e abordamos a crença em Juan Soldado, presente, sobretudo, na fronteira entre o México e os Estados Unidos. Nossa fonte continua sendo o Museu Histórico e Arqueológico de Posadas, Província de Misiones: “Se lo venera en la región nor-occidental de México y sudoeste de los Estados Unidos. Aquellos que creen en sus milagros dicen que fue acusado falsamente y que a través de su intercesión espiritual, pueden conseguir ayuda en problemas de salud, familiares o facilitar el cruce fronterizo a los inmigrantes indocumentados. Es por ello por lo que se le considera el santo patrón de los indocumentados mexicanos. La imagen que se venera de él es considerada como falsa. En la tarde-noche del 13 de febrero de 1938, desapareció frente de su casa una menor de ocho años llamada Olga Camacho Martínez. En esa época la ciudad de Tijuana solamente tenía 19.000 habitantes, por lo cual todos los vecinos se conocían. Al día sig

Religiosidade Popular na América Latina: "San La Muerte" ou "Santa Buena Muerte".

À direita, imagem de "San La Muerte" ou "Santa Buena Muerte", ao lado de imagem de Gauchito Gil, destacado em nossa postagem anterior. Hoje apresentamos a fé em "San La Muerte" ou "Santa Buena Muerte". Seguimos destacando os informes sobre os "santos pagãos" do Museu Histórico e Arqueológico de Posadas, Província de Misiones: “Es una entidad venerada en la antigua región guaranítica de América del Sur y principalmente en territorios del Paraguay, del noreste de Argentina, especialmente en la provincia de Corrientes y en menor medida en Misiones, Chacho, Formosa, Santa Fe, Gran Buenos Aires y, al sur de Brasil (Paraná, Santa Catarina, Río Grande del Sur). El culto es obviamente pagano, y no tiene fecha especial de celebración, si bien se suele conmemorar el Viernes Santo, el Día de Todos los Muertos o el 20 de agosto, pero en la clandestinidad. El amuleto que lo representa sólo tiene efectividad si se encuentra bendecido por u

Religiosidade Popular na América Latina: Gauchito Gil.

Devoto carrega imagem de Gauchito Gil. Hoje destacamos a história de Gauchito Gil, que se originou na Província de Corrientes, nordeste da Argentina. A seguir reproduzimos um informe sobre o Gauchito Gil do Museu Histórico e Arqueológico de Posadas, Província de Misiones: “De su historia hay distintas versiones. Unos dicen que lo mató la policía en una emboscada, otros que murió en un duelo entre gauchos, y otra versión alega que se negó a alistarse o desertó del ejército durante las guerras internas de Argentina y entonces lo fusilaron. La más difundida fue que había sido tomado prisionero por el Coronel Zalazar acusado injustamente de desertor. Fue trasladado a Mercedes y de allí sería enviado a Goya donde se encontraban los tribunales. Era sabido que los prisioneros que tenían ese destino jamás llegaban a Goya. El Gauchito sabía que lo iban a ajusticiar y le dice al sargento: “no me matés porque la orden de perdón viene en camino” a lo que el soldado replica “De esta no t