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"Carta Abierta de un Escritor a la Junta Militar": o golpe de 1976 na Argentina, 36 anos depois.

O golpe de Estado de 1976 na Argentina completa hoje 36 anos. Nesta data, a Argentina celebra o Dia da Memória em homenagem às milhares de vítimas da ditadura militar. A seguir, o início da Carta Abierta de un Escritor a la Junta Militar, escrita por Rodolfo Walsh em 24 de março de 1977, dia do primeiro aniversário do golpe. A carta é uma denúncia contundente contra os militares. Walsh é um dos trinta mil desaparecidos políticos deixados pela ditadura instaurada em 1976. Walsh desapareceu um dia depois de escrever a carta:
“1. La censura de prensa, la persecución a intelectuales, el allanamiento de mi casa en el Tigre, el asesinato de amigos queridos y la pérdida de una hija que murió combatiéndolos, son algunos de los hechos que me obligan a esta forma de expresión clandestina después de haber opinado libremente como escritor y periodista durante casi treinta años.
El primer aniversario de esta Junta Militar ha motivado un balance de la acción de gobierno en documentos y discursos oficiales, donde lo que ustedes llaman aciertos son errores, los que reconocen como errores son crímenes y lo que omiten son calamidades.
El 24 de marzo de 1976 derrocaron ustedes a un gobierno del que formaban parte, a cuyo desprestigio contribuyeron como ejecutores de su política represiva, y cuyo término estaba señalado por elecciones convocadas para nueve meses más tarde. En esa perspectiva lo que ustedes liquidaron no fue el mandato transitorio de Isabel Martínez sino la posibilidad de un proceso democrático donde el pueblo remediara males que ustedes continuaron y agravaron.
Ilegítimo en su origen, el gobierno que ustedes ejercen pudo legitimarse en los hechos recuperando el programa en que coincidieron en las elecciones de 1973 el ochenta por ciento de los argentinos y que sigue en pie como expresión objetiva de la voluntad del pueblo, único significado posible de ese "ser nacional" que ustedes invocan tan a menudo.
Invirtiendo ese camino han restaurado ustedes la corriente de ideas e intereses de minorías derrotadas que traban el desarrollo de las fuerzas productivtas, explotan al pueblo y disgregan la Nación. Una política semejante sólo puede imponerse transitoriamente prohibiendo los partidos, interviniendo los sindicatos, amordazando la prensa e implantando el terror más profundo que ha conocido la sociedad argentina.” (Disponível em: <http://www.literatura.org/Walsh/rw240377.html>. Acesso em: 24 mar. 2012).
Prof. Paulo Renato da Silva.

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