Para iniciarmos uma reflexão sobre a memória de processos históricos traumáticos como o Holocausto e as ditaduras militares na América Latina, deixo um pequeno trecho de um artigo de minha autoria:
“Ninguém duvida que seja necessário lembrar as experiências traumáticas. Em alguns casos, como o do Holocausto, lembrar seria mais do que um direito, mas também um dever. Permite uma reparação às vítimas e alerta sobre o perigo representado por situações semelhantes. O testemunho dos sobreviventes do Holocausto fez vir à tona experiências traumáticas maquiadas pela propaganda nazista e ajudou a extirpar do Estado alemão pessoas ligadas ao regime de Hitler.
No caso das ditaduras militares latino-americanas, podemos fazer observações semelhantes. As memórias dos perseguidos políticos abalaram a imagem dos militares como promotores do “progresso” e são fundamentais nos esforços para se consolidar a democracia no continente.” (Memória, História e Cidadania. Cadernos do CEOM, Chapecó, SC, ano 23, número 32, jun. 2010. p. 341).
A reflexão prossegue nos próximos dias.
Prof. Paulo Renato da Silva.