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"Amor Sacro e Amor Profano", um comentário.


Segue o prometido comentário sobre Amor Sacro e Amor Profano:
“Efectivamente, el tema del cuadro está relacionado con el amor, algo incuestionable dado el protagonismo que en él asume Cupido, pero no con el amor mismo, que siempre se ha representado a través de un personaje masculino, sino con Venus. Las dos Venus, o Las Venus gemelas (Panofsky, 1972), resultaría un título más adecuado para esta composición, en la que Tiziano representó a dos mujeres sentadas en el borde de una fuente cuyas aguas remueve Cupido con la mano. Las dos se parecen mucho, sólo que una de ellas está desnuda y sostiene en su mano una lámpara encendida, mientras que la otra está vestida y lleva en sus manos un ramillete de rosas y una vasija de oro.
Semejantes pero distintas, las dos mujeres pintadas por Tiziano se insertan dentro de una tradición que ya tenía otros precedentes ilustres en el arte renacentista: las dos diosas pintadas por Botticelli en La Primavera (hacia 1482, Florencia, Galería de los Uffizi) y El nacimiento de Venus (hacia 1484-1486, Florencia. Galería de los Uffizi), o aquellas otras dos, también desnuda una y vestida la otra, que se habían solicitado a Mantegna. En los tres casos, el tema era el mismo: una reflexión sobre la doble naturaleza de Venus; sobre la mujer celeste y la Venus vulgar.

O Nascimento da Vênus de Botticelli.

Las dos Venus, en el contexto neoplatónico, representan dos modos distintos de existencia y dos grados de perfección; no una oposición entre dos principios morales diferentes, entre el bien y el mal. Hasta fechas muy próximas a aquellas en las que Tiziano pintó su cuadro, la yuxtaposición entre una mujer vestida y otra desnuda era un recurso normal para representar una oposición de carácter moral entre el bien y el mal, encarnándo-se siempre éste en la desnuda.
Sin embargo, y esto es lo que convierte a una obra como ésta en un ejemplo de humanismo neoplatónico y no de moralismo neomedieval, en el Renacimiento la desnudez adquiere una nueva valoración, moralmente positiva y superior a la de su oponente vestida: desnudas se representa a la Verdad, a la Amistad, al Alma, a la Felicidad Eterna…y desnuda se figura también a la Venus celeste, mientras que a la Venus vulgar, o terrena, se la representa cubierta por ricas vestiduras que no son otra cosa sino un símbolo de los velos que, en el pensamiento platónico, nublan la capacidad de entendimiento humana.
(…).
De carácter muy distinto es un tercer tipo de amor, el amor ferinus, de carácter irracional y, por tanto, impropio del hombre verdadero, que le esclaviza con la fuerza de las pasiones y le impide la contemplación de la verdadera belleza. Un amor este cuyos terribles efectos y su castigo ha simbolizado también Tiziano en el caballo desbocado y la escena de flagelación que decoran, como si se tratara de un relieve antiguo, la fuente sobre la que están sentadas las dos Venus.” (MORÁN, p. 32-33).
A seguir está com uma reprodução melhor o relevo antigo sobre o qual estão sentadas as duas Vênus, imperceptível na imagem da última postagem. Tendo em vista que o “amor ferinus estaria representado no relevo, considero que a nudez de uma das Vênus representa, sim, um conflito, representa, sim, uma permanência do “moralismo neomedieval”. O autor está correto ao assinalar que muda gradualmente o olhar em relação à representação da nudez, mas me parece que exagera esta mudança nesta pintura de Tiziano. 
Para terminar, há, de fato, uma fonte na cena, mas uma fonte cujo formato remete a um sarcófago antigo, portanto, à morte, o que parece reforçar o confronto entre a nossa natureza "espiritual", "pura", ou que assim deveria ser, e a nossa natureza "humana", "carnal", transitória, conforme indicaria o sarcófago.

Detalhe de Amor Sacro e Amor Profano.

Referência bibliográfica:
MORÁN, Miguel. Tiziano. Madri: Arlanza.
Prof. Paulo Renato da Silva.

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