Começamos hoje a desenvolver alguns pontos levantados na aula de quarta-feira, dia 4. Sobre a relação entre o historiador, o conhecimento, a política e o poder, levantada por Keila, transcrevo o seguinte:
“(...) o intelectual é distinto do político em razão da aplicação do poder – poder de violência. De modo geral, ele tem preparado revoluções que, logo após o triunfo, já começam a traí-lo; formula e pronuncia a liberdade para que o político a realize e a cumpra. Mas a política, nesta época moderna, tem sido carente de legitimação. E os intelectuais têm sido usados pelo poder para esta legitimação, de tal forma que não existe identificação possível entre o intelectual e o poder estabelecido. Em síntese, não há possibilidade de compatibilizar as duas ações, essencialmente porque o poder, ainda que seja aquele estabelecido imediatamente após um processo revolucionário, tende a cristalizar-se, a deixar de ser revolucionário. E esta posição não faz parte da essência do trabalho intelectual, ou seja, faz parte da sua função estar, constantemente, pensando à frente de qualquer poder estabelecido. A natureza da investigação faz com que o intelectual seja um revolucionário permanente.” (MAXIMO, Antonio Carlos. Os Intelectuais e a Educação das Massas. Campinas, SP: Autores Associados, 2000. p. 43-44).
Para aqueles que quiserem se aprofundar no tema, alguns nomes importantes são Julien Benda, José Ortega y Gasset, Max Weber, Paul Nizan, Luis Aranguren, Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir, dentre inúmeros outros.
Prof. Paulo Renato da Silva.