Pular para o conteúdo principal

"Um equívoco sobre o processo boliviano".

Encaminho trecho – polêmico – do artigo de Pablo Stefanoni sobre o processo de mudanças iniciado por Evo Morales na Bolívia. O artigo se chama Ao menos quatro equívocos sobre o processo boliviano. Segue um dos equívocos destacados pelo autor:
3. En Bolivia se está construyendo una alternativa a la modernidad y al capitalismo. (...) se considera, a menudo, que el boliviano es un proyecto más profundo comparado incluso con Venezuela o Ecuador. Pero ello parte de una confusión entre las prácticas y los discursos oficiales (generalmente repetidos con mayor convicción fuera de Bolivia) acerca de la necesidad de construir el proyecto del “vivir bien” (posdesarrollista), el cual hasta ahora se mantiene en una dimensión filosófica imposible de traducir en políticas públicas, especialmente cuando se busca definirlo con frases como: “El sumaj qamaña (vivir bien)...es la dulzura de “ser siendo” frente a la dureza del “estar estando”.
En verdad, la línea gubernamental hegemónica es una mezcla de desarrollismo y prudencia macroeconómica que incluye imaginarios industrialistas propios de los años 50 centrados en la industria de base y la integración física del país. O dicho de otro modo, extractivismo clásico con mayor control estatal y políticas sociales algo más amplias, vehiculizadas mediante varios bonos. Quizá no es poco, dadas las circunstancias, pero tampoco es suficiente (y ello no es sólo culpa del gobierno sino de situaciones largamento acumuladas) para transformar las condiciones de vida de la mayoría de los bolivianos y las bolivianas.
El propio vicepresidente Alvaro García Linera, quien lidera esta vertiente ideológica y de gestión, apeló a la famosa frase de Lenin “Soviets más electrificación”, en referencia al gobierno de los movimientos sociales y su proyecto de “represas monstruosas” (sic). En verdad, los “indios invisibles” comercian, están insertos en la globalización y tienen una idea del vivir bien bastante más aterrizada: cuando pueden envían a sus hijos a escuelas y universidades privadas, y hasta algunos de ellos los hacen estudiar chino porque creen que es el idioma del futuro.
A su vez, las recientes declaraciones del importante senador y “poncho rojo” aymara Eugenio Rojas defendiendo la tortura policial con una serie de argumentos que mostraban que no se trataba de un mero lapsus (La Razón, 25-3-2011) deja ver que transformación y posiciones conservadoras/reaccionarias pueden convivir incluso en procesos de cambio de la magnitud indiscutible del boliviano.” (STEFANONI, Pablo. Al menos cuatro equivocos sobre el proceso boliviano. Umbrales de América del Sur, Buenos Aires, número 12, maio-novembro de 2011. p. 94-95).
Ressalto que o comitê editorial da revista Umbrales de América del Sur é formado por entidades “progressistas”, como a Fundação Perseu Abramo, ligada ao PT.
Prof. Paulo Renato da Silva.

Postagens mais visitadas deste blog

A "Primavera dos Povos" na Era do Capital: historiografia e imagens das revoluções de 1848

  Segundo a leitura de Eric J. Hobsbawm em A Era do Capital , a Primavera dos Povos foi uma série de eventos gerados por movimentos revolucionários (liberais; nacionalista e socialistas) que eclodiram quase que simultaneamente pela Europa no ano de 1848, possuindo em comum um estilo e sentimento marcados por uma atmosfera romântico-utópica influenciada pela Revolução Francesa (1789). No início de 1848 a ideia de que revolução social estava por acontecer era iminente entre uma parcela dos pensadores contemporâneos e pode-se dizer que a velocidade das trocas de informações impulsionou o processo revolucionário na Europa, pois nunca houvera antes uma revolução que tivesse se espalhado de modo tão rápido e amplo. Com a monarquia francesa derrubada pela insurreição e a república proclamada no dia 24 de fevereiro, a revolução europeia foi iniciada. Por volta de 2 de março, a revolução havia chegado ao sudoeste alemão; em 6 de março a Bavária, 11 de março Berlim, 13 de março Viena, ...

“Núcleo Integralista, Núcleo Proletário”: Os trabalhadores e os sindicatos no jornal integralista “A Offensiva”

       1.  INTRODUÇÃO      Em outubro de 1932, o político e escritor brasileiro Plínio Salgado (1895-1975) publicou o manifesto que seria a base doutrinária de um dos maiores movimentos político-sociais de extrema direita da América Latina, o Integralismo. Com fortes inspirações fascistas, o movimento logo alcançou um grande número de adeptos e militantes, e marcou os cenários político e social brasileiros da primeira metade do século XX.      Um dos principais meios de propaganda e comunicação da Ação Integralista Brasileira (AIB) foi a imprensa periódica, sobretudo através do jornal A Offensiva, publicado no Rio de Janeiro e distribuído nacionalmente entre 1934 e 1938 (Oliveira, 2009, p. 151).      Através deste texto, considerando A Offensiva como nossa fonte de pesquisa, buscamos analisar criticamente a seção sindical do jornal em três diferentes números publicados entre 03 e 05 de novembro de 1936. Tratam-...