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Uma Rua “Sem Saída”: a Avenida Beira-Rio de Foz do Iguaçu

Na postagem de hoje do Blog de História da UNILA prosseguimos com a série "Ruínas do Futuro", de autoria do prof. Paulo Renato da Silva (UNILA). Esta série nos permite conhecer alguns dos "futuros passados" (na formulação do historiador alemão Reinhardt Koselleck) inscritos na história da cidade de Foz do Iguaçu e registrados nas páginas da revista Painel. São "futuros passados" aquelas imaginações do futuro de outrora, futuros que não chegaram a se concretizar (permanecendo como partes do passado). Nas postagens desta série, vemos o grande potencial de recuperação desses projetos, enquanto vislumbres de outras cidades possíveis. A série nos mostra, igualmente, como projetos de futuro são excelentes documentos históricos para compreendermos o presente em que foram elaborados, e sobre nossa época, que os recupera.

A proposta da série “Ruínas do Futuro” pode ser conhecida melhor em <https://unilahistoria.blogspot.com/2021/12/ruinas-do-futuro-foz-do-iguacu-sonhada.html>. O primeiro texto da série aborda a Praça Naipi e projetos que marcaram a história do local. 

Praticamente toda a coleção da revista Painel está digitalizada e disponível para a leitura de qualquer interessado. As instruções para o acesso à revista estão disponíveis em <https://unilahistoria.blogspot.com/p/acervo-digitalizado-da-revista-painel.html>.

 

Neste segundo texto da série “Ruínas do Futuro: a Foz do Iguaçu sonhada e prometida nas páginas da revista Painel” abordaremos a inconclusa Avenida Beira Rio, o projeto de um parque linear em sua extensão e as comunidades carentes que existem nessa região da cidade.

A Avenida Beira Rio acompanha o Rio Paraná na divisa entre o Brasil e o Paraguai. Em maio de 1994, a revista Painel noticiou o projeto de construção da Avenida como uma obra que ligaria “as Pontes da Amizade e da Fraternidade”. (PAINEL, mai. 1994, p. 10). Contudo, apenas um trecho foi concluído e a Avenida é interrompida no meio do caminho entre as duas Pontes. As Pontes da Amizade e da Fraternidade ligam respectivamente Foz do Iguaçu a Ciudad del Este, no Paraguai, e a Puerto Iguazú, na Argentina.

Segundo a Painel, o projeto da Avenida consta desde 1976 no Plano Diretor da cidade. Um dos objetivos da obra era desafogar o trânsito na Avenida Juscelino Kubitschek, localizada no centro da cidade – objetivo parcialmente alcançado, mesmo com a interrupção do projeto da Beira-Rio. Para a revista se tratava de um “ousado e necessário projeto urbanístico”, o qual valorizaria as “áreas afetadas” (PAINEL, mai. 1994, p. 10).

Outro objetivo era turístico. O então prefeito Dobrandino Gustavo da Silva declarou que o custo estimado de 8 milhões de dólares seria “bem aplicado”, considerando que Foz do Iguaçu, “pelo seu caráter turístico”, deveria “valorizar todos os seus pontos, principalmente, o potencial do Rio Paraná.” (apud PAINEL, mai. 1994, p. 10). A Painel destaca que o canteiro central da Avenida contaria com um mirante para observação do rio e de “uma ampla área urbanizada” (PAINEL, mai. 1994, p. 10).

O projeto ainda seria marcado por uma preocupação ambiental. O que restava de mata nativa seria preservado e os locais degradados seriam regenerados “através de ações contidas no projeto paisagístico”, conforme explicou o engenheiro Érico Tomassetti, diretor do Departamento de Planejamento Físico e Territorial (apud PAINEL, mai. 1994, p. 10-11). 

