Na semana passada veio à tona a mobilização de moradores de Higienópolis contra a construção de uma estação de metrô no bairro, um dos mais tradicionais da cidade de São Paulo. O protesto é contra a presença de pessoas “não-diferenciadas” no bairro, o que poderia ser facilitado pela estação de metrô. Sobre o medo das elites em relação aos setores populares, o historiador francês Jules Michelet destaca o seguinte: “O resultado (...) não é a indiferença, mas a antipatia e o ódio, não a simples negação da sociedade, mas seu contrário, a sociedade trabalhando ativamente para se tornar anti-social.” (Apud BRESCIANI, M. S. M. Londres e Paris no Século XIX: o espetáculo da pobreza. São Paulo: Brasiliense, 1982. p. 63-64). Detalhe: Michelet morreu em 1874.
Prof. Paulo Renato da Silva.
El Caimán Barbudo surgiu no ano de 1966, como encarte dentro do jornal Juventud Rebelde. O encarte tinha como objetivo mostrar a capacidade intelectual existente dentro dos novos escritores dos anos 50 em diante em Cuba, ou seja, o que o diretor Jesús Díaz realmente queria era que a juventude intelectual começasse a se desprender dos escritores mais antigos, como é o exemplo de José Martí. El Caimán Barbudo teve suas crises logo no início, pois no primeiro ano Jesús Díaz teve que abandonar a direção do suplemento devido a artigos polêmicos, principalmente artigos de Herberto Padilla. A saída de Jesús Díaz deu origem à segunda fase do suplemento, quando se intensifica o controle da União de Jovens Comunistas sobre o jornal Juventud Rebelde. A Revolução começou a se fixar em Cuba e a partir de então começava uma grande discussão para definir como seriam as obras revolucionárias, escolhas essas não somente de tema, mas também de linguagem, como se evidenciou no segundo ...