Na terminologia das ciências
sociais, os termos “ilegal” ou “clandestino” são considerados inapropriados.
Todos os seres humanos têm o direito de migrar, de ir e vir, e, portanto, não
deveriam ser classificados como ilegais ou clandestinos. Sua situação pode ser
irregular do ponto de vista de um determinado sistema jurídico nacional, mas
ninguém é ilegal.
Além da dimensão
político-jurídica, as migrações possuem uma dimensão afetiva. Muitas vezes, as
artes conseguem captar esta dimensão e revelar aspectos dos deslocamentos
humanos igualmente importantes, como as dificuldades do deslocamento até a
fronteira e sua posterior travessia fora dos trâmites legais, e a vivência da
discriminação nos países de destino.
Neste
sentido, dentro de nossa série especial sobre migrações, apresentaremos
indicações de filmes e músicas relacionados a esta temática. Na América Latina,
a travessia da fronteira entre México e Estados Unidos, além de ser bastante
estudada academicamente, é tema de muitas produções artísticas. Na música, há
muitas canções de protesto, como as das bandas de rock Brujería e Molotov, cuja
“Frijolero” faz parte da trilha sonora do filme “Um dia sem mexicanos” (Estados
Unidos, México e Espanha, 2004).
"Um dia sem mexicanos".
Além do preconceito explicito, a invisibilização das
populações migrantes é outra faceta do problema. Aqui apresentamos sugestões de
um documentário e de um filme de ficção que abordam as questões da
irregularidade e da invisibilidade dos migrantes. O documentário é “Los
invisibles” (México, 2010), produzido por Gael García Bernal, em colaboração
com a Anistia Internacional. O filme se chama “Coisas Belas e Sujas” (Reino
Unido, 2002).
"Los invisibles".
"Coisas belas e sujas".
Para terminar, sugerimos mais duas músicas: "Clandestino",
de Manu Chao, e "Mojado", de Ricardo Arjona.
"Clandestino", de Manu Chao.
"Mojado", de Ricardo Arjona.
Agradecemos às contribuições dos estudantes da UNILA Bruno Lujan
(História), Linda Gonzales (Antropologia) e Lorena Castellanos (Economia).
Profa.
Mirian Santos Ribeiro de Oliveira.
Prof. Pedro Afonso Cristovão dos Santos.
Prof. Pedro Afonso Cristovão dos Santos.