O dia 25 de maio de 1810 tornou-se a data simbólica da
Independência argentina. O processo de separação política da Espanha se consolidaria
quase dez anos depois, apenas, mas a data que marca a constituição da primeira
junta de governo das províncias do rio da Prata assumiu o lugar simbólico de
referência para a Independência do país, sendo celebrada anualmente. Como
ocorreu em outras ditaduras latino-americanas, também a ditadura argentina
apropriou-se dos “heróis” e datas históricas legadas pelos processos de
Independência no século XIX. No vídeo abaixo, vemos Jorge Rafael Videla
participando dos festejos em 25 de maio de 1976, cerca de dois meses após o golpe
que depôs a presidenta María Estela Martínez de Perón:
A Plaza de Mayo,
em Buenos Aires, em frente à Casa Rosada, espaço público dedicado à celebração
da Revolução de 25 de maio de 1810, tornar-se-ia o lugar, entretanto, das manifestações
de um grupo de mães de desaparecidos políticos que formaria uma das mais
corajosas e fortes associações de oposição ao regime militar e sua sistemática
violação de direitos humanos: as Madres
de Plaza de Mayo. A primeira manifestação ocorreu em 30 de abril de 1977, e
teve como uma de suas líderes Azucena Villaflor (1924-1977), cujo filho e nora
haviam sido sequestrados por forças do regime. A própria Azucena seria levada em
dezembro do mesmo ano, 1977, possivelmente para um dos principais centros de
tortura da ditadura argentina, a ESMA (Escuela
Superior de Mecánica de la Armada). Seu corpo, juntamente com o de outras
duas “mães de Maio”, foi identificado somente em 2005.
Até hoje a Associación Madres de Plaza de Mayo procura
identificar o paradeiro de “desaparecidos” do regime, bem como de filhos e
filhas de militantes políticos tomadas pelos militares e entregues a outras
famílias (esforço realizado pelas “Avós da Plaza de Mayo”). O documentário
abaixo conta a história deste importante movimento de luta pelos direitos
humanos na América Latina.
Incluímos também o link para o sítio da Associación Madres
de Plaza de Mayo:
Prof. Pedro Afonso Cristovão dos Santos