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História Cultural.


Há algumas semanas, terminamos uma série especial sobre o Marxismo. Conforme prometido, hoje começaremos uma série de postagens sobre a História Cultural.
Assim como o Marxismo, a História Cultural não é uma “corrente” homogênea. Além disso, é importante assinalar que alguns historiadores ligados à História Cultural apresentam pontos de contato com o Marxismo – e vice-versa.
Comecemos com as seguintes palavras de Peter Burke: “Os historiadores, especialmente os empiricistas ou “positivistas”, costumavam sofrer de uma doença caracterizada por levar tudo ao pé da letra. Vários não eram suficientemente sensíveis ao simbolismo. Muitos tratavam os documentos históricos como transparentes, dando pouca ou nenhuma atenção à sua retórica. Muitos descartavam certas ações humanas, tais como abençoar com dois ou três dedos (...), como “mero” ritual, “meros” símbolos, assuntos sem importância. Na última geração, os historiadores culturais e também os antropólogos culturais demonstraram as fraquezas dessa abordagem positivista. Qualquer que seja o futuro dos estudos históricos, não deve haver um retorno a esse tipo de compreensão literal.” (BURKE: 2005, p. 163).

Referências bibliográficas.
BURKE, Peter. O que é História Cultural? Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005.

Prof. Paulo Renato da Silva.

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