Pular para o conteúdo principal

Pensar História na América Latina: Migrações.

Hoje começaremos uma série especial sobre história das migrações. Retomaremos uma atividade muito interessante realizada durante a Semana Acadêmica de História da Unila anunciada aqui no blog. Entre os dias 24 e 26 de agosto, nas escolas estaduais Presidente Castelo Branco e Barão do Rio Branco, uma equipe de professores e estudantes da Unila desenvolveu uma dinâmica com estudantes de ensino médio e magistério. A oficina “Pensar História na América Latina” trabalhou a temática da história das migrações através da história familiar dos estudantes. Utilizamos mapas que mostravam diferentes processos migratórios para a América Latina e o Brasil em distintos momentos históricos (como o mapa abaixo, extraído de ADAS, Melhem. Panorama geográfico brasileiro. São Paulo: Moderna, 2004, p. 285). 



Em um primeiro momento, com a classe disposta em um círculo, questionamos os alunos se eles mesmos se imaginavam migrantes, isto é, se pensavam em sair de Foz do Iguaçu em algum momento de suas vidas.


Atividade de abertura na Escola Presidente Castelo Branco

Em seguida, os estudantes, divididos em grupos, compartilharam histórias familiares de migração, apontando os elementos que indicavam a origem e as tradições culturais de suas famílias. Comentaram elementos como fotos, objetos, receitas culinárias, expressões de linguagem, entre outros. A atividade estimulou uma reflexão sobre a construção da memória das migrações na região da Tríplice Fronteira e sobre a escrita da história a partir de diversas fontes, materiais ou imateriais.

Discussões em grupo na Escola Barão do Rio Branco

A equipe da Unila com a equipe da Escola Barão do Rio Branco


Aproveitando essa experiência nas escolas de Foz do Iguaçu, faremos uma série de postagens trazendo vídeos e artigos relacionados à temática das migrações.

Profa. Mirian Santos Ribeiro de Oliveira.
Prof. Pedro Afonso Cristovão dos Santos.

Postagens mais visitadas deste blog

A "Primavera dos Povos" na Era do Capital: historiografia e imagens das revoluções de 1848

  Segundo a leitura de Eric J. Hobsbawm em A Era do Capital , a Primavera dos Povos foi uma série de eventos gerados por movimentos revolucionários (liberais; nacionalista e socialistas) que eclodiram quase que simultaneamente pela Europa no ano de 1848, possuindo em comum um estilo e sentimento marcados por uma atmosfera romântico-utópica influenciada pela Revolução Francesa (1789). No início de 1848 a ideia de que revolução social estava por acontecer era iminente entre uma parcela dos pensadores contemporâneos e pode-se dizer que a velocidade das trocas de informações impulsionou o processo revolucionário na Europa, pois nunca houvera antes uma revolução que tivesse se espalhado de modo tão rápido e amplo. Com a monarquia francesa derrubada pela insurreição e a república proclamada no dia 24 de fevereiro, a revolução europeia foi iniciada. Por volta de 2 de março, a revolução havia chegado ao sudoeste alemão; em 6 de março a Bavária, 11 de março Berlim, 13 de março Viena, ...

CONTRA A MARÉ DO ESQUECIMENTO: PIRATARIA E A INVISIBILIZAÇÃO AFRICANA NA INGLATERRA MODERNA

  Xil ogravura retratando o pirata Henry Avery e o seu criado, publicada em A general history of the robberies and murders of the most notorious pyrates , Charles Johnson (1724) A crença de que os antigos africanos não possuíam capacidade para realizar travessias marítimas não apenas revela preconceito, mas também um profundo desconhecimento histórico. Por volta de 2600 a.e.c., os egípcios já construíam embarcações de grande porte e dominavam a construção naval, o comércio e a guerra marítima. A crescente demanda por estanho, indispensável para a produção de armas e utensílios de bronze, levou faraós como Sesóstris I e Tutmés III a organizarem expedições marítimas às regiões setentrionais da Europa. Suas embarcações, feitas de papiro ou madeira costurada, possuíam estrutura flexível, capaz de resistir a tempestades, o que as tornava aptas para enfrentar o mar aberto. O uso combinado de remo e vela permitia a navegação mesmo na ausência de vento, evitando que ficassem à deriva. Va...