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José Vicente Tezza, a revista Painel e o “tempo em que todo iguaçuense se conhecia”

 

Itaipu é conhecida por seus números: quanto custou, quantos trabalhadores empregou em sua construção, como fez crescer a população da Fronteira Trinacional e quanto gera de energia são apenas algumas das cifras que marcam a história da usina. Porém, em torno da hidrelétrica há elementos que não podem ser medidos quantitativamente e ainda são bastante desconhecidos da população iguaçuense. Um desses elementos é o impacto que Itaipu provocou no cotidiano da população que já vivia na cidade.

No número 140 da revista Painel, de março de 1987, encontramos um exemplo dos sentimentos contrastantes despertados pela construção de Itaipu. Sem citar explicitamente a usina, a Painel destaca que “Todas as regiões que foram alteradas bruscamente, como consequência de um desenvolvimento relâmpago, apresentaram falhas em diversos pontos de sua estrutura, mais acentuadamente na parte social, como exemplo, o excesso de delinqüência (...)” (PAINEL, mar. 1987, p. 5). No entanto, a “desarticulação” gerada pelo “grande afluxo de pessoas” não seria marcada apenas por problemas sociais como a insegurança pública. A revista se refere “(...) à presença de um novo grupo social, envolto de idéias novas com diferente modo de atuar” (PAINEL, mar. 1987, p. 5). O “ambiente familiar” que ainda marcaria a cidade de Foz do Iguaçu estaria desaparecendo aos poucos. Ainda que a “cerveja e o bate papo com os amigos” não fossem coisas do passado, o “tempo em que todo iguaçuense se conhecia” estaria “dando o seu adeus” (PAINEL, mar. 1987, p. 5). O crescimento da cidade teria aumentado o número de amizades, mas estas não possuiriam um “alicerce forte” (PAINEL, mar. 1987, p. 5):

 

É pena, mas o cheiro de cidade pequena, de lugarejo acanhado e calmo, já está indo embora.

É a simplicidade das coisas, dando passagem ao progresso que brilha aos olhos da gente. (PAINEL, mar. 1987, p. 5).

 

Lamento e entusiasmo. Conforme destaca Beatriz Sarlo – em um estudo sobre Buenos Aires nas décadas de 1920 e 1930 – “A modernidade é um cenário de perdas, mas também de fantasias reparadoras” (SARLO, 1999, p. 28-29). Para a “pequena, acanhada e calma” Foz do Iguaçu que “desaparecia” com Itaipu, o “progresso” foi a “fantasia reparadora” prometida aos seus habitantes.

A imagem é bastante representativa das mudanças vividas pela cidade. No primeiro plano, o “centro” de Foz do Iguaçu, parte mais antiga da cidade (à direita, assinalado com azul, o prédio do Hotel Salvatti). Ao fundo, a cidade que cresceu em direção à Itaipu (à esquerda, marcada com vermelho, a Avenida Juscelino Kubitschek). Fonte: PAINEL, mar. 1987, p. 5
 

Mais do que simplesmente detectar as mudanças na cidade, a revista Painel e José Vicente Tezza, seu editor, se apresentavam como testemunhas privilegiadas dessas transformações. Com as devidas diferenças, Tezza foi uma espécie de “Baudelaire iguaçuense” – o editor da Painel inclusive acumulava a edição da revista com as atividades de escritor e poeta. Walter Benjamin (1892-1940), ao estudar a obra de Charles Baudelaire (1821-1867), analisa como o poeta francês foi testemunha e intérprete do “auge do capitalismo” na Europa e das mudanças em cidades como Paris:

 

Ainda havia balsas cruzando o Sena onde mais tarde deveriam se lançar os arcos das pontes. No ano da morte de Baudelaire, um empresário ainda podia ter a ideia de fazer circular quinhentas liteiras, para comodidade de habitantes abastados. Ainda se apreciavam as galerias, onde o flâneur se subtraía da vista dos veículos, que não admitem o pedestre como concorrente. Havia o transeunte, que se enfia na multidão, mas havia também o flâneur, que precisa de espaço livre e não quer perder sua privacidade. (BENJAMIN, 2000, p. 121-122).