Mapa da cidade de Foz do Iguaçu publicado na revista Painel em maio de 1994 dava uma ideia do percurso da nova Avenida, a qual ligaria as Pontes da Amizade – sobre o Rio Paraná – e da Fraternidade – sobre o Rio Iguaçu. Para melhor visualização, assinalamos a Ponte da Amizade em vermelho e a da Fraternidade em azul. Fonte da imagem: PAINEL, mai. 1994, p. 11.

 

No número seguinte da Painel ficou evidente outro objetivo da Avenida. Sob o título “Remoção dos favelados da Avenida Beira Rio”, a revista destacou palavras do prefeito Dobrandino da Silva ao assinar o protocolo de intenções para as obras:

O prefeito disse (...) que grande parte da marginalidade da cidade está situada nas favelas. Ele garantiu a retirada dos primeiros barracos das Favelas Monsenhor Guilherme e Marinha ainda neste mês. Para o prefeito, as favelas darão lugar a uma das mais belas avenidas da cidade.

A Prefeitura pretende fazer assentamentos de favelados na periferia da cidade. Dobrandino disse que o desfavelamento será necessário para a implantação da avenida [grifos meus]. (PAINEL, jun. 1994, p. 10).

Mais explícito impossível. As comunidades carentes às margens do Rio Paraná são associadas à violência e, ainda que indiretamente, ao “feio”, pois “uma das mais belas avenidas da cidade” somente seria construída com a remoção das comunidades. Além disso, apesar do “desfavelamento”, as comunidades seriam removidas para áreas distantes, localizadas na periferia, o que provoca a alteração de hábitos, amizades e lembranças vividas no local de origem, sem contar os eventuais prejuízos econômicos, pois as famílias investem em suas moradias e não necessariamente recuperam esses investimentos nos novos endereços. Muitas famílias ainda perdem redes de apoio assistencial e passam a gastar mais com transporte quando são deslocadas para outras áreas. 

Em 25 de junho de 1997, a Folha de Londrina apontou que 15% da população da cidade morava em áreas consideradas como favelas (FOLHA DE LONDRINA, 25 jun. 1997). Em fevereiro de 2000, o jornal voltou ao tema dos problemas habitacionais de Foz do Iguaçu. Valmir Denardin destacou a remoção de famílias que viviam às margens do Rio Paraná, a distância e as condições precárias do bairro Cidade Nova onde foram realocadas e a timidez das políticas habitacionais da Prefeitura:

Até agora, a prefeitura retirou 409 famílias das três mais antigas favelas da cidade: Monsenhor Guilherme, Favela da Marinha e Favela do Monjolo. (...).

Os ex-favelados estão sendo transferidos para a Cidade Nova, bairro construído pela prefeitura a partir de julho de 98, na região norte da cidade, a 12 quilômetros do centro [grifo meu]. (...).

A promessa do prefeito Harry Daijó (PPB) era erguer no local o “maior projeto habitacional do interior do Paraná”, com 4,5 mil casas, até o final de sua gestão, em dezembro próximo. A realidade vai ficar longe da promessa. (...) A infra-estrutura do núcleo habitacional é deficitária: não há escola e áreas comerciais e a frequência dos ônibus é baixa. (DENARDIN, 27 fev. 2000).

As comunidades Monsenhor Guilherme e da Marinha são nomeadas na reportagem da Painel sobre a “remoção dos favelados” para a construção da Avenida Beira-Rio. Em sua Dissertação de Mestrado, Danilo George Ribeiro destaca o testemunho da professora Sandra Regina, moradora do Cidade Nova. A professora lembra que os moradores removidos das margens do Paraná escolheram o local por ser o mais perto do centro – ou o menos longe? – dentre os oferecidos pela Prefeitura. Além disso, havia a promessa de se formar uma Vila Rural no novo bairro. Porém, algumas promessas não teriam sido cumpridas:

(...) eles iam ter o sustento deles, muitos inclusive pediram para poder trabalhar na construção das casas para ter emprego. Então é um povo sofrido mais que de bobo não tem nada. A única coisa foi que com o passar do tempo eles se sentiram enganados, porque viram que algumas coisas nunca saíram do papel [grifos meus] (apud RIBEIRO, 2015, p. 225).

