Para os que trabalham e
não puderam comparecer à fala do prof. Doratioto na UNILA, sintetizo a seguir, com palavras próprias, um dos pontos que foram abordados. Trata-se de uma questão introdutória, mas
essencial para qualquer pesquisa: os referenciais teórico-metodológicos são
ferramentas para auxiliar os historiadores e não “camisas-de-força”.
Os referenciais devem
nos ajudar a formular boas perguntas para as fontes. Os referenciais devem nos
ajudar a perceber as lacunas e contradições das fontes. Devem nos ajudar, inclusive,
a desmentir as nossas hipóteses iniciais, caso as fontes nos mostrem que
estamos enganados. Mas, quando seguimos os referenciais teórico-metodológicos
de modo muito rígido, corremos o risco de ler as fontes de forma pré-concebida
e perder a complexidade das experiências vividas que pesquisamos. Devemos
considerar, sempre, os ensinamentos teórico-metodológicos deixados pelos
historiadores que nos precederam, mas nunca podemos nos esquecer das
particularidades dos nossos objetos de pesquisa.
Outro ponto importante,
de certa forma relacionado ao anterior: as “escolas” e “correntes”
historiográficas, na maioria das vezes, não devem ser vistas como grupos
homogêneos. Há algumas postagens, falamos sobre o “pós-modernismo”,
tradicionalmente identificado como História Cultural. Porém, vimos que uma
crítica contundente aos “pós-modernistas” partiu de Carlo Ginzburg, e o
historiador italiano também costuma aparecer dentre os principais nomes da História
Cultural.
Em postagens futuras
teremos a oportunidade de explorar essas diferenças internas.
Prof. Paulo Renato da
Silva.