A
população boliviana, que era formada principalmente por camponeses e mineiros,
não estava satisfeita com os governos que estavam no poder, e essa insatisfação
fez com que houvesse manifestações para que fosse feita uma reestruturação
completa do Estado Oligárquico.
A
mobilização camponesa passou a se organizar e formar sindicatos, a fim de
atingir seus objetivos, como o de conservar as organizações comunitárias
ligadas por parentescos e a reafirmação de suas culturas. Lutavam ainda para
que fossem devolvidas as terras que teriam sido confiscadas, pelo fim do
serviço militar obrigatório e pelo fim da servidão semi-feudal ao qual os
indígenas estavam submetidos. Queriam também uma representação indígena no
Congresso Nacional e o estabelecimento de escolas nas comunidades.
A
Reforma Agrária foi outro ponto importante reivindicado pelas mobilizações, que
eram apoiadas e organizadas pelo partido político POR (Partido Obrero
Revolucionario). Suas manifestações começaram no campo e logo após seguiram até
as cidades.
O
MNR (Movimiento Nacional Revolucionario), que possuía o apoio das massas, mas
também dos grandes proprietários e fazendeiros, tentava conter a população para
que não houvesse mais rebeliões. Assim, o partido defendia as reivindicações, como
a reforma agrária, mas com o objetivo de acalmar os ânimos dos manifestantes.
Em
1952, o MNR chegou ao poder através da “Revolução Boliviana”. No poder, o MNR
compôs uma política de integração dos camponeses no projeto nacional mediante a
reforma agrária. No entanto, ignorou as tradições indígenas, a vida em
comunidade e os valores culturais tradicionais dessas populações. Assim, houve
a rejeição de temas ligados à indianidade.
Foi
criada em 1953 a Comissão da Reforma Agrária, que contava com dirigentes dos
partidos políticos MNR e POR. Tinha como objetivo uma resolução pacífica e
legal para a reforma agrária. No entanto, houve uma forte ação do MNR contra o
POR. Os seus líderes foram presos e suas manifestações foram proibidas. Conforme
destacado acima, o objetivo do MNR era “pacificar o campo” e conter as massas.
Bibliografia
consultada:
ANDRADE,
Everaldo de Oliveira. A Revolução Boliviana.
São Paulo: UNESP, 2007.
Rosângela
Daiana dos Santos – estudante do Curso de História – América Latina, da UNILA.