Árvore Inconsciente (1999-2000) - José Damasceno.
É muito
comum nos depararmos com alguém preocupado em “entender” uma obra de arte. As
pessoas costumam buscar um “objetivo”, uma “intenção” nas obras. Contudo, a
arte não existe necessariamente para ser “entendida”, não pertence apenas ao
âmbito da razão. A arte existe para ser “sentida”. Além disso, o artista usa de
sua liberdade para inovar formas, cores, romper com modelos representativos,
como notamos com frequência, por exemplo, na arte abstrata e na contemporânea. Vejamos
o que nos diz Jorge Coli:
“Isso não
significa que, em nossa relação com a arte, a razão deixe de intervir. Está
presente na fabricação do objeto artístico, pois para tanto precisamos de uma
organização material e de um aprendizado técnico impossível sem ela. Dependemos
também de um encadeamento lógico para ordenarmos nossas ideias quando queremos
exprimir o resultado do nosso contacto com a obra de arte.
A razão está
assim intrinsecamente presente no objeto artístico, mas a obra enfeixa
elementos que escapam ao domínio do racional e sua comunicação conosco se faz
por outros canais: da emoção, do espanto, da intuição, das associações, das
evocações, das seduções. (...).
A arte tem
assim uma função que poderíamos chamar de conhecimento, de “aprendizagem”. Seu
domínio é o do não-racional, do indizível, da sensibilidade: domínio sem
fronteiras nítidas, muito diferente do mundo da ciência, da lógica, da teoria.
(...).” (1995: p. 105-109).

Branco sobre Branco (1918) - Kazimir Malevich (1878-1935).
Referências bibliográficas:
COLI, Jorge.
O que é Arte. 15 ed. São Paulo: Brasiliense,
1995.
Prof. Paulo Renato da Silva.