Ainda na segunda, dia 18, foi apresentada por Licio Romero Costa a comunicação A importância da figura de Tupac Katari para os movimentos sociais indígenas bolivianos: o caso dos cocaleros e do MAS-IPSP.
Licio destacou que Tupac Katari, ao contrário de Tupac Amaru no Peru, não tinha uma condição social privilegiada, o que reforçaria o apelo popular e social de sua imagem para os movimentos sociais bolivianos.
Citando Silvia Rivera Cusicanqui, destacou ainda que a imagem de Tupac Katari surge no cruzamento de uma “memória longa” com uma “memória curta”. A primeira remontaria a processos vividos pelos indígenas desde a conquista da América pelos europeus, enquanto a segunda remontaria a processos mais recentes como a Revolução de 1952 na Bolívia, marcada por forte mobilização camponesa.
No debate, foi lembrado que a imagem de Tupac Katari não é a única reivindicada pelos movimentos sociais bolivianos, mas, sobretudo a partir da década de 1980, o destaque dado a Katari seria fruto da união de diferentes movimentos sociais em torno de um projeto político mais amplo, o que teria colaborado para a eleição do presidente Evo Morales.
Em tempo, dentre as outras imagens reivindicadas pelos movimentos sociais bolivianos está a do cacique Willka, o qual atuou na Guerra Civil de 1898. Ainda seriam reivindicadas figuras não-indígenas como a de Che Guevara.
Prof. Paulo Renato da Silva.