 

O flâneur é um tipo urbano heterogêneo e complexo, característico do rápido crescimento das cidades europeias no século XIX. Faz parte das multidões, mas não se confunde com elas, pois o flâneur não apenas observa, mas também reflete sobre as mudanças vividas pelas cidades – ainda que, às vezes, apenas observe e se deixe levar pelas multidões. O flâneur representa um elo entre passado e presente. Elo frágil, pois se entusiasma com o novo, mas sabe que será tragado pelas mudanças. Segundo Rosana Biondillo, o flâneur “(...) comporta igualmente a simultaneidade entre sensações e condições antitéticas, sem que haja a necessidade de se chegar a uma síntese conciliatória” (BIONDILLO, 2014, p. 24). Baudelaire poetizou o flâneur e ele próprio foi um deles.

O número 167 da Painel, de junho de 1993, comemorou o aniversário de 79 anos da cidade. No editorial, a revista, como em outras ocasiões, se apresentou como “pioneira na imprensa de Foz e região” e ressaltou a sua longevidade:

 

Antes desse tempo [março de 1973, quando a revista foi fundada], nada restou em termos de continuidade no campo da comunicação escrita. (...). E houve épocas, que em muitos meses, era o único periódico iguaçuense em evidência. (PAINEL, jun. 1993, p. 3).

 

Em Uma Rua no Meu Tempo em Foz do Iguaçu, publicado no mesmo número, José Vicente Tezza entrelaça sua trajetória pessoal e literária com a Painel e a cidade. “Neste ano estou comemorando vinte e seis anos de permanência em Foz do Iguaçu. Tempo dedicado às letras, nas quase duas dezenas de livros literários e nas quase duas centenas da histórica revista Painel” (TEZZA, jun. 1993, p. 8). A rua mencionada no título é a Barão do Rio Branco, a qual começa na Avenida Brasil e termina pouco depois da Marinha, na região considerada como “centro” da cidade. Ao se referir a uma rua no meu tempo, portanto diferente do tempo da escrita do texto, Tezza explicita as transformações ocorridas na cidade e a sua condição de testemunha dessas transformações.

Foi na Barão do Rio Branco que Tezza teria lançado “em concorrida Noite de Autógrafos (na calçada, mesmo!)” os livros O Diabo de Capanema e Obelisco na presença de “políticos, companheiros de imprensa e admiradores” (TEZZA, jun. 1993, p. 9). Mais recentemente, em 1990, Tezza relata ter lançado na mesma rua – e também na calçada – “(...) o histórico livro de letras “Foz e seus Poetas”, obra de fôlego e interessante para estudos escolares no município, pois é uma amostra fiel da evolução literária iguaçuense, contendo (...) a participação de 50 poetas ocasionais e permanentes (...)” (TEZZA, jun. 1993, p. 10). Ao destacar o lançamento das obras na calçada, Tezza ressalta a ligação de sua produção literária e poética com a cidade e a comunidade local. Para mencionar novamente Baudelaire, Walter Benjamin aponta preocupação similar no poeta francês, o qual teria escolhido a rua como local preferido de trabalho:

 

Nos primeiros anos de sua existência como literato, quando habitava o Hotel Pimodan, seus amigos podiam admirar a discrição com que banira de seu quarto todos os vestígios de trabalho, a começar pela escrivaninha. Naquela época aspirava, simbolicamente, à conquista da rua [grifo meu]. (BENJAMIN, 2000, p. 70).

 

Na mesma Barão do Rio Branco, “no Escritório Contábil, do senhor Júlio Rocha”, Tezza teria iniciado a atividade de contador – profissão que não seguiria – e teria conhecido sua esposa “na livraria do simpático senhor Júlio Piazeki” (TEZZA, jan. 1993, p. 9). “Nada mais normal para um poeta encontrar a sua verdadeira deusa neste ambiente de livros e revistas, cuja rotina cultivo religiosamente desde que aprendi a ler e a escrever” (TEZZA, jan. 1993, p. 9). A menção aos nomes dos proprietários do escritório e da livraria é uma referência ao “tempo em que todo iguaçuense se conhecia”. A referência à “simpatia” do proprietário da livraria também remete a uma sociabilidade mais próxima que teria outrora marcado a cidade. Outro exemplo é quando Tezza se refere ao “modesto Hotel Porota” e ao “atendimento cordial de sua proprietária [grifo meu]”, cujas refeições que servia tinham um “sabor caseiro, só comparado ao de minha santa mãe que ficara na cidade de Capanema” (TEZZA, jan. 1993, p. 9). Nas memórias de Tezza sobre a Rua Barão do Rio Branco, a comunidade iguaçuense “do tempo dele” era pautada por uma extensão dos vínculos familiares. Além de a comida do Hotel Porota lembrar a de sua mãe, Tezza relata ter conhecido a esposa na livraria de Júlio Piazeki. Essas memórias representam um contraponto ao crescimento de Foz do Iguaçu. Walter Benjamin, citando George Simmel, destaca que a relação entre os seres humanos, nas cidades grandes, é pautada mais pela visão do que pela audição, o que significou uma profunda transformação – e enfraquecimento? – das interações sociais. “Antes do desenvolvimento dos ônibus, dos trens, dos bondes no século XIX, as pessoas não conheciam a situação de terem de se olhar reciprocamente (...) sem dirigir a palavra umas às outras” (apud BENJAMIN, 2000, p. 36).

