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Sem nome! Porque algo sem nome não tem um dono

As linhas a seguir foram tecidas em prol de um trabalho acadêmico para a disciplina Eurocentrismo e Colonialidade, ministrada pelo o professor Gerson Ledezma no segundo semestre do ano de 2016, na Universidade Federal da Integração Latino-Americana. Trabalho esse que visava quebrar de certo modo os moldes engessados do mundo universitário, pois os estudantes poderiam optar em desenvolver artigos, ensaios possibilitando até manifestações artísticas, como no meu caso que de modo sintético, optei em me expressar por um viés poético a partir dos conteúdos debatidos em sala e reflexões que a disciplina me permitiu.

Sem nome! Porque algo sem nome não tem um dono.

Atualmente o capitalismo está apático,
Depois da colonização
Europeus e seu sistema hierárquico.
Colonialidade do ser e do saber
Tudo farinha do mesmo saco.

Sob as entranhas da ganância,
Banhada a ouro e temperada de arrogância.
Atacaram a Síria responderam com terror na França.
Em 1998 ergueram do mundo a taça,
Antes de 1492 não existia a ideia de raça.
Meus olhos se entristecem ao meio de tanta desgraça,
Qual sua válvula de escape?
Uns optam por súplicas aos céus,
Já eu jogo no time da cachaça.

Aqueles que não valorizam os reais valores
Colocam em tudo um preço,
E ainda se consideram vencedores.
Chegaram de maneira naval,
Padronizando e vendendo a ideia do que é ser normal.
Mataram para impor um conceito,
Até hoje muitos bóiam nas ondas dos preconceitos.
Opa! Nesta brincadeira caímos da gangorra,
Inferiorizados pela hierarquização colonizadora.

Aí, sem maldade!
Tecnologia, progresso e civilidade,
Trouxeram a ideia de propriedade.
Resistiu, vacilou o rei já assina,
Derramam as lágrimas nativas,
A ordem rabiscada com uma pena
provocando demasiada chacina.

Rótulos nos potes de estereótipos,
Silêncio no set, câmera ação, zoom
Atualmente algo comum no país do bumbum,
Tarcísio Queiroga desde 1991,
Surfando pelas veias abertas da América Latina
Fruto de glórias e carnificinas
Flechas, pólvora e um pouco de glicerina,
Conquistadores sob impérios de cocaína,
Indígenas subjugados pelos portadores de batinas.

A tal troca cultural,
Às vezes se dá de forma brutal,
12 de outubro de 1492
Não gostei, mas não dá pra mudar de canal.
2016 se devoram por causa do pré-sal
A batalha dos famintos dentro de algum tribunal.

Assim, mais uma vez ressalto,
América rolou o maior assalto.
Realmente aqui a comédia não foi tão divina.
Pois, enquanto a Europa recua a tropa,
E o tempo não volta,
O poder troca de mão,
AlI right, “MAYDAY, MAYDAY” Tio Sam na missão,
Boom! Iraque na mira do canhão,
Violência gera violência, agressão gera agressão
Pode anotar, pois a natureza vai cobrar
Com licença! Já está passando o furacão Katrina,
Naqueles que jogaram a bomba de Hiroshima,
Fazendo do mundo o que bem entendem,
Literalmente nos jogando na latrina.

Extraído de https://media.giphy.com/media/s3gy5Ez7f7HMs/giphy.gif, acesso em 20/09/2017


Tarcísio Queiroga

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