Na literatura paraguaia contemporânea, sobretudo a que trabalha com a
ditadura Stroessner e a sua memória, é comum encontrarmos uma negação da política
tradicional enquanto instrumento de transformação da sociedade. Nota-se uma
negação da própria História, pois processos do Paraguai independente chegam a
ser projetados para o período colonial. Vejamos apenas um exemplo:
“El primero en América. El
primer golpe de Estado en América ocurrió en 11 de marzo de 1544, en Asunción, en la célebre Noche de San Marcos,
cuando los seguidores de Domingo Martínez de Irala derrocaron al Segundo Adelantado,
Alvar Núñez Cabeza de Vaca. Asunción tenía entonces tan sólo 7 años de
existencia y ya demonstraba su gran precocidad en eso de echar gobernantes. Durante
la conquista y la colonia hubo otra andanada de golpes y felonías que no vienen
al caso enumerar.” (FARINA,
Bernardo Neri. El Siglo Perdido. Assunção:
Servilibro, 2010. p. 103).
O recente juízo político empreendido contra Fernando Lugo talvez acentue essa percepção. Mas algumas perguntas precisam ser feitas: trata-se de uma percepção generalizada ou restrita a determinados sujeitos e grupos do país? Como se construiu essa percepção? Essa percepção ajuda a pressionar por mudanças nos partidos tradicionais ou, pelo contrário, colabora para mascarar as mudanças importantes vividas pelo Paraguai ao longo de sua história?
O recente juízo político empreendido contra Fernando Lugo talvez acentue essa percepção. Mas algumas perguntas precisam ser feitas: trata-se de uma percepção generalizada ou restrita a determinados sujeitos e grupos do país? Como se construiu essa percepção? Essa percepção ajuda a pressionar por mudanças nos partidos tradicionais ou, pelo contrário, colabora para mascarar as mudanças importantes vividas pelo Paraguai ao longo de sua história?
Prof. Paulo Renato da Silva.
Professores em greve!