Pular para o conteúdo principal

Stroessner, 24 anos depois: a “fachada democrática”.


Amanhã faz 24 anos que caiu Alfredo Stroessner (1912-2006), o ditador que governou o Paraguai entre 1954 e 1989. Foi uma das ditaduras mais longas da história. Hoje o blog inicia uma série de postagens sobre esse período da história paraguaia. O que manteve Stroessner tanto tempo no poder? Uma das explicações é a sua “fachada democrática”:

Stroessner "vota" nas eleições de 1960 para o Legislativo.

“Contrariamente a otros regímenes militares en América Latina, el de Stroessner mantuvo una fachada de vida democrática, en la forma de un sistema parlamentario que incluía a varios partidos políticos y repetidas elecciones fraudulentas. Esta fachada, que llevó a Francisco Delich a referirse al régimen como una forma de “despotismo republicano”, era un eslabón importante de su estrategia de legitimación, tanto en la arena doméstica como en la internacional. A lo largo del stronato, la supuesta legalidad de las acciones del régimen y sus estructuras pretendidamente democráticas fueron temas que se repetían ad náuseam en el discurso oficial, tanto dentro como fuera del país. Se realizaron elecciones presidenciales cada cinco años, en las que participaban partidos de oposición legales, pero domesticados, cuyas actividades estaban restringidas por los mecanismos del Estado corporativo. (...). En total, Stroessner fue reelecto siete veces, en elecciones caracterizadas por su falta de credenciales democráticas. De acuerdo con el escrutinio oficial, obtuvo un promedio del 88,7% de los votos: 1954, 98,4%; 1958, 97,3%; 1963, 90,6%; 1968, 70,9%; 1973, 83,6%; 1978, 90,0%; 1983, 90,1%; y 1988, 88,6%.
El régimen le dio mucha importancia al respeto a la ley, y sus acciones siempre fueron defendidas por estar de acuerdo con la legalidad constitucional. La separación formal de los poderes era reconocida, aunque el Judicial y el Legislativo eran, de hecho, apéndices del Ejecutivo, que ejercía el poder de manera totalmente arbitraria. El régimen utilizó esta pretensión de legalidad como un elemento clave en la fachada democrática, en defensa de sus graves violaciones de los derechos humanos.” (NICKSON, 2010, p. 280-281).
Referência bibliográfica:
NICKSON, Andrew. El régimen de Stroessner (1954-1989). In: TELESCA, Ignacio (Org.). Historia del Paraguay. Assunção: Taurus, 2010.
Prof. Paulo Renato da Silva.

Postagens mais visitadas deste blog

CONTRA A MARÉ DO ESQUECIMENTO: PIRATARIA E A INVISIBILIZAÇÃO AFRICANA NA INGLATERRA MODERNA

  Xil ogravura retratando o pirata Henry Avery e o seu criado, publicada em A general history of the robberies and murders of the most notorious pyrates , Charles Johnson (1724) A crença de que os antigos africanos não possuíam capacidade para realizar travessias marítimas não apenas revela preconceito, mas também um profundo desconhecimento histórico. Por volta de 2600 a.e.c., os egípcios já construíam embarcações de grande porte e dominavam a construção naval, o comércio e a guerra marítima. A crescente demanda por estanho, indispensável para a produção de armas e utensílios de bronze, levou faraós como Sesóstris I e Tutmés III a organizarem expedições marítimas às regiões setentrionais da Europa. Suas embarcações, feitas de papiro ou madeira costurada, possuíam estrutura flexível, capaz de resistir a tempestades, o que as tornava aptas para enfrentar o mar aberto. O uso combinado de remo e vela permitia a navegação mesmo na ausência de vento, evitando que ficassem à deriva. Va...

A "Primavera dos Povos" na Era do Capital: historiografia e imagens das revoluções de 1848

  Segundo a leitura de Eric J. Hobsbawm em A Era do Capital , a Primavera dos Povos foi uma série de eventos gerados por movimentos revolucionários (liberais; nacionalista e socialistas) que eclodiram quase que simultaneamente pela Europa no ano de 1848, possuindo em comum um estilo e sentimento marcados por uma atmosfera romântico-utópica influenciada pela Revolução Francesa (1789). No início de 1848 a ideia de que revolução social estava por acontecer era iminente entre uma parcela dos pensadores contemporâneos e pode-se dizer que a velocidade das trocas de informações impulsionou o processo revolucionário na Europa, pois nunca houvera antes uma revolução que tivesse se espalhado de modo tão rápido e amplo. Com a monarquia francesa derrubada pela insurreição e a república proclamada no dia 24 de fevereiro, a revolução europeia foi iniciada. Por volta de 2 de março, a revolução havia chegado ao sudoeste alemão; em 6 de março a Bavária, 11 de março Berlim, 13 de março Viena, ...