O pluralismo religioso da
Tríplice Fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai é muitas vezes
identificado por turistas e visitantes a partir de edificações religiosas que
se tornaram atrações turísticas, como o Templo Budista de Foz do Iguaçu.
Caminhando pelo espaço do Templo, admirando o prédio principal, a paisagem, as
estátuas com feições chinesas, os visitantes se perguntariam pela história do
budismo?
O budismo é uma religião de
origem chinesa? Ou japonesa? Ou, ainda, tibetana?
Templo budista de Foz
do Iguaçu. Foto: Lucio Eiji Fukumoto, estudante de Antropologia
O budismo é uma
religião de origem sul-asiática. Mais especificamente, formou-se em territórios
atualmente correspondentes aos Estados da Índia e do Nepal. Mas, durante quase
mil anos, entre os séculos 8 e 19 da Era Comum, aproximadamente, a história do
budismo se perdeu em sua terra de origem. Em seu livro “Um fim para o
sofrimento. O Buda no mundo”, Pankaj Mishra, escritor indiano, reflete sobre o
modo pelo qual membros da administração colonial britânica e viajantes e
exploradores europeus encontraram vestígios relacionados à vida de Sidarta
Gautama, o Buda (que viveu aproximadamente entre 563-483 antes da Era Comum),
dos primeiros seguidores de sua doutrina e da formação de um grande império
budista na Índia antiga, sob o governo de Ashoka (269-232 antes da Era Comum, aproximadamente), e sobre como tais europeus formularam as primeiras
versões da história do budismo (ver especialmente o capítulo “A invenção do
budismo”. MISHRA, P. Um fim para o
sofrimento. O Buda no mundo. Rio
de Janeiro: Record, 2011).
Uma boa discussão
sobre o período histórico de surgimento do budismo, bem como de sua expansão
para outras regiões do mundo, notadamente o Leste da Ásia, pode ser encontrada
no segundo episódio da série de documentários da BBC sobre História da Índia
(2007), escrita e apresentada pelo historiador britânico Michael Wood.
O poder das ideias (legendas
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Profa. Mirian Santos Ribeiro
de Oliveira