Pular para o conteúdo principal

Os homens - e as mulheres - de milho.

“Uma lenda maia, transmitida de geração a geração desde séculos antes da conquista espanhola, conta que os deuses, depois de criarem o mundo, reuniram-se em assembléia para decidir qual material usariam para fazer as pessoas. Como queriam que os homens e as mulheres fossem fortes e bonitos, moldaram as primeiras pessoas em ouro. Os deuses ficaram contentes, porque o ouro é brilhante e dura muito. Perceberam, então, que as pessoas de ouro não se moviam. Muito pesadas, eram incapazes de caminhar e de trabalhar. Os deuses voltaram a se reunir e resolveram fabricar outros seres humanos, desta vez de madeira. A gente de madeira era mais ágil, trabalhava e caminhava muito, o que deixou seus criadores muito satisfeitos. A alegria dos deuses terminou quando souberam que os homens de ouro, mais fortes, estavam obrigando as pessoas de madeira a trabalhar para eles e a carregá-los nas costas sempre que o desejassem. Irritados ao ver que sua obra ia mal, os deuses discutiram entre si o que fazer para remediar a situação. Criaram um terceiro tipo de gente, as pessoas de milho, homens e mulheres de verdade que não se submetem a ninguém. Feito isso, os deuses foram dormir, convencidos de que os problemas humanos teriam solução. Desde aquele dia, acreditam os maias, a chegada dos homens de milho tem sido esperada tanto pelas pessoas de ouro quanto pelas de madeira. Os homens de ouro os esperam com medo. Os de madeira, com esperança.” (FUSER, Igor. México em Transe. São Paulo: Scritta, 1995. p. 105-106).
Professores em greve!

Postagens mais visitadas deste blog

A perspectiva na pintura renascentista.

Outra característica da pintura renascentista é o aprimoramento da perspectiva. Vejamos como a Enciclopédia Itaú Cultural Artes Visuais se refere ao tema: “Técnica de representação do espaço tridimensional numa superfície plana, de modo que a imagem obtida se aproxime daquela que se apresenta à visão. Na história da arte, o termo é empregado de modo geral para designar os mais variados tipos de representação da profundidade espacial. Os desenvolvimentos da ótica acompanham a Antigüidade e a Idade Média, ainda que eles não se apliquem, nesses contextos, à representação artística. É no   renascimento   que a pesquisa científica da visão dá lugar a uma ciência da representação, alterando de modo radical o desenho, a pintura e a arquitetura. As conquistas da geometria e da ótica ensinam a projetar objetos em profundidade pela convergência de linhas aparentemente paralelas em um único ponto de fuga. A perspectiva, matematicamente fundamentada, desenvolve-se na Itália dos séculos XV e

Entre Maria e Marianne: A figura feminina como símbolo da República Brasileira.

Nos textos anteriores sobre a formação do imaginário republicano no Brasil, observamos a transformação de um homem em herói nacional e a importância dos símbolos nacionais.Analisaremos a tentativa dos republicanos em implantar a figura feminina no imaginário popular brasileiro. "A aceitação do símbolo na França e sua rejeição no Brasil permitem, mediante a comparação por contraste, esclarecer aspectos das duas sociedades e das duas repúblicas." (CARVALHO, José Murilo de. A Formação das Almas – O Imaginário da República no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1990. p.14). A figura feminina já era utilizada na França desde a Revolução Francesa. Antes, a monarquia era representada pela figura masculina do Rei, porém com a proclamação da República essa figura tinha que ser substituída por um novo símbolo, assim começou-se a adotar a imagem da mulher. Na Roma Antiga a figura feminina já era um símbolo de liberdade. Com o avanço da Revolução Francesa, os franceses começar