Na semana passada veio à tona a mobilização de moradores de Higienópolis contra a construção de uma estação de metrô no bairro, um dos mais tradicionais da cidade de São Paulo. O protesto é contra a presença de pessoas “não-diferenciadas” no bairro, o que poderia ser facilitado pela estação de metrô. Sobre o medo das elites em relação aos setores populares, o historiador francês Jules Michelet destaca o seguinte: “O resultado (...) não é a indiferença, mas a antipatia e o ódio, não a simples negação da sociedade, mas seu contrário, a sociedade trabalhando ativamente para se tornar anti-social.” (Apud BRESCIANI, M. S. M. Londres e Paris no Século XIX: o espetáculo da pobreza. São Paulo: Brasiliense, 1982. p. 63-64). Detalhe: Michelet morreu em 1874.
Prof. Paulo Renato da Silva.
Progresso Americano (1872), de John Gast, é uma alegoria do “Destino Manifesto”. A obra representa bem o papel que parte da sociedade norte-americana acredita ter no mundo, o de levar a “democracia” e o “progresso” para outros povos, o que foi e ainda é usado para justificar interferências e invasões dos Estados Unidos em outros países. Na pintura, existe um contraste entre “luz” e “sombra”. A “luz” é representada por elementos como o telégrafo, a navegação, o trem, o comércio, a agricultura e a propriedade privada (como indica a pequena cerca em torno da plantação, no canto inferior direito). A “sombra”, por sua vez, é relacionada aos indígenas e animais selvagens. O quadro “se movimenta” da direita para a esquerda do observador, uma clara referência à “Marcha para o Oeste” que marcou os Estados Unidos no século XIX. Prof. Paulo Renato da Silva. Professores em greve!