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Arte efêmera.

Destacamos na postagem anterior que a materialidade das obras de arte possui uma historicidade. Destacamos as dificuldades enfrentadas pelos serviços de restauração para prolongar a “vida” das obras.
Porém, nem toda obra é feita necessariamente para “durar”. Algumas são produzidas apenas para ocasiões e lugares específicos. Essas obras costumam ser designadas como arte efêmera, ou seja, passageira, rápida.
Trata-se de uma arte ligada à decoração de cerimônias políticas, cívicas e religiosas. Nesse caso, é uma arte marcada, por exemplo, por arranjos, arcos do triunfo, cortinas, tapetes, estátuas e monumentos de materiais frágeis.
Novos olhares consideram a grafitagem, os tapetes de Corpus Christi e as esculturas de areia e de gelo como exemplos de arte efêmera. Assim também são consideradas muitas instalações da arte contemporânea.

Jean-Baptiste Debret (1768-1848) - Cenário para o Bailado Histórico, litografia do livro Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil (1834-1839). Em 1818, Debret produziu um pano-de-boca para uma homenagem ao rei D. João VI, então no Brasil. O pano-de-boca não sobreviveu, somente esta litografia que o reproduz (Cf. TREVISAN, Anderson Ricardo. A Construção Visual da Monarquia Brasileira: Análise de Quatro Obras de Jean-Baptiste Debret. 19&20, Rio de Janeiro, v. IV, n. 3, jul. 2009. Disponível em: <http://www.dezenovevinte.net/obras/obras_jbd_art.htm>. Acesso em: 9 mar. 2013).

Grafitagem.

Cristãos chamaram a atenção para o cuidado com o planeta em mensagens nos tapetes de Castelo, no ES (Foto: Hugo Casagrande Andrade/ Prefeitura de Castelo)
Tapete de Corpus Christi.

Prof. Paulo Renato da Silva.

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