A Barão do Rio Branco não aparece somente como palco da “antiga” Foz do Iguaçu, mas também da cidade “moderna”. A Rua abriga o Hotel Salvatti, “o primeiro edifício construído na cidade” (TEZZA, jan. 1993, p. 9). Tezza relata que participou da inauguração do prédio em 1972, “como primeiro Chefe do Departamento Pessoal” (TEZZA, jan. 1993, p. 9). A ideia da Painel teria surgido dentro do prédio, “(...) entre papéis contábeis da empresa e nos diálogos diários com os companheiros Edson Vidal e Saudino Salvatti (...)” (TEZZA, jan. 1993, p. 9). Ainda sobre a Painel, Tezza destaca que no Banco Auxiliar, “hoje com o prédio demolido”, conseguiu o empréstimo para a compra das primeiras máquinas impressoras em 1980, graças à confiança do gerente Tibiriça Botto Guimarães (TEZZA, jan. 1993, p. 9). “O Tibira acreditou em nosso propósito e só numa palavra sua, montamos o empreendimento gráfico” (TEZZA, jan. 1993, p. 9). Essas últimas memórias são particularmente interessantes. O prédio do Hotel Salvatti, a atividade contábil ali desempenhada, as impressoras para a Painel e o empréstimo para a aquisição das máquinas são símbolos da racionalidade reivindicada pela modernidade. Contudo, é interessante como a ideia da Painel teria aparecido “nos diálogos diários com companheiros” e o financiamento para a modernização gráfica da revista teria sido viabilizado graças à “crença no propósito” e à “palavra” do gerente, chamado não somente pelo nome completo, mas também pelo apelido, Tibira, reforçando a proximidade entre membros da comunidade – especialmente entre os mais antigos –, a despeito da modernização em curso na cidade. A modernidade, assim, não é um processo absoluto, apesar das perdas que deixa pelo caminho, conforme aponta Beatriz Sarlo.

Outro exemplo interessante dado por Tezza é o cinema que existiu na Barão do Rio Branco, o qual teria sido frequentado por seus filhos:

 

Foi também nesta Rua que meus filhos tiveram a sensação de assistir a um filme no cinema, se encantando com a enorme tela de projeção de uma casa de espetáculo, ora em extinção, em vista da invasão dos sinais de televisão, como transformadores de uma geração de debilóides. (TEZZA, jan. 1993, p. 9).

 

Tezza opõe o “encanto” com a “enorme tela” do cinema, chamado de “casa de espetáculo”, à “invasão” dos sinais televisivos, os quais formariam uma “geração de debiloides”. A televisão seria mais um sinal da impessoalidade e da fragmentação crescente dos laços comunitários. A cidade cresceu, mas os horizontes cognitivos teriam se estreitado – como o processo que levou da “enorme tela” do cinema para as diminutas dos aparelhos televisivos. A experiência do cinema demandava percorrer a cidade, o que já não aconteceria com o predomínio dos aparelhos de televisão.

As últimas frases das memórias de Tezza sobre a Barão do Rio Branco retomam e sintetizam os sentimentos contrastantes despertados pelo crescimento da cidade. “A boemia e a intelectualidade local se reunia na Rua Rio Branco. Para mim, a Rua é meu Tempo e Vida” (TEZZA, jan. 1993, p. 10). As palavras “Tempo” e “Vida” estão escritas com letras maiúsculas no original – acreditamos que não casualmente. O “Tempo” e a “Vida” aparecem como perdas da modernidade, ainda que o progresso pudesse brilhar “aos olhos da gente”.

