Pular para o conteúdo principal

A luta por direitos dos povos Guarani no Mercosul: pesquisas do Mestrado em História da UNILA

Seguimos hoje apresentando as pesquisas desenvolvidas no Programa de Pós-Graduação em História (PPGHIS) da UNILA, com apresentação da pesquisa de Edson dos Santos Junior, mestrando do PPGHIS. No texto abaixo, Edson explica sua pesquisa para os leitores do blog.

A imagem em destaque foi produzida pela artista visual Ywa Naná (@ywaNANAywa) e não foi titulada


Migrações guarani na fronteira trinacional entre Argentina, Brasil e Paraguai: Territorialidade e luta por direitos no Mercosul

Este projeto de pesquisa busca estudar o processo histórico de inserção das reivindicações e lutas dos povos Guarani na América do Sul junto à agenda do Parlamento do Mercado Comum do Sul (Parlasul). Este organismo político de interesse do Mercosul tem sido desafiado pelas mobilizações Guarani em defesa de seus direitos, através do Conselho Continental da Nação Guarani (CCNAGUA), à demarcação de territórios historicamente ocupados pelos indígenas que se encontram divididos pelas fronteiras nacionais.
Assim, pretende-se realizar um estudo histórico dessa questão desde os compromissos firmados pelos países signatários do Mercosul a partir do Tratado de Assunção em 1991 até os nossos dias, considerando a pertinência das reivindicações e lutas Guarani para a paz, a justiça e o desenvolvimento sociais no território. Por isso, a análise de documentos como a Declaração da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre os Direitos dos Povos Indígenas, a Declaração Americana sobre os Direitos dos Povos Indígenas, a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), além de documentos produzidos pelo CCNAGUA e pelo Parlasul, ambos constituídos em 2006, fundamentarão a análise que se pretende fazer com o auxílio de uma metodologia orientada pela análise do discurso e de bibliografia relevante para o estudo desse assunto.
Nesse sentido, o presente trabalho dedica-se a investigar a capacidade de organismos políticos supranacionais como o Parlasul em responder aos desafios historicamente colocados pelas múltiplas realidades existentes nos espaços de domínio atual do Mercosul, em vista das legítimas reivindicações e lutas dos povos Guarani que ocupam os territórios da América do Sul e encontram-se fragmentados pelas fronteiras nacionais dos países.

Edson dos Santos Junior
Mestrando do Programa de Pós-Graduação em História (PPGHIS) da UNILA
Orientador: Prof. Clovis Antonio Brighenti

Postagens mais visitadas deste blog

A perspectiva na pintura renascentista.

Outra característica da pintura renascentista é o aprimoramento da perspectiva. Vejamos como a Enciclopédia Itaú Cultural Artes Visuais se refere ao tema: “Técnica de representação do espaço tridimensional numa superfície plana, de modo que a imagem obtida se aproxime daquela que se apresenta à visão. Na história da arte, o termo é empregado de modo geral para designar os mais variados tipos de representação da profundidade espacial. Os desenvolvimentos da ótica acompanham a Antigüidade e a Idade Média, ainda que eles não se apliquem, nesses contextos, à representação artística. É no   renascimento   que a pesquisa científica da visão dá lugar a uma ciência da representação, alterando de modo radical o desenho, a pintura e a arquitetura. As conquistas da geometria e da ótica ensinam a projetar objetos em profundidade pela convergência de linhas aparentemente paralelas em um único ponto de fuga. A perspectiva, matematicamente fundamentada, desenvolve-se na Itália dos sécu...

"Operários", de Tarsila do Amaral: diversidade e unidade dos trabalhadores.

Há um amplo debate sobre a formação do movimento operário e os elementos que interferem em sua constituição. Um quadro da brasileira Tarsila do Amaral (1886-1973), Operários , de 1933, de certa forma sintetiza esse debate. No quadro, a pintora representa a diversidade - sobretudo étnica e de gênero, para usarmos conceitos atuais - que caracterizava os trabalhadores da indústria brasileira do período. Se por um lado notamos a diversidade dos trabalhadores, por outro a pintora também indica elementos em comum. Os rostos sobrepostos representariam a “massificação” dos trabalhadores. A expressão de "cansaço" da maioria dos rostos indicaria esse processo. Prof. Paulo Renato da Silva.