Pular para o conteúdo principal

Poema Anônimo de Tlatelolco (1528) sobre a Conquista do México.

“Nos caminhos jazem lanças quebradas,
Os cabelos estão espalhados.
Destelhadas estão as casas,
Ensangüentados têm seus muros.

Vermes pululam por ruas e praças,
e as paredes estão salpicadas de miolos.
Vermelhas estão as águas, como se fossem tingidas,
e quando as bebemos,
é como se bebêssemos água de salitre.

Batíamos, insistentes, nos muros de adobe,
e era nossa herança uma rede de buracos.
Os escudos foram a sua proteção,
mas nem com os escudos pôde ser impedida a solidão...”
(Apud LEÓN-PORTILLA, Miguel. A Visão dos Vencidos: a tragédia da conquista narrada pelos astecas. Porto Alegre: L&PM, 1985. p. 15).
Prof. Paulo Renato da Silva.

Postagens mais visitadas deste blog

FÉ, RUPTURA E CONFLITO: A FORMAÇÃO DA REFORMA PROTESTANTE E OS CONFLITOS QUE DELA ECLODIRAM

  LUTERO E A ORIGEM DA REFORMA Reforma Protestante Fonte:  https://ibadep.com/noticia/ brasil/31-de-outubro-dia-da- reforma-protestante A Reforma Protestante foi um importante divisor de águas para o mundo ocidental. Ela impulsionou diversas transformações religiosas, sociais e políticas que foram capazes de moldar a modernidade. Conforme afirma Pierre Chaunu nas primeiras linhas do capítulo “Teoria geral da Reforma Protestante”, a Reforma caminhou para uma ruptura dos ideais medievais e estava intimamente ligada com dois fatores: o Humanismo e a Soteriologia luterana (doutrina da salvação). No que tange o humanismo, era uma nova forma de enxergar o homem, as escrituras: “ O racionalismo humanista pretendeu purificar a linguagem pela qual é transmitida a “palavra eterna” e desembaraçar a Escritura de suas imperfeições, apresentando-as sob uma nova luz. Fazendo isso ele contribuiu para a aceitação da Reforma, pondo em dúvida a autoridade da Igreja Católica (Delumeau, 1989, p. ...

"Progresso Americano" (1872), de John Gast.

Progresso Americano (1872), de John Gast, é uma alegoria do “Destino Manifesto”. A obra representa bem o papel que parte da sociedade norte-americana acredita ter no mundo, o de levar a “democracia” e o “progresso” para outros povos, o que foi e ainda é usado para justificar interferências e invasões dos Estados Unidos em outros países. Na pintura, existe um contraste entre “luz” e “sombra”. A “luz” é representada por elementos como o telégrafo, a navegação, o trem, o comércio, a agricultura e a propriedade privada (como indica a pequena cerca em torno da plantação, no canto inferior direito). A “sombra”, por sua vez, é relacionada aos indígenas e animais selvagens. O quadro “se movimenta” da direita para a esquerda do observador, uma clara referência à “Marcha para o Oeste” que marcou os Estados Unidos no século XIX. Prof. Paulo Renato da Silva. Professores em greve!