 

A Avenida Barão do Rio Branco na altura do Hotel Salvatti. À época havia calçadão no trecho. Fonte: PAINEL, jan. 1993, p. 9


Para encerrar, a Painel pode ser considerada como um “lugar de memória”, conforme compreende Pierre Nora. Diante das – rápidas e intensas – mudanças na cidade, a revista passou a representar a busca de um elo com o passado. Segundo Nora, “(...) a consciência de ruptura com o passado [provocada por mudanças] se confunde com o sentimento de uma memória esfacelada, mas onde o esfacelamento desperta ainda memória suficiente para que se possa colocar o problema de sua encarnação” (NORA, 1993, p. 7). A Painel buscou “encarnar” a já “esfacelada” memória da cidade – Nora sentencia que os “(...) lugares de memória são, antes de tudo, restos” (NORA, 1993, p. 12).

A busca de um elo com o passado levou a Painel a exaltar os “pioneiros”, aqueles que teriam sido os primeiros habitantes ou colonizadores da cidade – conceito bastante controverso, pois tende a desconsiderar, por exemplo, os povos indígenas que já habitavam a região. A capa do número 167, comemorativo dos 79 anos da cidade, trouxe uma foto do então prefeito Dobrandino da Silva e sua homenagem aos “pioneiros”:

 

Fonte: PAINEL, jan. 1993, capa

A Painel não foi apenas “lugar de memória”. Suas temáticas foram diversas, incluindo a atualidade política, comportamentos e atrações turísticas da cidade. A produção literária e poética de Tezza tampouco é restrita à cidade, à sua história e às transformações ocorridas sobretudo na segunda metade do século XX. De qualquer maneira, são possibilidades de leitura desta revista e deste personagem ainda pouco frequentados por historiadores e demais interessados na história de Foz do Iguaçu e região. A comparação que propomos com Baudelaire tampouco se refere à construção poética e literária propriamente ditas, mas a essa percepção de que algo digno de ser vivido e registrado – por vezes também lamentável – ocorria ao redor, tornando a cidade um espaço de movimento simultâneo para o futuro e o passado, o que evidenciava o caráter efêmero do presente.

Este foi o quarto texto da série “Ruínas do Futuro: a Foz do Iguaçu sonhada e prometida nas páginas da revista Painel”. A proposta da série pode ser conhecida melhor no link <https://unilahistoria.blogspot.com/2021/12/ruinas-do-futuro-foz-do-iguacu-sonhada.html>. Ao contrário dos textos anteriores, neste não abordamos uma “grande obra” que não saiu do papel, mas as “ruínas” da “Foz antiga” em meio ao crescimento da cidade sobretudo depois de Itaipu.

 

Praticamente toda a coleção da revista Painel está digitalizada e disponibilizada para leitura de qualquer interessado. As instruções para acesso à revista estão disponíveis em <https://unilahistoria.blogspot.com/p/acervo-digitalizado-da-revista-painel.html>.

 

Referências

 

BENJAMIN, Walter. Charles Baudelaire: um lírico no auge do capitalismo. São Paulo: Brasiliense, 2000. (Obras escolhidas, v. 3).

BIONDILLO, Rosana. Walter Benjamin e os Caminhos do Flâneur. 2014. Dissertação (Mestrado em Filosofia) – Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo. Disponível em: <https://repositorio.unifesp.br/bitstream/handle/11600/39273/Publico-39273.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 20 jul. 2022.

NORA, P. Entre Memória e História: a problemática dos lugares. Projeto História, 1993. Disponível em: <https://revistas.pucsp.br/revph/article/view/12101/8763>. Acesso em: 25 jul. 2022.

PAINEL. Editorial: “Já somos pioneiros na imprensa de Foz e região”. Foz do Iguaçu, n. 167, jun. 1993.

PAINEL. Fisionomia da nova sociedade iguaçuense. Foz do Iguaçu, n. 140, mar. 1987.

SARLO, Beatriz. Una Modernidad Periférica: Buenos Aires 1920 y 1930. Buenos Aires: Nueva Visión, 1999.

TEZZA, José Vicente. Uma rua no meu tempo em Foz do Iguaçu. Painel, Foz do Iguaçu, n. 167, s./d.

 

Paulo Renato da Silva, professor de História da América Latina dos cursos de História da UNILA

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