Apesar de diferenças importantes como a construção de casas populares, o projeto da Beira Rio se insere em uma história de reformas urbanas que possuem como um dos seus principais modelos a empreendida em Paris no século XIX pelo Barão Haussmann – ou ainda a de Pereira Passos no Rio de Janeiro no início do XX, a qual deslocou um contingente expressivo de população do centro para os morros da cidade. Cíntia Nigro, ao comentar a reforma de Haussmann em Paris, destaca que:

Grandes avenidas foram abertas visando à fluidez viária e inúmeras desapropriações, demolições e reconstruções foram realizadas. O plano Haussmann moveu-se através de uma atitude corretiva e saneadora, buscando implementar um novo padrão de estética urbana, que estivesse mais de acordo com a nova classe ascendente. Nasce daí um tipo de urbanismo que passará a ter grande penetração no mundo.

(...). A técnica e o progresso industrial passam a ser utilizados autoritariamente como instrumento de reforma social. A ideia de renovação urbana assimila a filosofia do “arrasa quarteirão”, com o intuito de sanear o espaço coletivo, promovendo a valorização fundiária das zonas de intervenção e a consequente expulsão da população que habitava esses locais. (NIGRO, 1999, p. 50).

Alguns desses elementos estão presentes no projeto da Beira-Rio. O projeto da Avenida envolve “fluidez viária” ao desafogar o trânsito da Avenida Juscelino Kubitschek. Apresenta uma “atitude corretiva e saneadora” ao propor “uma das mais belas avenidas da cidade” e ao deslocar para a periferia “grande parte da marginalidade da cidade”. A “valorização fundiária” tampouco é negada. Sandra Akemi Narita faz uma crítica importante e se refere a Foz do Iguaçu como uma cidade “hierarquizada e fragmentada” (2015, p. 54) ao analisar as comunidades que vivem próximas dos rios Paraná e Iguaçu – o qual delimita a fronteira com a Argentina.

A conclusão da Avenida Beira-Rio é recorrente entre as promessas de prefeitos eleitos. Em 2001, ao comentar os dois primeiros meses do governo de Sâmis da Silva, a Painel apontou que o projeto tinha sido retomado pela Prefeitura a partir de um convênio com o governo estadual. (PAINEL, mar.-abr. 2001, p. 16). Em 2004, ao tratar da vitória de Paulo Mac Donald Ghisi nas eleições municipais daquele ano, a revista destacou que a conclusão da Avenida estava entre os objetivos da nova administração. (PAINEL, primavera 2004, p. 5). Em 2009, José Vicente Tezza, editor da Painel, coloca em xeque essas promessas e apresenta a Avenida como um símbolo da “incompetência de políticos iguaçuenses” (TEZZA, ago.-set. 2009, p. 18).

Em 2011, Garon Piceli noticiou no ClickFoz a retomada do projeto, com ênfase para a construção de um parque linear às margens do Paraná e paralelo à Avenida Beira-Rio. (PICELI, 27 dez. 2011). No ano seguinte, a Painel manifesta desconfiança quanto à retomada do projeto. Em reportagem sobre a cachoeira do Rio Monjolo que desemboca no Rio Paraná, Jackson Lima faz referência ao projeto da Beira Rio e afirma que escrevia o texto para lembrar da existência da cachoeira. “Isso é para evitar que os planejadores sentados em escritórios no Planalto Central imponham um projeto que seja surpreendido pela cachoeira.” (LIMA, jun.-jul. 2012, p. 7). 

Cachoeira do Monjolo. Fonte da imagem: PAINEL, jun.-jul. 2012, p. 7.

