O Museu do Ipiranga.
Na sexta, dia 7, o Brasil celebrou o 7 de setembro de 1822, dia oficial
de sua independência. A versão oficial diz que, nessa data, D. Pedro I
proclamou a independência às margens do riacho Ipiranga, em São Paulo. Contudo,
existem controvérsias sobre a data e, ao longo do século XIX, a independência
também era comemorada em outros dias.
Em setembro de 1822, D. Pedro I realmente esteve em São Paulo em busca
de apoio político, pois havia pressões para que o príncipe regente retornasse a
Portugal, para onde seu pai, o rei D. João VI, tinha retornado no ano anterior.
Vale lembrar que, em 1808, a família real portuguesa se transferiu para o
Brasil diante da invasão da Península Ibérica por Napoleão Bonaparte.
Porém, em uma carta dirigida aos paulistas no dia 8 de setembro de 1822,
D. Pedro I não faz nenhuma referência ao “Grito do Ipiranga”, como a
proclamação de independência do Brasil é conhecida. Em outra carta, do dia 22,
para D. João VI, D. Pedro I tampouco faz qualquer menção ao “7 de setembro”. A
data começou a se tornar conhecida a partir de 1826, quando o padre Belchior,
que acompanhava D. Pedro I em São Paulo, publicou o seu relato daqueles dias.
Entretanto, ao longo do século XIX, a independência também era comemorada
em outras datas. Uma delas era o 29 de agosto, quando Portugal, em 1825,
reconheceu a independência do Brasil. Outras datas eram o 12 de outubro e o 1º
de dezembro, datas do aniversário e da coroação de D. Pedro I, respectivamente.
Apenas na segunda metade do século XIX o 7 de setembro se consolidou
como a data principal da independência do Brasil. Nesse período, graças ao café,
São Paulo se desenvolveu economicamente e ganhou importância política. As
elites paulistas passaram a promover o 7 de setembro como uma forma de
valorizar São Paulo e de inserir o Estado em episódios importantes da história
do Brasil. No final do século, a construção do Museu do Ipiranga em São Paulo,
para celebrar a independência, ajudou a consolidar o 7 de setembro como a data
oficial da independência do Brasil.
Prof. Paulo Renato da Silva.
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