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Ioga na história (Parte I)

O dia 21 de junho foi declarado o Dia Internacional do Ioga pela Organização das Nações Unidas, em 2014. Poucas pessoas hoje questionariam o caráter internacional do Ioga. Mas quantos de nós pensamos sobre a história do ioga e sobre o modo como se tornou uma prática presente em diversos lugares do mundo?
As origens sul-asiáticas do ioga são mais facilmente reconhecidas que as do budismo. A ligação desta prática com a religião ou a espiritualidade, entretanto, não é tão evidente. Ioga é uma prática espiritual/religiosa? É ginástica? É filosofia?
A resposta para todas estas perguntas é sim. E, para compreender, como, no século XXI, tantos sentidos podem ser atribuídos a uma única palavra, é importante pensarmos o caráter transcultural desta prática. Isto quer dizer que o ioga viajou através do tempo e do espaço e foi modificado/adaptado/apropriado em diferentes destinos, por sujeitos diversos (de origem indiana ou não), inseridos em culturas variadas.
As origens da prática são atribuídas ao Sul da Ásia (a territórios que hoje pertencem principalmente ao Estado da Índia). A datação aproximada do primeiro tratado sistemático sobre ioga do qual se tem conhecimento, Yoga Sutra, de Patanjali, remete ao século V antes da Era Comum. No entanto, práticas ióguicas já eram conhecidas e feitas por ascetas, indivíduos que viviam às margens da sociedade védica, nas florestas, e foram mencionadas em textos compostos entre os séculos VIII e VII antes da Era Comum, aproximadamente. A princípio, ioga remetia tanto a práticas corporais como a um sistema filosófico associado ao modo especulativo de construção do conhecimento das Upanishad (textos védicos compostos entre os séculos IX e VI antes da Era Comum, aproximadamente).
Você já praticou ioga? Conhece alguém que pratique? Já pensou sobre como as práticas de ioga chegaram até nós?
Para finalizar nossa discussão de hoje, sugerimos o vídeo abaixo como uma apresentação divertida e didática de valores e posturas relacionados ao ioga.

Vídeo: Yoga para niños


Profa. Mirian Santos Ribeiro de Oliveira

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