Em 2013, o G1 Paraná destacou que um projeto de parque linear seria apresentado na Câmara Municipal da cidade por Juan Carlos Sotuyo, diretor da Fundação Parque Tecnológico Itaipu (PTI) (G1 PR, 23 abr. 2013). Para não ficar repetitivo, o tema da inconclusão da Beira-Rio se arrasta até a atual administração. Em 2017, no início do primeiro mandato do prefeito Chico Brasileiro, a Beira Rio foi citada como um dos “projetos estruturantes do município” em reunião da Prefeitura com dirigentes de entidades do turismo (PAINEL, jun.-jul. 2017, p. 5). Em fevereiro de 2021 – portanto no início do segundo mandato de Chico Brasileiro –, o Portal da Cidade destacou projetos da Prefeitura na área ambiental, dentre os quais está o do parque linear na Beira-Rio: 

Outra grande intervenção é o Beira-Foz, uma espécie de parque linear às margens do Rio Paraná, entre a Ponte da Amizade até o Rio Iguaçu. O projeto executivo de R$ 4,6 milhões já foi contratado pela Itaipu e será entregue ainda este ano. A proposta prevê a revitalização da avenida Beira Rio, a construção de mirantes, de deques nos remansos e de equipamentos de lazer e esporte (PORTAL DA CIDADE, 10 fev. 2021).

Imagem de projeto para a Beira-Rio apresentado em 2013 na Câmara Municipal de Foz do Iguaçu. A imagem é representativa dos pressupostos que norteiam esses projetos. Em destaque estão as vias da Avenida, prédios e áreas verdes, mas onde estão as pessoas? Fonte da imagem: G1 PR, 23 abr. 2013.

 

Antes de concluir, é importante destacar que, em 2014, ocorreu um novo capítulo das dificuldades que marcam a história da Beira-Rio. Narita (2015, p. 54-55) explica que, como se trata de uma Área de Proteção Permanente (APP), a Justiça Federal determinou a retirada das famílias que vivem no local baseada em um processo movido pelo Ministério Público Federal (MPF) a partir de 2002. Segundo o MPF, a Prefeitura teria tido licença ambiental para a obra com a contrapartida de retirar as famílias e recuperar a mata ciliar nas áreas atingidas pelo traçado da avenida, o que não ocorreu.

O projeto da Beira-Rio retirou famílias que viviam às margens do Paraná e as colocou na periferia da cidade. Desfez as sociabilidades que essas famílias tinham ali e tampouco construiu outras no lugar, como mostra o adiamento dos planos do parque linear. As expectativas das famílias realocadas para o Cidade Nova tampouco foram plenamente atendidas, como indica o testemunho da professora Sandra Regina. Não sou arquiteto, urbanista ou ligado à área ambiental. Contudo, como historiador, as palavras de Pedro Aparecido de Souza, morador da comunidade Monsenhor Guilherme que foi realocado para o Cidade Nova, indicam que na história do projeto da Beira-Rio falta diálogo equânime entre todos os atores envolvidos, o que dificulta a busca de soluções que podem estar mais perto do que se imagina: 

Eles [os moradores] foram tirados na pressão, tirando as casas das barrancas do rio, tinha muito terreno plano, se a prefeitura quisesse poderia fazer as casas ali mesmo, podia fazer casa ou até predinho tipo o projeto Cingapura [existente na cidade de São Paulo], qualquer coisa assim né. (apud RIBEIRO, 2015, p. 211-212).

Quem segue a Beira-Rio em direção ao centro se depara com uma placa “Rua sem Saída” e é “obrigado” a pegar a Rua Javaé que leva ao centro. A placa lembra que o projeto da Avenida foi e está interrompido a poucos metros dali. No entanto, a placa infelizmente também tem um sentido metafórico e parece não haver saída, a curto prazo, para os problemas que envolvem o projeto.

Avenida Beira-Rio. Fonte da imagem: acervo particular do autor.

 

Referências

 

AKEMI NARITA, Sandra. Apropriações Sociais e Vivências de Lazer em Rios Urbanos de Foz do Iguaçu e suas Margens. 2015. Dissertação (Mestrado em Estudos do Lazer) – Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte. Disponível em: <https://repositorio.ufmg.br/handle/1843/BUBD-A7EHN5>. Acesso em: 10 dez. 2021.

DENARDIN, Valmir. Foz tenta acabar com favelas e ocupações. Folha de Londrina, Londrina, 27 fev. 2000. Disponível em: <https://www.folhadelondrina.com.br/cidades/foz-tenta-acabar-com-favelas-e-ocupacoes-262719.html>. Acesso em: 9 dez. 2021.

FOLHA DE LONDRINA. Cidade tem 15% dos habitantes em 40 favelas. Folha de Londrina, Londrina, 25 jun. 1997. Disponível em: <https://www.folhadelondrina.com.br/cidades/cidade-tem-15-dos-habitantes-em-40-favelas-28172.html>. Acesso em: 9 dez. 2021.

G1 PR. Projeto de urbanização da Beira Foz será discutido em audiência pública. G1 PR, 23 abr. 2013. Disponível em: <http://g1.globo.com/pr/oeste-sudoeste/noticia/2013/04/projeto-de-urbanizacao-da-beira-foz-sera-discutido-em-audiencia-publica.html>. Acesso em: 13 dez. 2021.

LIMA, Jackson. Cachoeira do Monjolo: encantos de Foz do Iguaçu escondidos e desperdiçados. Painel, n. 249, jun.-jul. 2012.

NIGRO, Cíntia. Revitalização urbana em áreas centrais: discussões sobre o caso da cidade de São Paulo. Revista GEOUSP, n. 6, 1999. Disponível em: <https://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:wOmH9wc6e_EJ:https://www.revistas.usp.br/geousp/article/download/123364/119700+&cd=1&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br>. Acesso em: 9 dez. 2021.

PAINEL. Avenida Beira Rio obra que ligará as Pontes da Amizade e da Fraternidade. Painel, Foz do Iguaçu, n. 173, mai. 1994.

PAINEL. Foz dois meses do governo Sâmis & Rorato. Painel, Foz do Iguaçu, n. 203, mar.-abr. 2001.

PAINEL. Paulo Ghissi é o novo prefeito de Foz. Painel, Foz do Iguaçu, n. 221, primavera 2004.

PAINEL. Remoção dos favelados da Avenida Beira Rio. Painel, Foz do Iguaçu, n. 174, jun. 1994.

PAINEL. Turismo apresenta reivindicações ao prefeito Chico Brasileiro. Painel, Foz do Iguaçu, n. 259, jun.-jul. 2017.

PICELI, Garon. Projeto do Parque Linear da Beira Rio em Foz do Iguaçu ganha mais apoio na Câmara. H2Foz, Foz do Iguaçu, 27 dez. 2011. Disponível em: <https://www.clickfozdoiguacu.com.br/projeto-do-parque-linear-da-beira-rio-em-foz-do-iguacu-ganha-mais-apoio-na-camara/>. Acesso em: 13 dez. 2021.

PORTAL DA CIDADE. Foz do Iguaçu terá o maior plano ambiental da história com mais áreas verdes. Portal da Cidade, Foz do Iguaçu, 10 fev. 2021. Disponível em: <https://foz.portaldacidade.com/noticias/cidade/foz-do-iguacu-tera-o-maior-plano-ambiental-da-historia-com-mais-areas-verdes-1005>. Acesso em: 13 dez. 2021.

RIBEIRO, Danilo George. Metamorfoses na Cidade: tensões e contradições na produção e apropriação do espaço urbano em Foz do Iguaçu. 2015. Dissertação (Mestrado em Ciências Sociais) – Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE), Toledo. Disponível em: <http://tede.unioeste.br/bitstream/tede/2026/1/Danilo%20George%20Ribeiro.pdf>. Acesso em: 14 dez. 2021.

TEZZA, José Vicente. Avenida Beira Rio retrata a incompetência de políticos iguaçuenses. Painel, Foz do Iguaçu, n. 238, ago.-set. 2009.

 

Paulo Renato da Silva, professor de História da América Latina dos cursos de História da UNILA


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